terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Controlando o inconsciente e aprendendo idiomas

Costumo dizer aos meus alunos que é necessário estudar 10 minutos todos os dias nas mais variadas formas de fazê-lo: ouvir músicas conscientemente, ver filmes, comerciais, ler, escrever, rever lições, vocabulário ou gramática. O mesmo conselho ofereço para meus filhos que estudam música, pois estes dez minutos ao dia, podem operar milagres. Uma vez vencida a preguiça, o ritmo de estudo é estabelecido e acaba ultrapassando os simples dez minutos diários.

Qualquer profissional de elite, seja jogador de futebol ou bailarina depende de anos de treino e dedicação para atingir o topo da carreira. Segundo a pesquisa do psicólogo Anders Ericsson da Universidade da Flórida, os alunos de uma das melhores escolas de música de Berlim, iniciavam os estudos de violino aos cinco anos no mesmo ritmo. Porém, aos oito anos, as horas de ensaio variavam. Ao chegar aos 20 anos, os melhores violonistas haviam somado 10 mil horas de estudo contra 8 mil ou 4 mil horas dos demais.

Segundo um artigo da Revista Super Interessante de fevereiro de 2013, a prática fica gravada na memória não declarativa que faz parte do inconsciente. Esta parte da memória é a responsável por permitir que o violonista consiga tocar sem se preocupar em ler a partitura, equilibrar o instrumento, posicionar os ombros, mover o arco, respirar e tocar com emoção, embora de maneira natural e relaxada.

Na mesma linha, ocorre o aprendizado de um segundo idioma. A chave para aprender uma nova habilidade é dedicação, pois através do treino o inconsciente registra ações, sons e movimentos. Se dependêssemos apenas do consciente, ele não daria conta de analisar as situações, fazer a escolha do vocabulário e estrutura adequados para comunicar a mensagem.  Na mesma linha de pensamento, o neurologista Ran Hassin afirma que “o inconsciente é mais maleável que o consciente e para influenciá-lo  é necessário praticar até que se torne uma segunda natureza, ou seja que seja um processo automático.”
Por isso, a imersão, que as escolas bilíngues propõem, é eficiente no sentido de automatizar a utilização da segunda língua. Porém, isso não quer dizer que a dedicação ao estudo seja desnecessária por parte dos alunos. Lembrem-se dos alunos de violino, quanto maior a quantidade de horas de prática, melhor a performance.

Resumindo, não há milagres, há dedicação e recompensa!

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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Leitura em voz alta

Dia 12 de outubro é também o dia nacional da leitura. Por isso, nesse dia é bom salientar que além de cantar e falar com seu filho, também é importante ler em voz alta. Segundo a Academia Americana de Pediatria (UCLA), ler em voz alta para os bebês desde o nascimento pode enriquecer a linguagem , o raciocínio e o rendimento geral do sistema nervoso central. Especialistas em Bilinguismo, defendem que, ainda durante a gestação, o bebê já recebe os estímulos de som emitidos pela mãe, por isso recomendamos ler em voz alta em outra língua desde a gestação de modo a beneficiar e desenvolver a habilidade para outras línguas.
Alguns exames de ultrassom, mostram as reações do bebê quando ele ouve a voz da mãe e do pai. Também, estudos demonstram uma diferença na reação do bebê quando ele ouve uma língua diferente a que está familiarizado. Ler é sempre bom e saudável!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Viajar com a Lista

- Como foi a viagem?
- Andei tanto!
- Você viu a Estátua da Liberdade?
- Só de longe, não constava da lista.
- Que pena! Foi ao Central Park?
- Também não tava na lista.
- Foi ao Museu de História Natural?
- Ah, esse sim. Comprei o presente do meu sobrinho neto lá.
- Viu alguma peça na Broadway?
- Claro, precisa comprar uma camiseta autografada.
- Ah! Foi ao Empire State Building?
- Não tava na lista...mas comprei uma estatueta.
- Sei....Visitou o Rockfeller Center?
- Ah, claro, mas depois de percorrer toda a Fifth Avenue para concluir a Lista. Estava exausta. Nem vi direito.
- Mas, afinal o que você fez em Nova York?
- Na verdade, segui a lista.
- Que lista?
- De compras. Quando souberem que eu ia a Nova York, todos me pediram alguma coisinha. Levei 10 dias correndo atrás de cumprir a lista.
- Ah, achou tudo?
- Sim, esse foi o problema.
- Como assim?
- Depois de passar dez dias comprando tudo que me encomendaram, voltei sem ver nada além da lista e das lojas, paguei excesso de bagagem e fui parada na alfândega onde paguei as taxas também.
-Nossa! Jura?
- Já conseguiu entregar tudo?
- Na verdade, ninguém quis ficar com nada que foi encomendado porque disseram que ficou muito caro.
- ?????? Meu Deus!!!! E agora?
- Estou fazendo uma garage sale para recuperar o que gastei e tentar voltar para Nova York sozinha! Sem lista, Que tal um creminho da Victoria Secrets? Ou uma bolsa Michael Kors?


sábado, 27 de setembro de 2014

Combatendo o envelhecimento

Segundo pesquisa da Universidade de Edimburgo na Escócia, o domínio de uma língua adicional atrasa declínio mental durante a velhice. Os estudos demonstram que as pessoas com Alzheimer, fluentes em duas línguas, apresentam sintomas da doença até sete anos mais tarde que as pessoas monolíngues. Além disso, as pessoas que são bilíngues apresentaram melhor desempenho em alguns testes cognitivos também.
A Dra. Ellen  Bialystok demonstrou em estudo apresentado no Congresso Internacional em São Paulo no mês de setembro, que o cérebro de bilíngues tem o sistema executivo mais desenvolvido. Este fato ocorre porque, se o indivíduo sabe duas línguas e as exercita regularmente, cada vez que ele fala, ambas as linguagens aparecem e o sistema executivo escolhe o que é relevante no momento. Também foi comprovado neste estudo, que bilíngues se saem melhor em multitarefas, pois, para tal, há a ação direta do controle executivo cerebral muito exercitado na escolha de línguas.
O constante gerenciamento dos sistemas linguisticos diferentes provoca uma reorganização e um fortalecimento para outras ações, por este motivo,as pessoas bilingues tornam-se mais rápidas pois estão sempre navegando entre duas línguas. Outro fator importante é que este exercício constante dos bilíngues provoca o desenvolvimento de uma memória melhor.IMG_0875

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

1, 2, 3

1 2 3 4 5 6 7 8 9 ops 10° andar...rumo ao salão número 2, 7.30 ?ou 8.00,..talvez 7.45 seja o adequado, sempre é melhor optar pelo ½ ou 0,5.
E lá vem agora o 112, conta cinco passos até o elevador, desce dois andares e caminha 20 passos até o salão número 2. Assim, sucessivamente, todos os números, digo, condôminos se reúnem.
No salão,enquanto apenas seis estão aguardando a chegada dos demais, o síndico começa a desabafar sua tristeza – Acredita que 126, me encontrou na garagem e veio reclamar da empresa que foi contratada para a reforma???? Como assim??? Eu falei, você estava na reunião. Foi aprovada em conselho!! e continuou – Gente, não aguento mais...Ele reclama de tudo e mais um pouco. Até sobre a cor das pastilhas, ele teceu comentários sarcásticos!!!
Neste momento, o 222 tentou tranquilizá-lo dizendo que o cara é gente fina, embora um tanto perfeccionista. Já a moça do 426, afirmou que o 126 é crica e adora desmerecer tudo e todos.
De repente, chega o 126 , quieto, tranquilo e toma seu lugar.
O círculo se forma, a reunião começa com todos os números devidamente representados, a leitura da ata da 543° reunião é lida, e, nesse momento, antes de discutirmos os $20.00,00 gastos em reformas ou os 3 fundos recolhidos mensalmente ( fundo de reserva, de obras e de férias), com toda a falta de tato possível o 126 começa a dizer que da próxima vez em que o condomínio for contratar alguém para fazer um serviço, deve ser mais cuidadoso porque o último serviço na caixa d´água... blá blá blá críticas e mais críticas, reclamações e mais reclamações..até que surge o convite inesperado para que o 126 assuma o cargo de síndico. Rapidamente, ele, o reclamão de mão cheia, nega e afirma que prefere cooperar sem compromisso apenas dando suas opiniões. A discussão esquenta chegando aos 90° C, enquanto acaloradamente todos insistem que o Sr 126 Crítico de plantão deva ser o próximo síndico. Veementemente, ele rejeita o cargo.
Um a um, cada um assina seu número e se despede. Conclusão geral: quem gosta de atirar pedras, foge de ser vidraça. Preferem continuar na comodidade do um mais um igual a quatro que arriscar nas probabilidades.



terça-feira, 29 de julho de 2014

Penetra de sorte

Convite elegante..exigência de traje social e pontualidade. Seguindo a determinação à risca, a Lady chega ao Centro de Convenções, senta-se a mesa que está reservada para a sua empresa e enquanto saca o celular para ligar para os colegas, uma senhora se aproxima, vai sentando e pergunta se pode ficar ali até que as pessoas de sua mesa cheguem. A Lady assente e aguarda seus colegas chegarem conversando com a senhora.
As pessoas vão chegando, tirando suas conclusões e a distinta senhora lá permanece. Falta um lugar à mesa, mas a dita senhora não tão distinta nem se move. Uns acham que ela é sócia da Lady, outros que é cliente nova da firma e ainda outros acreditam que está acompanhando a Presidente da empresa!!! Mil e quinhentas fotos e selfies são tirados e a ilustre desconhecida sai em todas, inclusive sempre abraçada na aparente amiga de infância - a CEO da empresa!!!
A noite caminha agitada e animada regada a vinho e whisky. A ilustre companheira de evento tornou-se quase a anfitriã pois já oferecia bebidas a todos, chamava o garçon e comia as uvas e frutas supostamente colocadas como enfeite da mesa.
Lá pelas tantas, começou a se engraçar com o marido de uma das empresárias presentes e,como se não bastasse, assediou ninguém menos que a própria presidente!!!!
Situação esquisita e intolerável não fosse a animação da banda e o bom humor dos presentes. Lá pelas tantas, quando a maioria preferia ficar em pé a tolerar a senhora já bem temperada pelo vinho e whisky, ela resolve levantar-se e pasmem.....ela não conseguiu manter-se em pé e caiu, sem sentidos, em cima do marido de uma das convidadas.
Você acha que isso é demais??? - Nada disso. Prepare-se para morrer de inveja – ela saiu do recinto no colo do bombeiro!!!!!
Definitivamente, nem tudo é o que parece.


sábado, 19 de julho de 2014

Aula de História recente


Eis que eu e minha família estávamos em uma loja e, de repente, surpreendi-me voando para o passado na hora de efetuar o pagamento. Isto aconteceu porque paguei um casaco de uma marca famosa para meu filho com uma nota de 100 dólares, além do casaco ainda devolvi para a carteira mais 265 pesos.

Neste momento, sai da loja lembrando da época da alta inflação no Brasil e como professora que sou iniciei as aulas de história para meus filhos.

Houve época pré Presidente Fernando Henrique que a inflação estava tão alta que praticamente trocamos nossa moeda corrente por uma senhora chamada TR . Esta senhora possuía a capacidade invejável para qualquer mulher: renovação diária! A cada dia mais jovem e renovada. Digo isto porque este indexador era atualizado diariamente e os preços subiam assustadoramente.

Em virtude desta inflação desenfreada, desenvolvemos certos hábitos difíceis de largar até hoje como: estocar comida e pagar as contas só no dia do vencimento.

A ida mensal ao supermercado era uma maratona com carrinhos abarrotados e sem leitor de código de barra, é isto mesmo, os produtos eram registados um a um digitando cada produto. Levávamos horas para fazer as compras, olhando os preços, comparando, fazendo contas sem falar na fila do caixa. Ao chegar em casa, haja freezer e armários para guardar tudo. Outro, esquema era montado: passar os produtos com validade próxima para a frente e no fundo do armário as demais. Para o freezer, ainda era necessário etiquetar e verificar a validade. Era enlouquecedor!

O valor dos produtos mais caros como carros eram também em TR ou em dólares. Parcelamentos também eram com indexadores. Os carnês das mensalidades escolares eram emitidos mês a mês sempre atualizados e próximo da data de pagamento. E, assim, vivemos, anos a fio sem conseguir vislumbrar uma luz no fim do túnel. Viajar para o exterior parecia impossível pois nossa moeda estava muito desvalorizada.

Nesta viagem ao passado, compadeci-me da situação da Argentina. Eles que já tiveram uma moeda muito mais forte que a nossa, lotando os resorts brasileiros, aproveitando nossas praias e nos matando de inveja ao dizer: Dá-me dos!, hoje passa por uma situação bem difícil aceitando qualquer moeda desde que faça a venda.

Talvez meu choque tenha sido maior por ter vindo de um país cuja moeda - a libra esterlina- valia mais de quatro vezes o real, então inverter a situação foi bom, mas também assustador.

De qualquer forma, a viagem foi ótima. Usufrui momentos maravilhosos ao lado da família e amigos, mas sem deixar de ensinar um pouco de história recente do Brasil e de como a vida tem altos e baixos. Precisamos viver os momentos de glória, sem menosprezar os menos favorecidos pois a vida é uma roda. Ser filho de professora é assim, tudo é motivo de reflexão e aprendizagem até em férias!






domingo, 29 de junho de 2014

Ditado???? Em inglês??? Tá louca?

Este recurso pode ser válido se houver objetivos específicos dentro de um plano de aula estruturado, porque além de ajudar a fixar a grafia das palavras, também esclarece a relação entre fonemas e grafemas. Entretanto, esta estratégia precisa estar contextualizada para que realmente alcance os objetivos e mantenha os alunos motivados.
Dentre muitas variações do ditado, minha preferida é a Wall Dictation. Esta atividade originalmente consiste de colocar fora da sala de aula uma lista de frases ou palavras e dividir a turma em grupos. Um aluno de cada grupo sai da sala, corre até a lista pregada em uma parede e retorna ditando-a para o grupo que escreve a palavra ou frase. Normalmente, peço que o grupo escolha uma secretária que ficará sempre escrevendo as palavras ditadas pelos outros alunos que se revezam na tarefa de sair da classe. Vence o grupo que terminar primeiro com o maior número de acertos. Gosto desta atividade porque envolve todos os membros do grupo com uma tarefa específica ( team work) e exige clareza na pronúncia, leitura e escrita. Os alunos normalmente adoram porque saem correndo e queimam bastante energia!!! Segundo a teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner, ela também é perfeita porque atende a diferentes tipos de inteligência tais como cinética, visual e auditiva.
De acordo com a faixa etária adapto a atividade. Por exemplo, com as crianças que ainda não escrevem, espalho os flashcards pelas paredes da cantina, os alunos, em grupos, precisam posicionar-se embaixo das figuras que representam o vocábulo dito. Outras vezes,individualmente, eles precisam encontrar e apanhar os flashcards.
Quando estão iniciando a alfabetização, alterno entre espalhar as imagens e eles relacionam, como num memory game, a grafia e a imagem ou mostrar a imagem e eles procuram as palavras escritas nos flashcards espalhados pelas paredes.

Enfim, as possibilidades de variações são muitas dependendo da faixa etária e do que se pretende ensinar ou reforçar. Dê asas à imaginação sem preconceito com o velho amigo chamado DITADO.

domingo, 22 de junho de 2014

Experiências de uma estudante

Até que ponto pode chegar a insanidade de uma estudante de engenharia? Para o meu cérebro, fazer engenharia já seria loucura demais, na FEI então...alto nível de auto-flagelo ou expiação de pecados!!!
Enfim, cada macaco no seu galho e cada um no seu quadrado. Levantar às 4.30 da manhã todos os dias, esperar o fretado, subir a serra, na volta enfrentar os caminhões e o congestionamento causado pela safra dos grãos..tudo isso já seria tortura suficiente, sem falar do frio desmedido da cidade de São Bernardo. Não bastasse tudo isso, dizem que aluno da FEI não tem direito à vida social nem COPA.
Bem, protecionismos de mãe à parte, veja bem se isto é normal???
Em desespero e frustração, minha filha adentra a sala de visitas dizendo que a nota dela não foi computada e aparece como NC ( não compareceu)...enlouquecida, uma noite sem dormir preocupada. Ufa!!! Tudo solucionado, nota computada e o mais importante: APROVADA nesta matéria!!
Todavia, o martírio ainda não acabou. Mais uma vez, em pleno sábado, minha filha, mais uma vez, adentra meu escritório com os olhos cheios de lágrimas e angústia afirmando que terá que pedir revisão de uma prova onde pelo gabarito ela teria conseguido bem mais do que precisava e na publicação aparece uma nota bem inferior. DESESPERO!!!!
Para mim, com duas graduações concluídas e dois cursos de pós-graduação no currículo, nada de novo aconteceu. Simples parte do processo. Porém, para uma aluna preocupadíssima e ansiosa....este fato provocou um aterrador pesadelo.
Acreditem ou não, ela sonhou que alguém cobriu as respostas teóricas dela com errorex e por isso a nota dela não foi a esperada!!! Maluquice???? Sim, completamente ensandecida!!! Então, na revisão, ela mostrava isso para o professor e sugeria que tirassem o errorex ou branquinho como alguns – não santistas - preferem chamar com um canivete. Não sei dizer qual é a pior parte.
Estou numa terrível dúvida: coloco uma camisa de força nela e interno já antes que o caso piore ou
espero pelos próximos pesadelos. …

Mãe enlouquecida com uma Feiana em casa!!! Socorro!!!Me digam, por que deixei que ela fizesse vestibular para FEI???? Eu deveria estar louca!! E ainda levei-a pessoalmente!!!!

sábado, 17 de maio de 2014

Cruela cruel??? Eu???

É ,vou continuar fazendo o arresto de games e consoles, cortando orçamentos, negando autorizações para passeios, e falando sem parar repetitivamente a mesma coisa. Em time que está ganhando não se mexe, e ao sair da reunião de pais , dirigi-me para casa com aquele sorriso típico de um trabalho bem feito. Só recebi elogios.Pensando bem, vou mudar algo sim: a cobrança! Segundo os professores, meu filho poderia ter um desempenho ainda melhor. Logo, vamos ampliar a exigência na produtividade!!!! Não é à toa que filhos detestam reunião de pais, pois, até quando as notas e comportamento são exemplares, surge uma nova exigência!!!

domingo, 4 de maio de 2014

Outono da vida

Na minha infância adorava ver as folhas sendo gradativamente tingidas de laranja seguindo , depois, de um tom amarronzado. Até que compreendi que, na verdade, elas estavam morrendo e então passei a detestar o outono e entristecer-me quando via as folhas no chão. Achava-as tão lindas em sua nova coloração, mas ficava triste ao saber que estavam longe das suas raízes e morrendo.
Hoje, lembro-me dessa inocência da infância e sorrio comigo mesma ao ver as folhas mudando de tom.
Não me entristeço mais. Compreendo que o ciclo da vida está se renovando e como dizia minha mãe: “Uns tem que ir para que outros voltem.” Continuo admirando o envelhecer tranquilo das folhas ainda nos galhos. Lentamente a mudança vai ocorrendo, mas sem perder a beleza nem a essência. Tudo tem seu tempo. Assim, também, vejo-me envelhecer e espero que com a mesma beleza e encanto das folhas que admiro. Estou no meu outono.
Assim, aprecio a paisagem mudando de cor e temperatura e visualizo ciclos findando e outros se iniciando. Após o calor esplendoroso do verão, chega a época de nos prepararmos para o inverno, Ao contrário da expansão proposta pelo verão, agora chega a época de diminuir o ritmo, refletir e começar a preparação para o período de interiorização oferecido pelo inverno. Viver sem pensar no que se vive e principalmente porquê se vive seria inútil. Filosofar é preciso!


quarta-feira, 30 de abril de 2014

Divergente

Com o frenesi causado pelo filme Divergente, acredito ser interessante lançar uma reflexão sobre a mensagem passada.
A educação sempre foi uma ferramenta em prol de quem detém o poder. Desde tenra idade, qualquer coisa pode ser ensinada e rebelar-se contra os ensinamentos dados durante a primeira infância é muito difícil. Karl Max já afirmava que se lhe entregassem um bebê por seis anos,após este período, ele devolveria aos pais um comunista convicto,ou seja, ele sabia a importância da primeira infância e das marcas indeléveis deixadas. Por isso, ressalto a importância dos educadores na construção do conhecimento e na formação de nossa sociedade. Não podemos nos permitir cair na rotina, faz-se necessária a constante análise do caminho a seguir.
No livro, Divergente de Veronica Roth, a mãe da personagem principal explica o que é ser divergente:
“Todas as facções condicionam seus membros a pensar e agir de determinada maneira. E a maioria das pessoas faz exatamente isso. Para a maior parte das pessoas, não é difícil aprender, encontrar uma linha de pensamento que funcione e seguir por ela.Mas, nossas mentes ( mentes divergentes) movem-se em dezenas de direções diferentes. Não podemos ficar confinados a uma única maneira de pensar, e isso apavora nossos líderes. Isso significa que não podemos ser controlados. E significa que, não importa o que eles façam, nós sempre causaremos problemas para eles.”(p. 455, Divergente)
O livro nos lembra que ninguém é somente altruísta, audaz, franco, amigo ou erudito. Todos temos temos habilidades que merecem ser respeitadas e desenvolvidas. Todavia, também nos mostra que os líderes temem aqueles que fogem dos estereótipos e clamam por mudanças.
Vale a reflexão!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Amarelo na educação


Adoro encontrar flores amarelas em meu caminho, especialmente quando o sol se esconde, pois elas me proporcionam alegria, energia e criatividade. Dizem que além de propiciar prosperidade, estimulam as atividades mentais e o raciocínio. Esta linda penca de flores encontro na rua em que trabalho. Não é maravilhoso ser recebida assim?
Na educação, costumo trabalhar com as obras de Van Gogh levando os  alunos a observarem como o pintor usou o amarelo em suas obras. A partir daí, explico a influência da cor sobre nossas ondas cerebrais, inclusive ressaltando que o excesso pode ter efeito nocivo levando à dispersão. São aulas culturais e ao mesmo tempo criativas pois para finalizar cada um cria sua própria obra de arte.


terça-feira, 8 de abril de 2014

Futuros profissionais

O que se espera de um profissional? Algumas características são consideradas imprescindíveis hoje em dia, tais como: trabalhar em equipe, ser pro-ativo e falar em público. Por isso, como formadoras do futuro profissional, as escolas não podem se furtar a desenvolver estas habilidades.
Formar cidadãos capazes de trabalhar em equipe envolve tempo e constante observação. Os alunos precisam ser ensinados a dividir tarefas, estabelecer prazos e respeitar a opinião dos outros sem concentrar demais o poder de decisão.
A iniciativa dever ser motivada e valorizada a cada ideia, sugestão ou tarefa recomendada.
Finalmente, além de técnicas sobre como falar em público, projetos que favoreçam essa experiência motivam e despertam o entusiamo em sala de aula.
Parece difícil? Basta um pouco de imaginação!

Certa vez, minha filha, ainda no fundamental I, teve que, em duplas, organizar e apresentar um programa de TV de culinária. Foi muito interessante porque elas selecionaram a receita, aprenderam a fazer, organizaram como seria apresentado e ainda montaram o cenário. Jamais esquecerei como elas assistiram programas de TV para aprender a fazer, os livros de receita lidos e a alegria durante o ensaio. Tudo foi gravado e apresentado para os pais em uma reunião. Na verdade, neste projeto elas aprenderam a trabalhar em duplas, escrever uma receita, fazê-la, apresentá-la e ainda tiveram que lidar com a ansiedade e nervosismo de apresentar não só para os amigos da classe ,mas também saber que tudo estava sendo gravado. São treinos para a vida.

domingo, 23 de março de 2014

Butterflies in my stomach


Em inglês, existe a expressão “ butterflies in my stomach”. Quando eu era criança, imaginava que ao visitar um lugar como o  Parque das Aves (Foz do Iguaçu) ou o Vale das Borboletas ( Minas Gerais), algumas borboletas fossem engolidas e ficassem borboleteando por nosso estômago. Até imaginava, as asinhas batendo nas paredes do estômago e fazendo cócegas. Com o tempo, fui entendendo que, na verdade, é a DONA ANSIEDADE, que causa esta sensação estranha. É um misto de querer avançar no tempo para que saibamos exatamente o que ocorre e, ao mesmo tempo, não querer que chegue nunca.
Quando sentimos isso? Antes de provas, eventos, promoções e até de viagens. Com essas borboletas danadas voando em nosso estômago, fica difícil parar de pensar e, ao mesmo tempo, insistimos em pensar.
Para controlar as danadas voadoras, fico pensando no multicolorido de suas asas, e fico rindo de mim mesma e de meus sentimentos. Antes da viagem, as borboletas tomam conta de meu ser, porém antes da volta, eles desaparecem dando lugar a outro mix de sentimentos, alegria do retorno que matará saudades dos que ficaram e a já saudade de uma viagem que ainda não acabou.
Ser humano é bem complicado!

quinta-feira, 6 de março de 2014

Sombra

Com meu avô, embaixo de um chapéu de sol aprendi que uma árvore produz frutos, flores e sombra. Nestes dias de calor, tenho lembrado muito dele quando vejo um frondoso chapéu de sol oferecendo sombra para os pés que estão queimando na calçada, para o alívio do sol na cabeça ou nos olhos ou até para a repentina chuva de verão. Fiquei pensando que às vezes também somos sombra para quem precisa de acolhida, descanso ou um papo amigo, porém, em outras, precisamos receber e descansar antes de continuar a jornada. Oferecer alguns momentos de sombra ou recebê-los, sempre um momento de reflexão.
Esteja recebendo ou oferecendo sombra, agradeça sempre pela oportunidade e faça-o de coração aberto.

Visite meu bloghttp://www.consideracoessobreeducacao.com.br/:

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Garantido e caprichoso

Até que ponto vai o ciúmes entre irmãos? Bem, historicamente, posso remeter-nos a Caim e Abel como o exemplo do que a inveja mesmo entre irmãos pode levar a causar. Porém, prefiro ater-me a histórias menos dramáticas embora bem sintomáticas.
A capacidade brilhante para arranjar assuntos para disputas seria capaz de humilhar até o mais criativo dos artistas com toda a filosofia e até a inspiração greco-romana. Camões então ficaria boquiaberto com a criatividade de meu filho caçula.Eu mesma acho que ele será o próximo Manoel Carlos- autor de novelas da Globo. Bem ,vamos lá.Meu filho tentou explicar-me porque compete tanto com a irmã contando-me a seguinte versão:
“Mãe, minha irmã já tem seu lugar Garantido. Por isso só me resta ser o Caprichoso. Ela por ser a mais velha já é a mais inteligente, mais bonita, mais educada, a que já fez mais coisas..enfim, tem lugar garantido e nada a tirará do seu trono de campeã invicta. Portanto, volto a dizer que resta-me ser o caprichoso. Tenho que me esforçar muito para ser pelo menos igual. Busco incessantemente algo que ela não goste ou não tenha feito para que eu, o Caprichoso, possa dedicar-me e tentar superá-la. Ela, em contrapartida, nada precisa fazer, está e estará sempre Garantida.”

Agora é a minha vez dizer que só me resta rir e escrever sobre o assunto. Nada que eu faça ou diga provará o contrário. Pelo menos, serve-me de consolo que meu filho, o Caprichoso, não só entende bem do folclore nacional como ainda cria em cima! É, definitivamente, ele tem criatividade para filosofar em qualquer ocasião. Haja argumentos!!
NOTA: Em Parintins ( AM):
Encenação - No Festival, os dois grupos contam a história do Pai Francisco e sua esposa, a Mãe Catirina, que está grávida e tem o desejo incontrolável de comer língua de boi. Pai Francisco mata o melhor boi da fazenda para satisfazer o desejo da esposa. Pai Francisco seria levado à cadeia, mas a história tem um final feliz, com o “Boi” sobrevivendo graças aos rituais do pajé. Pai Francisco é perdoado e tudo acaba numa enorme festa celebrando a vida do “Boi”. Isso tudo é representado nos três dias de festas para toda a população.
O Festival  aborda diversas temáticas, principalmente a cultura regional: como os rituais indígenas, as danças tribais, costumes dos ribeirinhos e as lendas, representado por meio de encenações, alegorias lendas, bonecos e trajes. É muito parecido com o carnaval, mas é uma festa mais regionalizada.
Visualizado em 18/02/ 2014 em:http://www.turminha.mpf.mp.br/nossa-cultura/folclore/copy_of_festa-do-boi
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sábado, 15 de fevereiro de 2014

Paz de Espírito

No Ano Novo é comum as pessoas optarem por vestir roupas brancas. Vestimos branco  almejando um ano de paz. Pedimos paz exterior quando, muitas vezes, o caminho inverso faz -se necessário, A Paz tem que brotar de dentro de nós e então modificar o ambiente exterior. Segundo o site,http://www.significados.com.br/cor-branca/, a cor branca significa paz, pureza e limpeza. É também chamada de "cor da luz" porque reflete todas as cores do espectro. A cor branca reflete todos os raios luminosos proporcionando uma clareza total.

O branco é símbolo da paz, da espiritualidade, da inocência e da virgindade. Na cultura ocidental a cor branca está associada à alegria, enquanto no oriente está associada à morte, ao luto e à tristeza.

A cor branca também simboliza a virtude e o amor a Deus. É uma cor que sugere libertação, que ilumina o lado espiritual e restabelece o equilíbrio interior.
Por isso, admiro as flores brancas em meu caminho: elas me lembram que só depende de mim.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Filosofando em lilás

Quando eu fazia uma das minhas pós graduações, o professor de Filosofia disse que podemos filosofar em todo canto. Nesse dia, pensei que eu filosofo enquanto dirijo. Como não filosofar quando encontro estas flores em meu caminho! Acredite, ...eu estaciono o carro e fico admirando a árvore e suas flores. Pesquisando sobre a cor destas flores, veja o que descobri:O lilás é um roxo pendendo mais para o azul. Significa espiritualidade e intuição, portanto, uma cor metafísica. É a cor da alquimia e da magia. Ela é vista como a cor da energia cósmica e da inspiração espiritual. A cor lilás é, segundo místicos, excelente para purificação e cura dos níveis físico, emocional e mental. Ajuda a encontrar novos caminhos para a espiritualidade e a elevar nossa intuição espiritual.

Lilás simboliza respeito, dignidade, devoção, piedade, sinceridade, espiritualidade, purificação e transformação.

O lilás representa o mistério, expressa sensação de individualidade e de personalidade, associada à intuição e ao contato com o todo espiritual. É aconselhável para locais de meditação.
Visualizado em:http://www.significadodascores.com.br/significado-do-lilas.php

Bom dia a todos!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

No meio do caminho

As férias acabaram. Viajei e também curti a praia e tudo que a cidade oferece, passei momentos incríveis com minha família e amigos. Você poderia achar que estou triste.Mas, não estou porque amanhã volto a trabalhar re-energizada e sei que encontrarei flores lindas no meu caminho como estas que estou postando. Ao vê-las no caminho para o trabalho, a felicidade toma conta do meu dia que se inicia!
No meio do caminho de Drummond tinha uma pedra, no meio do meu, tenho flores!!!





domingo, 26 de janeiro de 2014

Desapego

Caminhar pelas  paragens deste mundo não é tarefa fácil. Às vezes, caminhamos apressados sem  olhar a nossa volta, outras, vagarosamente também sem prestar muita atenção pois, na verdade, o caminhar é para dentro de nós mesmos. Destas tantas, por vezes nos presenteamos com um olhar observador que estaciona sobre o que vai no caminho, pensa, analisa e filtra.
Da mesma forma, algumas vezes ocorre o  andar por sobre nossos sentimentos. Percebo que, às vezes, eles vêm e nós os jogamos de escanteio de modo a fugir rapidamente daquilo que nos incomoda  ou dói. Porém, eles sempre retornam e insistem, persistem, gritam ou sussurram.
A melhor saída ainda é enfrentá-los de chofre, sem temores e de uma vez só! Quedar-se inerte permitindo que a avalanche de sentimentos flua sem represá-la, livre e de uma única vez é a melhor saída. Enfrentar cada sentimento que emerge à superfície  de peito aberto e com coragem e honestidade, sem rodeios.
Mário de Sá Carneiro  descreveu sua existência labiríntica:“Perdi-me dentro de mim, porque eu era labirinto. E hoje quando me sinto é com saudades de mim.”

Por muito tempo, evitei recordações que doíam demais, então jogava-as para longe e movia meus pensamentos para outras paragens. Fui formando labirintos sem saída.Hoje, permito que venham, visitem-me e como nuvens sigam seu caminho. Revivo aqueles momentos, busco os significados para tais lembranças e liberto-os para o Universo com nova roupagem, devidamente catalogados e serenos.


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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Coisas que aprendi ( parte 2)

Coisas que aprendi com meus filhos:
- a andar devagar, observando cada animalzinho, cada flor, cada ladrilho do chão,
- a primeiro perguntar e depois pacientemente ouvir a versão deles da história antes de cair matando;
- a respeitar que cada um tem seu jeito e que esta característica não é melhor nem pior que  outra;
 -a enxergar que sempre se exige mais do mais velho e se é mais complacente com aquele que será sempre o bebê da família;
- que, por mais que eu tente, um sempre terá ciúmes do outro;
- que brigarão eternamente, embora sempre façam as pazes;
- que competirão a vida toda sem deixar de ser parceiros;
- que o amor incondicional existe e não acaba.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Coisas que aprendi:

Coisas que aprendi com meus alunos:

  • aprendi que é possível digerir melhor os árduos e sérios pratos  gramaticais quando  servidos juntamente com aromáticas taças de um vinho  cuja safra especial chama-se RISADA. Exemplos tirados do cotidiano de nossas vidas, além de proporcionar momentos de reflexão e ouso dizer filosofia, ajudam a compreender todos os meandros escabrosos da gramática servidos com suas regras detalhistas e uma ampla gama de exceções.
  • ah, as listas de vocabulário! Basta uma batalha entre dois grupos  para aquecer a aula e despertar a memória, desde que seguida de um chiclete  distribuído como prêmio.
  • textos de difícil digestão ficam menos indigestos se acompanhados por uma  cena de filme ou uma música.
  • redigir textos torna-se missão menos impossível se aparatos tecnológicos são permitidos ou até exigidos.



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sábado, 4 de janeiro de 2014

Mães, máquinas e modernidade

Minha mãe era costureira e, muitas vezes, adormeci e acordei ao som da máquina de costura dela. Até hoje, às vezes, pareço acordar  e ouvir ao fundo o barulho constante da máquina. Fico surpresa e, ao mesmo tempo, triste, ao perceber que não voltei à infância nem àqueles momentos  cujo movimento ritmado me embalava.
Com estes pensamentos invadindo minha mente, comecei a pensar se haveria um som que remetesse meus filhos a minha pessoa. Debati-me tentando encontrar algo até que me lembrei que meu filho me chama de menina de praia , logo talvez o barulho do mar que tanto amo poderia remeter a lembranças de mim. Enquanto entabulava esta crença, escuto minha filha gritando da sala de TV:”Mãe, também quero cappuccino!” Neste instante, percebi que o barulho que remete a mim é o do micro-ondas!!!! Sinal dos tempos, tempos modernos

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Novo blog

Olá! Venha visitar meu novo  blog. Neste novo espaço, os temas estão divididos por categorias facilitando a procura pelos temas que lhe interessam;

Educação

Pedacinhos de mim

Livros

Crônicas e histórias.

Aguardo sua visita em:http://www.consideracoessobreeducacao.com.br/
Obrigada!