Nas gerações anteriores, não se falava em Limites. Falava-se
em educação da seguinte forma: “Este
menino é tão educado” ou “ Esta criança é tão malcriada.” De repente, fala-se
muito em impor limites às a crianças. O que vem a ser impor limite? O que é
educação e bons modos?
Na minha humilde opinião, ser educado, além da concepção de
conhecimento formal, é ser capaz de respeitar o espaço do outro e tratar com
gentileza. Como resumiria minha mãe é ter bons modos. Esta questão dos bons
modos refere-se a saber conviver em sociedade de maneira aprazível e elegante
conforme a cultura e hábitos do grupo em que está inserida e engloba desde
a maneira de sentar à mesa, caminhar, dirigir-se às outras pessoas, saber
ouvir, pedir permissão para passar, praticar as palavras mágicas, saber
esperar. São regras de convivência social que precisam ser ensinadas da mesma forma como no
trânsito precisamos respeitar e saber onde é possível estacionar, parar ou virar. Estas regras sejam de etiquetas ou
estabelecidas pelo bom senso do grupo devem ser ensinadas e praticadas.
Por outro lado, Limite
é uma expressão que significa refrear um ímpeto. Em nome de educar, muitas
pessoas condicionam as crianças e jovens
a seguir determinados padrões condicionando-os a agir somente daquela forma.
Observo, por exemplo, meus alunos, quando são pequenos e eu trago folhas
coloridas, eles adoram e escolhem as folhas livremente conforme seu gosto ou
necessidade. Posicionam como melhor lhes parece e iniciam a atividade felizes
desenvolvendo trabalhos que espelham o que lhes vai na alma ou no inconsciente.
Diferentemente dos adolescentes, que tendem a escolher a folha em branco,
posicioná-la sempre na vertical e olham para aquela folha perdidos sem saber
por onde começar. Foram aniquilados. Foram ensinados a seguir padrões apenas.
Por isso, os TDAs incomodam tanto. A mente criativa e
inteligente deles recusa-se a ser refreada, contida, disciplinada. A imaginação
precisa voar, precisa estar livre.
É interessante e contraditório ver os educadores cerceando a
imaginação e anos mais tarde reclamando que os alunos não têm criatividade para
redigir textos. Talvez tenham sido bloqueados ou melhor, receberam tantos
limites, que já não confiam em si mesmos, temem não ser ouvidos ou entendidos.
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