quinta-feira, 27 de junho de 2013

A Caderneta



Em busca do auto-conhecimento, aprendi uma técnica com uma amiga que estou seguindo ou melhor tentando seguir. Anoto situações, como me senti, o que fiz e como deveria agir da próxima vez. Relendo mais tarde o que escrevi posso rever minhas próprias atitudes, analisar o que me fez agir daquela forma, se já consegui alterar o padrão de comportamento e o caminho que estou seguindo. Carrego minha cadernetinha para todo canto. Às  vezes só releio, outras  rascunho o que aconteceu e posteriormente redijo decentemente.
Tenho também um diário de sonhos ao lado da minha cama. Quando desperto ainda que de madrugada, anota algumas palavras ou tudo que me lembro. É interessante observar que alguns sonhos são premonitórios e me ajudam muito, outros dão dicas de como agir e outros são apenas relaxantes ou revivendo algum  momento que ficou para trás.
Destas formas escrevo para mim mesma, por isso  resolvi também ter este blog onde resumo livros, comento palestras, descrevo momentos que vivi, sentimentos, respondo perguntas que me são feitas e toda uma miríade de oportunidades foi se abrindo para mim. À princípio, era pra ser um arquivo de meus estudos, mas com o tempo foi tornando-se público e hoje compartilho histórias que são, inclusive ansiosamente aguardadas por aqueles que dividem suas vidas comigo ou acompanham minhas peripécias.

Escrevi tudo isso só para dizer que concordo com Tony Bellotto: “Escrever é uma sina.” Escrevo..escrevo..e não consigo parar.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Eureka!

Como afirmava Paulo Freire:” ensinar não é transferir conhecimento mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” (1996). Para  atingir tal objetivo, é necessário planejar as aulas de modo a propiciar a alegria da descoberta, despertar a mesma sensação que  levou Archimedes  a gritar EUREKA! Esta sensação de euforia permite a apropriação do conhecimento de forma indelével e não a simples memorização antes de ser avaliado.
Philippe Perrenoud  corrobora esta visão e atribui ao professor a responsabilidade pela situação da educação. Como, segundo o autor citado, não contribuir para a melhoria é contribuir para o fracasso, é interessante perguntar-se ao planejar uma aula:
  • Atingirei os objetivos?
  • O aluno será levado a fazer a descoberta deduzindo ou concluindo após enfrentar uma situação-problema?
  • Há momento para discussão?
  • Gerei um instante lúdico com aprendizado?
  • Como e quando retomarei o assunto?


terça-feira, 18 de junho de 2013

Alecrim: alegria ou concentração?

Sempre buscando uma forma de ajudar as pessoas com TDA, descobri lendo o livro Aromaterapia e massagem de Maxwell-Hudson, 2000, que o alecrim vai muito além de ser um provocador de alegria. O nome alecrim origina-se de alegria e realmente  tem  propriedades estimulantes, despertando a sensação de bem – estar e alegria.
Na Idade Média, era levado  para ajudar em situações difíceis,  usado  para ativar a circulação, aliviar sintomas de resfriado e como antibactericida, sendo queimado em quartos de pessoas doentes.
Em 1987, pesquisadores  alemães confirmaram que o alecrim tem efeito estimulante sobre o sistema nervoso central. Portanto, ajuda nos estudos e na concentração. Para obter esse efeito, é aconselhável difundir o aroma no local onde estiver estudando, passando no pulso, tomando um banho ou umedecendo um lenço. Voltar a sentir o aroma, estimulará as células e recuperará a memória do que foi estudado restabelecendo as conexões estabelecidas durante os momentos de estudo. Assim carregar, como na Idade Média, um pouco do aroma num lenço poderá auxiliar a manter o foco e re-avivar a memória, porém cuidado não deve ser usado por aqueles que são hiperativos ou têm problemas de pressão alta.


sábado, 8 de junho de 2013

Trabalhando em equipe


A era da tecnologia está aproximando as pessoas e ao mesmo tempo, distanciando-as porque estamos nos habituando ao contato por escrito, distante e à falsa sensação de estarmos por dentro de tudo que está rolando. Como vencer este obstáculo e unir as pessoas presencialmente?
A escola tem um trabalho fundamental na formação dos futuros profissionais e esta missão começa ainda nos primeiros anos escolares com os trabalhos em grupo onde não basta simplesmente mandar a classe ser dividida em grupos. Cabe ao profissional ir gradativamente orientando e dirigindo os trabalhos até que eles sejam independentes.
O que cabe ao professor:
-primeiramente dividir os alunos em grupo segundo critérios diferentes a cada proposta porque só assim evitam-se as panelinhas e há uma interação entre todos os alunos da classe;
-estabelecer tarefas diferentes para cada membro do grupo: líder, secretária, expositor, compilador e  outros cargos inerentes a cada proposta de pesquisa;
-fazer reuniões de pauta para ver como está caminhando cada projeto proposto e as dificuldades apresentadas discutindo com os integrantes do grupo como resolver cada situação colocada;
-propor projetos que despertem o interesse e ao mesmo tempo apresentem um desafio para o grupo;
-propiciar tempo e espaço em sala de aula para que os grupos  se organizem e trabalhem sob orientação do professor.








































No livro Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?, Allan e Barbara Pease,  expõem que homens não são mais inteligentes que as mulheres nem vice-e-versa, são apenas diferentes e que estas diferenças precisam ser respeitadas e trabalhadas. Por exemplo, segundo os autores, os homens têm uma excelente visão  espacial facilitando a leitura de mapas, a visualização e formação de imagens capazes de dimensionar volume, tamanho, movimento e aspecto, tanto quanto imaginar o objeto deslocando-se no espaço, vencer obstáculos e ver as coisas em perspectiva tridimensional. Em contrapartida, as mulheres sobrepujam os homens nas habilidades  de comunicação e interação, criatividade e visão panorâmica. Os cérebros masculinos e femininos trabalham de maneira diferente em virtude dos hormônios, por isso precisamos respeitar e tirar vantagens dessas diferenças de maneira que elas venham a somar e não a dividir.
Com essa perspectiva em mente, as propostas de trabalho devem ser feitas pensando nas habilidades masculinas e femininas e abrindo espaço para que cada membro possa contribuir com alguma parcela evitando aquele eterno conflito em que uns fazem o trabalho e outros apenas têm seus nomes incluídos sem participação efetiva.
Resta a questão: Que tipo de trabalho escolar pode prestigiar todas essas habilidades? Esta questão deve ser enfrentada por toda a equipe docente conjuntamente num trabalho interdisciplinar onde homens e mulheres efetivamente trabalham em equipe!


terça-feira, 4 de junho de 2013

A seguir cenas do próximo capítulo...



Há algum tempo atrás, nem tanto quanto o Shrek em tão tão distante, ao final do capítulo de uma novela aparecia a frase “A seguir, cenas do próximo capítulo.” Lembro-me que minha mãe ficava enlouquecida com aqueles pedacinhos de cenas que davam a entender uma coisa que muitas vezes não se concretizava. Bem, você deve estar se perguntando;” Por que a Anna resolveu falar de novelas??? Só faltava essa!!!”
Preciso esclarecer que realmente não tenho tempo para novelas, até curto algumas, mas sempre acabo preferindo fazer outra coisa ao invés de acompanhar as novelas; entretanto, já percebi que normalmente os capítulos são encerrados naquela hora de clímax enlouquecedor.
Técnicas à parte e sem entrar no mérito de valores em relação à teledramaturgia brasileira, recomendo que nossas  aulas terminem sempre com um “ a seguir cenas da próxima aula”. Em uma outra postagem (http://considerasobreeducacao.blogspot.com.br/2011/10/licao-de-casa-um-desafio-para.html) , já coloquei que o final da aula não é o momento indicado para passar as tarefas de casa pois o aluno sairá da escola como quem carrega um fardo. O ideal seria terminar as aulas sempre num high pitch como defende Higor Cavalcante, porém, além disso, recomendo que seja mostrado ou dito um pouquinho da próxima aula como motivação para evitar o absenteísmo e a desmotivação.
Algumas vezes, encerro uma aula no primeiro tempo de uma competição de propósito, justamente para que aquele espírito de competição faça com que os alunos voltem animados para a desforra ou a grande virada.Também, costumo dizer que teremos algum filme especial ou mais uma cena de um filme que eles tenham gostado. Outro trunfo relevante é prometer uma música com o vídeo clipe.
Cada classe oferece uma variedade infinita de possibilidades e conhecendo as preferências pessoais dos alunos, basta jogar com aquele ponto fraco.
Prepare suas aulas detalhadamente planejando desde o ice-breaker até o follow-up sem esquecer de deixar o gostinho de quero mais!

* Visite o blog de Higor Cavalcante, há sempre ideias e experiências a compartilhar: http://higorcavalcante.com/



domingo, 2 de junho de 2013

Limites? Educação?

Nas gerações anteriores, não se falava em Limites. Falava-se em educação  da seguinte forma: “Este menino é tão educado” ou “ Esta criança é tão malcriada.” De repente, fala-se muito em impor limites às a crianças. O que vem a ser impor limite? O que é educação e bons modos?
Na minha humilde opinião, ser educado, além da concepção de conhecimento formal, é ser capaz de respeitar o espaço do outro e tratar com gentileza. Como resumiria minha mãe é ter bons modos. Esta questão dos bons modos refere-se a saber conviver em sociedade de maneira aprazível e elegante conforme a cultura e hábitos do grupo em que está inserida e engloba desde a maneira de sentar à mesa, caminhar, dirigir-se às outras pessoas, saber ouvir, pedir permissão para passar, praticar as palavras mágicas, saber esperar. São regras de convivência social que precisam ser ensinadas da mesma forma como no trânsito precisamos respeitar e saber  onde é possível estacionar, parar  ou virar. Estas regras sejam de etiquetas ou estabelecidas pelo bom senso do grupo devem ser ensinadas e praticadas.
Por outro lado, Limite é uma expressão que significa refrear um ímpeto. Em nome de educar, muitas pessoas  condicionam as crianças e jovens a seguir determinados padrões condicionando-os a agir somente daquela forma. Observo, por exemplo,  meus alunos, quando são pequenos e eu trago folhas coloridas, eles adoram e escolhem as folhas livremente conforme seu gosto ou necessidade. Posicionam como melhor lhes parece e iniciam a atividade felizes desenvolvendo trabalhos que espelham o que lhes vai na alma ou no inconsciente. Diferentemente dos adolescentes, que tendem a escolher a folha em branco, posicioná-la  sempre na vertical e  olham para aquela folha perdidos sem saber por onde começar. Foram aniquilados. Foram ensinados a seguir padrões apenas.
Por isso, os TDAs incomodam tanto. A mente criativa e inteligente deles recusa-se a ser refreada, contida, disciplinada. A imaginação precisa voar, precisa estar livre.
É interessante e contraditório ver os educadores cerceando a imaginação e anos mais tarde reclamando que os alunos não têm criatividade para redigir textos. Talvez tenham sido bloqueados ou melhor, receberam tantos limites, que já não confiam em si mesmos, temem não ser ouvidos ou entendidos.