sexta-feira, 27 de julho de 2012

Amigos, cigarro e projetos escolares


Nada como um bom papo  ao redor de uma mesa. Eis que eu conversava com um amigo e ele me contou sobre uma música composta por ele mesmo especialmente para um amigo. Ao ouvi-lo fiquei pensando em tudo que fazemos por um amigo. Como dizem os poetas já perdoei o imperdoável e já fiz loucuras também. Certa vez, até fui tirar satisfação para resolver umas pendências e salvaguardar uma amiga. Mas, enfim, este meu amigo compôs uma  canção para tentar livrar o amigo do vício.
Como educadora, comecei a planejar um projeto interdisciplinar de combate às drogas, ao fumo e à bebida:
·         Ciências poderia tratar científicamente dos malefícios causados ao corpo humano;
·         Filosofia trataria de discutir as perdas sociais, mentais e emocionais;
·         Língua portuguesa e estrangeira   explorariam leitura de revistas e textos;
·         Artes poderia criar slogans, cartazes e até compor músicas;
·         Matemática trabalharia estatísticas e até os alunos poderiam aprender a lidar com o Excel
·         História e Geografia também poderiam colaborar estudando  tempo e espaço.
Seria um projeto que envolveria toda a escola, discutindo um assunto tão importante para nossos jovens.
Quando eu era adolescente, todos os meus amigos fumavam e quando eles tentavam me convencer para tentar, eu dizia que discurso era bom só para político. E ainda propunha; ”Eu não tento convencê-los a parar de fumar e vocês  não tentam me convencer a fumar. Assim,continuamos amigos sem ser chatos.”
Encerro com a letra da música de  meu amigo  ( obrigada por me ceder e permitir a publicação) para servir de exemplo e motivação. Este é um amigo que usou de todos os meios para salvar outro amigo:
CIGARRO
           L V Dantas

Meu amigo, meu camarada
Este cigarro ainda te mata
Meu amigo, meu companheiro
Tua saúde primeiro
Se não podes mais beber cerveja
Beba água gelada
Tua saúde em primeiro lugar 
Senão isto tudo te mata

És um bom parceiro 
E foste o primeiro a chegar por aqui
Mas não tenhas pressa de logo partir
A galera do samba 
Vai sentir a tua falta
Larga o cigarro e o copo porque
Senão isto tudo te mata.



          

terça-feira, 24 de julho de 2012

Dividindo espaços


Viver é muito difícil? Viver em comunidade é tarefa árdua?  E dividir o mesmo apartamento ou casa,  banheiro e quarto? Quando topamos dividir nossa vida com alguém, isso significa dividir espaços e multiplicar ou somar experiências.
Eu, por exemplo, embora goste de animais,detesto quando os cachorros   sobem  nas minhas pernas e desfiam as minhas meias. Sempre detestei, pois adoro andar bem arrumada e  desprezo  um fio puxado. Bem, a campanha por um cachorro estava forte e,como educadora consciente da importância de animais de estimação para crianças, não poderia  deixar de atender este pedido.
             Neste impasse crucial, ambos temos que ceder: eu aceito o cachorro em casa, mas não vou cuidar dele muito menos admitir que desfie minha meia. Pois bem, a Molly é um doce e tem noção de perigo pois jamais se aproxima de mim ou ousa pular sobre minhas pernas quando estou arrumada para sair. É acho que uma fêmea entende a outra.
            Achei que a Molly, era a minha máxima concessão.Hum,ledo engano.Acredite que eu tenho,em minha linda sala de visita, uma prancha  de surf tão grande que não cabe nem no elevador do meu prédio. Bem,esta está mais difícil de aceitar. Olha,eu já aceitei bicicleta, patinete,skate e patins(ressalva feita que o skate eu ainda tenho na minha cozinha e a bicicleta no bicicletário), mas estava difícil de agüentar a mega prancha....até que..
            Gente, vocês sabem aquela frase do Chico Xavier que circula pela internet dizendo que TUDO PASSA?  É verdade, agora a prancha não me irrita mais. Tenho uma guitarra com amplificador na minha sala!!!!O problema não é  estar na sala pois pode ficar no quarto dele. A questão é....não dá pra disfarçar,ignorar  ou fazer de conta que não está vendo porque eu estou sempre ouvindo. Nem trancada na minha suíte,eu consigo escapar.Começo a ficar feliz quando meu filho diz que vai sair de casa e preocupada quando ele  liga dizendo que está vindo pra casa!!
            E eu que achava que um monte de roupinhas de Polly espalhadas pela minha sala de visita  eram um terror!!! Só me resta torcer para que Chico Xavier esteja certo e a fase passe  logo. Pensando bem, melhor ficar assim..vai que ele resolve estudar bateria!



domingo, 22 de julho de 2012

TV e depressão


                        Meu filho  tinha uma semana de vida e estava dormindo,então liguei a televisão para me distrair um pouco.O telejornal  descrevia um assassinato que havia acontecido. Aquela reportagem mexeu tanto comigo que passei a noite em claro flutuando entre pensamentos amedrontadores e violentos.A partir daquela noite abandonei os telejornais a noite, antes de repousar é melhor ter bons e alegres pensamentos para garantir uma boa noite de sono.
                         Mais recentemente, algumas amigas estavam conversando sobre a novela. As atrocidades e maldades descritas eram tantas que questionei o motivo que as leva a assistir tais  programas.Entretanto,não souberam explicar.
                         Talvez eu seja mais suscetível, porém acredito que, assim como eu, muitas outras pessoas também se sentem incomodadas com a programação da TV.  Uma prova disso é o crescente interesse em programas que cobrem festas e eventos em geral. As pessoas cansaram da violência e antes que a depressão seja instalada estão mudando seus hábitos.  
                        Esta semana,por exemplo, reuni-me com amigas para o projeto do coração.Era uma ideia simples,confeccionar corações  para uma campanha local de gentileza e solidariedade;todavia,nossa primeira deliberação foi de só falar e pensar coisas boas. Munidas deste ideal,acabamos discutindo a questão da violência e maldade na programação da TV.
                         Pense e medite com carinho.Precisamos disso em nossas vidas? Vamos prestigiar aquilo que nos faz bem.

                          

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Dias de chuva




Sentada em um café enquanto observo as pessoas que passam, começo a viajar para outros lugares e tempo. Imagino J.K. Rowling escrevendo Harry Potter, Victor Hugo inspirando-se para mais uma criação,Simone de Beauvoir filosofando com Sartre, Vinicius redigindo seus poemas e canções e Machado de Assis caminhando pela rua e retratando seus personagens.
Meu cappuccino chegou e transporto-me para os parques da Disney onde tantas vezes sentei-me observando as pessoas  enquanto eu sorvia um chocolate quente.
Impossível não filosofar sobre  a vida. A correria faz parte da vida de todos nós. Não temos tempo para a família, os amigos, leituras ou um simples café. Tudo é feito correndo, pulando como macacos  de galho em galho nas árvores, porém  pulamos de um compromisso para outro.
Onde está a tecnologia que deveria nos aproximar e deixar-nos com mais tempo livre? Onde está o tempo economizado com aviões, emails, telefonemas e redes sociais?
Minha mãe dizia que a natureza é sábia. Há dias de sol para ficarmos ao ar livre e dias de chuva para ficarmos em casa. Curtir casa, família e reunir os amigos no aconchego do lar.
De repente,  o telefonema de uma amiga interrompe meus devaneios dizendo que está organizando um jantar para comemorar o meu aniversário. Penso imediatamente  - Como sou feliz!!!
            Encerro meus devaneios e o cappuccino lembrando da Bíblia que ensina que há um tempo certo para tudo. Há o tempo de semear,plantar e de colher. Vamos dar uma chance ao tempo. 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Aprendemos quando erramos


Já  afirmava Jean Piaget que o erro é necessário quando se quer aprender e para David Ausubel aprender significa ampliar e reconfigurar ideias. Por isso, acredito que o professor deve estar sempre preparado para interromper o planejamento e trabalhar as novidades que surgem no caminho.
Assim, certo dia, como diria Drummond “ tinha uma pedra no meio do caminho”. Ao corrigir as provas, descobri que uma aluna deixara todo um exercício sem fazer e, por luxo, era o mais fácil de todos. Na verdade, ela o deixara por último pois sabia fazê-lo e depois, simplesmente, esqueceu.Embora morrendo de dó, não tive outra alternativa a não ser descontar os pontos daquela questão.
Na aula da entrega dos resultados, aproveitei para trabalhar este fato. Deixei bem claro que eu tinha certeza que ela sabia as respostas, porém infelizmente, ela as deixara em branco. Salientei ainda, para todos, que este fato trazia uma lição para todos nós. Eu aprendi a conferir se os meus alunos efetivamente completaram todas as questões ao receber uma prova e todos os alunos aprenderam a importância de conferir as respostas antes de entregar.
Esta aula trouxe uma lição muito prática e importante para nossas vidas. Sempre vale a pena interromper a sequência e o programa e explorar as pedras no meio do caminho.

sábado, 7 de julho de 2012

Steve Jobs e mentes inovadoras


Ao apanhar meu filho na escola, ele me disse:”Mãe, hoje eu vi como eu  fui um pirralho pentelho!” Ao questionar o motivo de tal afirmação, ele me explicou que viu um menininho na escola fazendo exatamente o que ele fazia quando tinha a mesma idade.Explicou-me que adorava fazer exatamente o oposto do que era determinado. Porém, ao ver o menino fazer o mesmo percebeu como ele agira errado e quanto transtorno deve ter causado.
Ao ouvir esta análise, percebi o quanto meu filho é inteligente emocionalmente, pois é capaz de analisar sua própria conduta, refletir e, principalmente, mudar a partir deste confronto. De fato, ele me deu muito trabalho, porém hoje é uma pessoa muito especial.
Toda esta conversa fez com que me lembrasse da explicação de Steve Jobs sobre mentes inovadoras e criativas: “ Quando você pergunta a pessoas criativas como fizeram alguma coisa, elas se sentem um pouco culpadas, porque, na verdade, não fizeram aquilo;elas só viram algo. A coisa lhes pareceu óbvia depois de certo tempo, porque conseguiram conectar experiências que tiveram e sintetizar coisas novas. E o motivo pelo qual elas conseguiram fazer aquilo é que tiveram mais experiências do que outras pessoas.”
Parece-nos, de uma maneira geral que todos nós temos as mesmas experiências uma vez que todos temos uma família, vamos à escola, trabalhamos e interagimos com amigos;entretanto, se observarmos cuidadosamente, perceberemos que, infelizmente, muitas pessoas furtam-se a oportunidade de vivenciar experiências diversificadas. Algumas pessoas são movidas, ou melhor, ficam inertes pelo medo, outras por uma proteção exacerbada, mas, infelizmente, sem a experiência, não há pontos suficientes para conectar e acabam tendo sempre soluções muito lineares sem uma perspectiva mais ampla.
Voltando a Steve Jobs: “Quanto mais amplo é o entendimento de uma pessoa sobre a experiência humana, melhor será o design resultante.” Por isso, corra, pule, chore, tome chuva, deixe-se levar pela vida. Os tombos são necessários para nos ajudar a refletir sobre os momentos e ser capaz de unir os pontos. Talvez, agora, estudar inglês ou praticar um esporte  não faça nenhum sentido. Mas, lá na frente esse conhecimento poderá ser muito útil.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Dia do Amigo


Há alguns anos atrás, as escolas usavam como estratégia de marketing o Dia do Amigo. Neste dia, previamente agendado, os alunos poderiam trazer um amigo para participar das atividades especialmente preparadas.
Por muito tempo, achei que  a estratégia havia simplesmente caído em desuso.Entretanto,conversando recentemente com mantenedores de várias escolas, descobri que os únicos amigos que as crianças têm são os que freqüentam a  mesma escola.
Este fato surpreendeu-me devido a existência de tantos condomínios com áreas de lazer que têm florescido pela cidade na última década. Este quadro pareceu-me sombrio e triste.
Lembrei-me das aulas de história quando fui ensinada que o ser humano é um ser gregário. O que está acontecendo com este lado do ser humano? Será que a violência, o trânsito, a correria e a Internet estão extinguindo com esta característica?
Ao refletir sobre isso, lembrei-me do livro Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. Neste livro, as pessoas vivem em seus pequenos núcleos e  são pré-condicionadas biológica e psicologicamente para corresponderem a certos padrões. As castas não se misturam, não pode haver interação  afetiva muito menos sexual. O mais chocante para mim,neste livro, foi o fato de que falar em pai ou mãe era considerado vergonhoso.
Então, comecei questionando-me se estamos caminhando para este fim. Primeiro restringimos o campo das amizades e depois....estaremos caminhando para o isolamento?

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Artigo publicado no Blog da Oxford


Using technology to improve writing activities

Anna Silva has been a language teacher for over 20 years in Brazil, teaching in state and language schools. Here she talks about how she uses technology with teenagers to improve their writing.
The fact that teaching teenagers is a difficult task goes without saying. I feel it’s been more and more difficult to draw their attention to what I’m teaching. They come to classes so full of energy that making them concentrate on learning grammar or writing seems an impossible task. At the same time, very little or nothing has been done to change this current situation. In fact, it seems that the more we teachers try, the further away our goal seems to be. What can we do to successfully hold their attention?
There is no doubt that experience and good textbooks do help a lot, but technology has proved to be one of the best tools because adolescents love all kinds of gadgets and software. Teenagers are always so involved with attractive and fast-paced webpages and social networking sites that a classroom, a teacher and a board seem boring and unattractive to them.
Only a few years ago a song or a scene from a movie would do wonders when it came to arousing students´ interest; nowadays, however, these resources are losing their novelty. For this reason, I think that newer technology can be an effective way to catch students’ attention and interest and help me lead my students along the path of learning a second language.
Although choosing a good textbook has certainly made my life easier as a teacher, I often feel like going beyond text books and surprising students with a different project.
This year I was teaching narrative tenses and mini sagas when I came up with this idea of using technology to catch their interest and attention. I needed something simple but innovative. As all my students have mobile phones with cameras, I invited them to walk around the school, choose something, take a picture and write a 50-word story based on that picture. At first, it was a mess. They just could not understand what I meant. It was amazing to see how difficult it was for the students to leave the comfort zone of our classroom and walk along the corridors and patio searching for a good spot to be photographed. They were really hesitating and feeling awkward.
Fortunately, in pairs, they decided to take risks and give themselves a chance. The experience was successful not only in terms of language acquisition, but also in terms of sociability. They went out of the classroom shyly and started walking around the school exchanging ideas with their peers. I was surprised with the results. They took good shots and created some interesting mini sagas about flowers, chairs, computers – even a poster about a new course was used as a springboard to start a story. They found out how creative they are, which was great for their self-esteem.
After this experience, I wanted to explore the idea of using Twitter as a learning tool because I had noticed they were always text messaging or sending tweets to their friends about everything all the time. As it was proving difficult to make them keep their mobiles off during our classes, I was trying to figure out a way to use Twitter as a tool not an enemy. Not until we started discussing short stories from the Reading Circles did I find the appropriate moment to propose it.
Reading circles are a great technique to work with reading; however, I have always felt the lack of a suitable follow-up activity. So, after discussing one of the stories, I asked them to send me a tweet summarizing the story in 140 characters. Some of them argued that they didn´t have twitter which would make it impossible for them to do the task. However, I was ready to solve any difficulty presented. The students were allowed to send me a tweet or a pretend one by email, or by Facebook. I even said they could write it by hand.
In the end, what they expected to be a piece of cake ended up taking much longer. They had to write and re-write it many times until they got to the number of characters permitted without using abbreviations, but keeping the summary meaningful.
Sooner than I expected, I had my students writing and rewriting texts with real enthusiasm and that made all the difference in my daily life as a teacher. Not only were they motivated, but I was too. All in all, I noticed that they improved their written skills by analyzing how the process of writing requires thinking and editing, and how much easier it is when one has a wide range of vocabulary.
How have you used technology to improve your students’ writing?