domingo, 2 de junho de 2013

Limites? Educação?

Nas gerações anteriores, não se falava em Limites. Falava-se em educação  da seguinte forma: “Este menino é tão educado” ou “ Esta criança é tão malcriada.” De repente, fala-se muito em impor limites às a crianças. O que vem a ser impor limite? O que é educação e bons modos?
Na minha humilde opinião, ser educado, além da concepção de conhecimento formal, é ser capaz de respeitar o espaço do outro e tratar com gentileza. Como resumiria minha mãe é ter bons modos. Esta questão dos bons modos refere-se a saber conviver em sociedade de maneira aprazível e elegante conforme a cultura e hábitos do grupo em que está inserida e engloba desde a maneira de sentar à mesa, caminhar, dirigir-se às outras pessoas, saber ouvir, pedir permissão para passar, praticar as palavras mágicas, saber esperar. São regras de convivência social que precisam ser ensinadas da mesma forma como no trânsito precisamos respeitar e saber  onde é possível estacionar, parar  ou virar. Estas regras sejam de etiquetas ou estabelecidas pelo bom senso do grupo devem ser ensinadas e praticadas.
Por outro lado, Limite é uma expressão que significa refrear um ímpeto. Em nome de educar, muitas pessoas  condicionam as crianças e jovens a seguir determinados padrões condicionando-os a agir somente daquela forma. Observo, por exemplo,  meus alunos, quando são pequenos e eu trago folhas coloridas, eles adoram e escolhem as folhas livremente conforme seu gosto ou necessidade. Posicionam como melhor lhes parece e iniciam a atividade felizes desenvolvendo trabalhos que espelham o que lhes vai na alma ou no inconsciente. Diferentemente dos adolescentes, que tendem a escolher a folha em branco, posicioná-la  sempre na vertical e  olham para aquela folha perdidos sem saber por onde começar. Foram aniquilados. Foram ensinados a seguir padrões apenas.
Por isso, os TDAs incomodam tanto. A mente criativa e inteligente deles recusa-se a ser refreada, contida, disciplinada. A imaginação precisa voar, precisa estar livre.
É interessante e contraditório ver os educadores cerceando a imaginação e anos mais tarde reclamando que os alunos não têm criatividade para redigir textos. Talvez tenham sido bloqueados ou melhor, receberam tantos limites, que já não confiam em si mesmos, temem não ser ouvidos ou entendidos.


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