Os números são realmente importantes? Há números por toda a
parte: nas casas, nos carros, nos quadros, na música, no vestuário, no dinheiro,na base de tudo, estamos cercados
por eles. Por isso, talvez, damos mais importância às informações numéricas do
que à essência das pessoas. Por exemplo, sabemos ou procuramos saber: o número
do telefone, a idade, o endereço, a altura, o peso, quanto ganha, quanto gasta,
quanto tempo durou,quanto custou, o número do calçado ou da roupa. Observando tudo isso, sinto-me resumida ao
número do meu RG e do CPF, aliás quem não sabe de cor esses números não faz
nada, não compra nem um sanduíche.
Quando era adolescente – há bem pouco tempo atrás, diga-se
de passagem, rs- olha aí mais um número, o tempo – lembro-me que uma professora
ao pedir que nos apresentássemos
disséssemos nossa cor favorita. Na época, minha cor favorita era o rosa e, após
ouvir atenciosamente a todos nós, ela explicou que a nossa classe era uma
classe calma, pois a grande maioria dissera que o azul era sua cor favorita.
Além disso, ela foi explicando o significado, em linhas gerais de cada uma das
outras cores. Para mim, por exemplo, ela disse que a preferência pelo rosa
indicava uma pessoa amorosa e possuidora de uma energia equilibrada.Senti-me
fora do grupo onde quase todos escolheram o azul, porém a explicação dela,
confortou-me. Lembro-me que fiquei fascinada com as explicações e com a
professora de tal maneira que jamais esqueci aquela aula inaugural e iniciei
muitas das minhas aulas da mesma maneira, pois achei uma forma excelente de ter
uma visão geral dos alunos e da classe como um todo de maneira rápida.
Neste momento em que revejo essa aula, verifico que, como me
foi dito num comentário “mantemos na memória tudo que é posto na primeira
infância” e essas memórias podem nortear
nosso futuro e nossas escolhas de uma forma inacreditável, embora inconsciente.
Ao escrever esse texto, aquela aula brotou rapidamente em
minha mente e, com ela, aquela sensação de
admiração por alguém que enxergava ou, pelo menos, buscava ver além dos
dados pessoais.
Qual a sua cor favorita? E das pessoas que vivem em sua
casa? De seus amigos? Daquela pessoa que
você acabou de conhecer? Busque a essência e não os números, especialmente
quando estes são meros indicadores do que temos e não do que somos.
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