sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Be real - redes sociais em sala de aula

Minha mãe sempre dizia “ Se você não pode lutar contra o seu inimigo, junte-se a ele.” Foi assim que Be real começou a fazer parte de minhas aulas. Todo dia eu notava a troca de olhares entre os alunos e alguns tentando disfarçar para conseguir postar na hora certa. E aí? O que fazer? Ignorar, impedir ou juntar-me a eles. Os alunos ficavam realmente muito animados quando eu dizia que era Be real time e respeitavam os dois minutos para postagem. Eu também prometia que em 40 minutos, haveria outro break para que pudessem ver o que os amigos tinham postado. Como educadora, é claro que a estratégia foi desenvolvida com o conhecimento que tenho de neurociências. Emoções positivas expandem a capacidade que temos para ser mais ponderados, criativos e abertos a novas experiências e que para atingir este estado nosso cérebro libera dopamina e serotonina que, além de propiciar a sensação de bem estar, sustenta as conexões neurais propiciando a manutenção da concentração e a habilidade para fazer análises e resolver problemas. Assim, com o cérebro em alerta, eu continuava a aula. As aulas fluíam melhor após este pequeno break. Utilizando as postagens eu conseguia rever gramática como presente contínuo, futuro, descrição, conditionals, reported speech e tantos outros pontos dentro de um contexto significativo para os alunos.Além disso, com os Be real de minha sala de aula, a boa propaganda da escola e das minhas aulas foi bem eficaz e sem custos. Junte-se ao inimigo, mas mantenha o controle da situação. O que é Be real? BeReal is a French social media app released in 2020, developed by Alexis Barreyat and Kévin Perreau. Its main feature is a daily notification that encourages users to share a photo of themselves and their immediate surroundings given a randomly selected two-minute window every day. ( fonte: Google serach)

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

5 recomedações de leitura

Férias chegando e achei que seria interessante deixar 5 recomendações de leitura: Faça acontecer - Sheryl Sandberg - é um livro que todos deveriam ler. Para mim, foi um alerta sobre certos hábitos que, como educadora, devo incentivar nas meninas e despertar a atenção dos homens para certos aspectos. É assim que aprendemos - Stanislas Dehaene - O título se auto-explica. Importantíssimo para alunos e professores. Para educar crianças feministas - Chimanda Ngozi Adichie - É um alerta sobre coisas que nós mulheres falamos e maneiras de agir que perpetuam a diferença de gênero. O pacto da Branquitude - Cida Bento - Como preparar nossos alunos para um mundo tão desigual e o papel do educador nesta jornada. Oficina da emoções - vários autores- O próprio nome o explica. Traz alguns conceitos, algumas considerações e muitas ideias sobre como trabalhar as emoções. Recomendo todos para professores, pais, alunos e para todos nós. Creio que eles levam à reflexão.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Feriados - para que servem?

Com o número de feriados e emendas que tivemos este mês, muitos se perguntam :Afinal, feriado é para quê? Bem, cada um faz o que quer com seu tempo livre, eu em geral viajo, encontro amigos ou estudo e, confesso, que às vezes até coloco relatórios profissionais em dia. Porém, como educadora, insisto em afirmar que feriados foram criados para que possamos dedicar algum tempo a homenagear uma pessoa ou evento importante seja ele religioso ou cívico e também para nos fazer refletir, afinal é para isso que estudamos História: apender sobre o passado para entender nosso presente e criar um futuro diferenciado e melhor. Como educadora, sempre trabalho em minhas aulas que antecedem um feriado, o motivo do feriado e procuro trazer reflexões sobre o tema. Vario a abordagem de acordo com o tema e uso técnicas e instrumentos diferentes. Para mim o mais importante é conscientizar meus alunos sobre os motivos do feriado. Percebo que muitos ficam completamente surpresos com a descoberta do que está por trás de um feriado. Especificamente sobre o da Consciência Negra, este ano preparei uma atividade diferente usando uma música indicada por uma amiga. Esta amiga me encaminhou a música pedindo que eu explicasse uma questão de uso do idioma, porém já guardei e separei pensando em usar em minhas aulas na semana que antecedeu o feriado. Primeiramente, fiz um running dictation. Os alunos ouviam a música e tinham que correr e riscar na lousa as palavras que ouviram. Desta forma, treinei listening de uma forma divertida e com movimento. Num segundo momento, explorei a letra da música e fomos discutindo o sentido profundo da mensagem colocada na letra. Os alunos fizeram diversas colocações interessantes e para finalizar lembrei-os que o feriado do dia 20 é para refletirmos sobre essas questões. Recomendo a leitura do livro O pacto da Branquitude de Cida Bento e a música que usei foi Ain´t got No/ I got Life by Nona Simone. Bom feriado!

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Ocupando nossos espaços

A proposta era organizar um evento para comemorar o aniversário da cidade, da escola ou da empresa. Como eram adolescentes sugeri que refletissem e apesentassem os planos para a comemoração da escola ou do aniversário da cidade. Enquanto apresentava as condições, salientava as estruturas gramaticais que deveriam usar para conversar e até sugeri que pensassem primeiramente quais lugares de nossa cidade poderiam ser usados, inclusive mencionei o Horto, a praia e o centro histórico. Para minha surpresa, todos os grupos escolheram fazer o evento no shopping center. Como assim? Nossos adolescentes estão dentro de casa ou nos centros de compras, justamente neste momento em que os terapeutas mais recomendam a proximidade com a natureza como forma de aliviar tensões, mal estares e mudanças de humor. Por isso, sugiro que as famílias explorem espaços diferentes da cidade e que as escolas também propiciem esse contato com a natureza e com os diversos espaços da cidade. Os jovens precisam de ar livre, natureza e atividades dinâmicas. Fiquei refletindo que talvez por esse motivo as pessoas estejam em geral tão críticas, pessimistas e reclamando tanto. Na semana do Dia da Cortesia, podemos refletir e buscar ser mais leves explorando novos espaços de nossa região.

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Descoberta da América - trabalhar emoções nas aulas de história

Aproveitando o dia em que se comemora o descobrimento da América, que tal trabalhar emoções enquanto ensina história? Discutir como eram as viagens, as dificuldades, o confinamento, o racionamento de alimentos e água potável, higiene e outros aspectos. Os alunos levantam as dificuldades e colocam-se no lugar das pessoas que navegavam. Conversar sobre empatia, compaixão. Em um segundo momento, o enfoque pode ser descobertas e riscos. Quais eram os perigos que uma expedição como a que alcançou a América enfrentaria? Com o que podemos comparar uma empreitada como essa hoje em dia? Uma expedição ao espaço? Planejamento e estratégia são igualmente importantes, cálculos, treinamento e desta forma vão elencando requisitos. Hora de abordar sonhos e como alcançá-los. Aproveitar para discutir sobre levantamento de fundos e a importância de analisar e acompanhar os custos. Para finalizar, que tal encerrar discutindo como será a vida no metaverso? Ensinar história é revelar o que houve no passado e com essas experiências aprender a gerir o presente e construir o futuro.

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Emoções em sala de aula

Neste período pós pandemia, mais do que nunca, ensinar a reconhecer e a lidar com emoções é mandatório. Mas, como trabalhar emoções em sala de aula? Gosto do muito do jogo Que emoção é esta? Uso apenas as figuras. Primeiro uso as imagens e peço aos alunos que reconheçam o que está sendo representado. Após identificarmos, peço que escolham uma e descrevam quando sentem aquele sentimento e quando foi a última vez que sentiu. Retomo atividades de reconhecimento regularmente, mostrando atores em cenas de filmes e séries e as reações. Outras vezes, retomo com o baralho de cartas e peço que peguem uma carta aleatoriamente e contem quando se sentiram assim pela última vez. Estas atividades ajudam a desenvolver o auto-conhecimento. Gosto do filme de Harry Potter em Azkaban onde as crianças enfrentam o Bicho Papão. Utilizo para discutir sobre medo, coragem, situações em que sentem medo e como lidam com o medo. Mais recentemente o filme da Disney Elementos é perfeito para despertar discussões sobre a raiva, amor e ensinar o idioma também. Com diálogos simples e bem construídos, o filme é uma ótima ferramenta para conversar sobre emoções. Porém, por que é tão importante ensinar sobre emoções? Num mundo voltado para as telas onde a inteligência artificial está cada vez mais assumindo tarefas que antes eram humanas, a Inteligência emocional é o que nos diferencia. Não sabemos como será o mundo no futuro, mas precisamos aprender sobre nós mesmos para podermos encontrar nosso espaço na sociedade. Saber gerenciar emoções torna-se cada vez essencial. Todos sentimos raiva, frustração, tristeza, entretanto, o ponto principal é o que fazemos com essas emoções ou de que forma reagimos a essas emoções quando estamos em sociedade. Ouço por exemplo pessoas dizendo que as mulheres não sabem lidar com emoções e temos inúmeras cenas de filmes nas quais as mulheres perdem a razão totalmente e um homem tem que assumir a situação. Precisamos mudar essa versão de mundo. É imprescindível aprender a não exorbitar, ou seja, não sair da órbita. As emoções nos diferenciam de outros seres e da inteligência artificial. Nosso conteúdo programático tem que incluir o desenvolvimento da habilidade de gerenciar emoções. E nossas meninas têm que enxergar o poder que está em suas mãos e fazer bom uso dele da forma adequada como a protagonista do filme da Disney. Não darei spoilers. Assistam!

domingo, 20 de agosto de 2023

Rotina: aliada ou vilã?

Eu diria que é essencial. Se tivéssemos que pensar como abrir uma torneira ou pegar o lápis a cada vez que precisamos, seria um grande desgaste. Assim, também, é menos cansativo quando sigo tarefas uma após a outra tipo: café da manhã, academia, ler e-mails, preparar aulas, almoçar e etc. A quebra da rotina, às vezes, conturba e deixa as tarefas mais pesadas sem falar na frustração que geram. Pode parecer que estou indo na contramão do que as pessoas dizem. Vou esclarecer melhor, quando você está no fluxo, as tarefas caminham melhor. Por exemplo, se estou no modo preparando aulas, meu lado criativo está mais ativo, então corrigir as tarefas dadas ou decidir o que pedirei como tarefas, será melhor e mais rápido. O difícil é começar, sair da zona do conforto, largar o celular e as redes sociais que estão ativando a área da recompensa e mudar de atividade, mais difícil sim, mas pense que é recompensador. A rotina também é importante para controlar a ansiedade dos alunos. É importante para manter a tranquilidade dos alunos se eles visualizam uma lista a ser seguida tipo: data, pequena atividade para entrar no modo aula, um filme, música, conversa ou jogo para introduzir o tema, ponto focal a ser ensinado, treinar de forma controlada, abrir para outras possibilidades, corrigir tarefas, intervalo, enfim seguir uma linha que trará tranquilidade para o cérebro dos alunos e, é claro, quebrar ocasionalmente o estabelecido com algo agradável é muito bem -vindo para dar uma acordada. Para os pais sugiro, que desde que os filhos começam a ter tarefas de casa, a rotina seja implantada e seguida. Por exemplo, chegar da escola, tomar banho, comer, descansar por X tempo e sentar num determinado lugar e fazer a tarefa de casa. É fundamental que um adulto esteja supervisionando esta rotina e a realização da tarefa. O importante é ter um horário na agenda reservado e seguido. Este hábito irá perdurar, com as devidas adaptações necessárias, por toda a vida estudantil. A criança precisa ser ensinada a ter rotina: tempo para estudar e tempo para fazer as tarefas. A criança precisa ver que os pais também têm seus horários e respeitar esses momentos. Vejo alunos já no ensino médio que dizem – Não fiz a lição porque estou em semana de provas. Meu Deus!! Já não sabia que teria semana de provas? A gente só revisa na semana de provas, o estudo é diário e não podemos tirar tempo de um compromisso para alocar para outro. Desenvolver este hábito, cabe aos pais. É chato sim! Todo dia tem que lembrar e fazer respeitar o acordado. Cabe ao adulto analisar o quando, onde e cobrar. Pode ser pela manhã ou após a aula. Respeitem as características de cada pessoa, porém esse hábito ajudará as crianças a organizar o trabalho na vida adulta, ou seja, é na infância que se aprende a ser organizado. Com o home office em alta, saber planejar e organizar o tempo é fundamental. Toda rotina traz benefícios a longo prazo. Creia em mim!

domingo, 23 de julho de 2023

Às quartas -feiras vestimos rosa. Será? A onde Barbie

Esta semana postei em meus stories uma caixa de perguntas para saber a qual filme pertence a frase "As quartas, vestimos rosa" Esta frase icônica faz parte do filme Meninas Malvadas. O filme retrata a questão do bullying entre adolescentes, por isso o tema ainda é muito atual. Algumas pessoas acreditam que bullying só acontece entre adolescentes alegando que as crianças não mentem e são naturalmente boas. Na minha experiência, percebo que esta é uma crença romanceada. As crianças são fruto do meio e, portanto, também podem discriminar e isolar alguns colegas. O caminho é observar e ir fazendo as intervenções necessárias quando surgem. Como advogada, gosto de lembrar que a omissão é crime. Por isso, ao verificar uma situação suspeita, precisamos relatar e agir. Como sou facilitadora de círculos restaurativos de Justiça Restaurativa, costumo aplicar as técnicas nesses casos. Os círculos de conversa remontam a tempos primordios quando, ao redor de fogueiras, sentavam-se conversando, cantando e contando histórias. O conhecimento era transmitido nestes momentos e questões de relacionamento discutidas. Nos círculos restaurativos, não há hierarquia e todos têm direito à fala. Ouvindo cada um com suas emoções e histórias, compreendemos melhor o outro e aprendemos a conviver melhor. Como costummamos dizer em Justiça Restaurativa, todo mundo tem uma história e toda história merece ser ouvida.Pode ser o caminho para lidar com situações dificeis.

terça-feira, 30 de maio de 2023

Conversa de aluno

Estava em sala de aula aguardando que meus alunos terminassem um exercício quando uma aluna disse: - Eu não gostaria de ser um lápis. O aluno ao lado respondeu: - Eu gostaria, poderia ser levado no estojo para vários lugares e seria muito útil. Mas, minha aluna respondeu que não gostaria porque quebrariam sua ponta ou até mesmo quebrariam o lápis inteiro ao meio, rolaria pelo chão, seria esquecido, enfim, nem pensar. Porém, não terminou por aí. Falou rapidamente: - Eu seria um trem. Viajaria por vários lugares. Seria ótimo. Neste momento, percebi que os olhos dela ficaram distantes, como quem estava de fato se imaginando um trem. Achei aquela conversa tão inusitada que fiquei prestando atenção. Uma outra colega de classe disse que um trem não pode sair dos trilhos, ela ficaria muito restrita. Porém, ela já tinha resposta : - Eu quero ser um trem antigo na Europa. Andaria por todos os países da Europa. Neste momento, não aguentei e tive que dar um palpite: - Você poderia ser um trem bala no Japão! Mas, ela não gostou da ideia e ainda justificou: - Creio que o trem bala deve ser muito arrogante. Deve ser achar o máximo, grandão, poderoso, rápido e moderno. Deve olhar para os outros com ar de pouco caso, de desdém. Não gostaria de ser um trem bala! E, quando achei que já tinha ouvido de tudo na vida, uma outra aluna dispara - Eu não gostaria de ser um túnel! Meu, - um túnel???? . Olhei para ela, tentando entender do que se tratava. Ela continuou explicando que um túnel é escuro e ninguém presta atenção quando está passando. Só estão concentrados em chegar na saída. Definitivamente, nesta sexta-feira a tarde, eles estavam muito filosóficos , criativos e, definitivamente, muito empáticos. Neste instante, chegou a hora de corrigir o exercício e o momento “O QUE EU SERIA ACABOU”. Ness hora, é claro, que alguns tinham viajado no trem da minha aluna e não tinham feito o exercício. Entretanto, achei que a viagem foi bem divertida. E você? O que seria? Eu seria um livro para contar muitas histórias, levar conhecimento, diversão e reflexão.

sábado, 27 de maio de 2023

E se eu morrer amanhã?

Morte é um tabu e precisamos superar esse receio que nos impede de falar sobre a única certeza que temos na vida. Você fala sobre morte? Mais precisamente sobre a sua? Ou foge do assunto? Me conta. Eu fugia do assunto e logo interrompia qualquer conversa que enveredasse por esse lado alegando que preferia falar sobre coisas boas. Entretanto, ouvi um podcast do Itaú Personnalité no qual os participantes, além de falarem sobre a importância dos seguros, também defendiam a ideia que precisamos comunicar a família sobre o que está assegurado , onde e como. A partir daí, passei a comunicar meus filhos sobre os seguros que eu tinha, e embora eles ainda não gostem quando falo nisso, vou dizendo outras coisas como o fato de que quero ser cremada e que quero estar com um terço nas mãos, colar e brincos, tudo combinando. Lendo o livro, A morte é um dia que vale a pena viver, de Ana Claudia Quintana Arantes, comecei a pensar que não posso morrer e levar comigo todo o conhecimento que tenho na área educacional. Por isso, estou organizando um curso para compartilhar meu conhecimento com professores em início de carreira ou profissionais com experiência que queiram novas ideias. Se estiver interessado, me mande um email: silva.mss@gmail.com

domingo, 21 de maio de 2023

Lidar com frustrações se aprende em casa?

Adriana Foz inicia um capítulo de seu livro sobre Frustrações com a frase de Içami Tiba “ Criar uma criança é fácil, basta satisfazer-lhe as vontades. Educar é mais trabalhoso.” Porém, como superar a frustração? Cada vez mais percebo que as novas gerações não conseguem lidar com as frustrações. Segundo a autora do livro Frustração este exercício deve ser ensinado às crianças e praticada ao longo de toda a nossa vida. A autora ainda coloca que “ Permitir, então, que seu filho erre, se frustre e supere é o presente mais precioso que você pode lhe dar, por incrível que pareça.” Achei interessante também a colocação da autora que nos leva a pensar muito ao afirmar que é melhor aprender sobre frustrações num ambiente controlado e amoroso como é a família a ter que aprender com as situações adversas da vida. Coisas simples como aprender a esperar sua vez, fazer pequenas escolhas, lidar com o tempo, seguir uma rotina e lidar com o não devem ser ensinadas em casa. Algumas áreas do cérebro precisam ser amadurecidas e treinadas ao longo da infância, portanto vale a pena aguentar a birra e o choro em prol de um treinamento para exercer o autocontrole. Lembro que uma vez eu tentava ensinar meu filho que era um tanto intempestivo que ele deveria contar até dez antes de sair batendo nas pessoas, derrubando cadeiras ou batendo portas. Jamais esqueci a resposta confusa dele ao me dizer que ele só sabia contar até 5. Sorri e disse para contar até cinco duas vezes. Confesso que não foi um caminho fácil, mas fui ensinando cotidianamente a lidar com frustrações e exercer o autocontrole. Com muito orgulho, afirmo que fui bem-sucedida na minha jornada, embora não tenha sido fácil. Como dizia Içami Tiba, “educar é trabalhoso.” Como professores, também temos nossa missão. Costumo ensiná-los a lidar com a ansiedade escrevendo na lousa o que será feito na aula e o tempo que planejei usar para cada atividade. Nem sempre conseguimos chegar na parte mais gostosa que são as atividades lúdicas ou, então, preciso interromper uma atividade divertida para poder seguir com outras atividades. Todos esses momentos, são momentos de aprendizado com bastante reflexão.

terça-feira, 21 de março de 2023

Março: atividades diversas para todos

Aproveitando o mês da mulher, vou descrever uma aula que dei ano passado e não foi em Março. Eu havia ensinado o vocabulário de roupas na aula anterior. Então, nesse dia, levei todas as roupinhas e acessórios das bonecas Polly da minha filha e desenvolvi várias atividades: - coloquei todas as roupinhas em cima de uma mesa, eu falava o nome da roupa em inglês e os alunos tinham que encontrá-las . Era assim tipo um Where´s Wally? Este exercício é excelente para o cérebro e desenvolve a atenção. - competição: eu descrevia os trajes e os alunos vestiam as bonecas com o que eu descrevera. O vencedor? Quem vestia a boneca primeiro. - cada aluno era o chefe, ou seja, eles descreviam e os outros vestiam as bonecas. Bem, qual a relação dessas atividades com o mês das mulheres? Nenhuma. Na verdade, um único menino perguntou se ele iria brincar de boneca. E eu respondi - Você vai rever o vocabulário de roupas. E todos aprenderam muito e se divertiram também. Em um outro dia, o assunto era esportes. Levei taco de baseball, bola de baseball, bola de basquete e skate. Todos curtiram muito aprender sobre os esportes e tentar jogar. Não há atividades para meninos e para meninas em sala de aula. Há janelas de oportunidades e mostrá-las aos estudantes é a nossa missão.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

ChatGPT e as profissões atuais

Já ouviu falar em Chat GPT? Trata-se de um software que gera conteúdo completo com o simples digitar de algumas palavras chaves. O texto criado é muito em geral muito bem elaborado sendo capaz de criar também música e poemas com pedido feito por áudio ou por escrito. Alguns jornalistas já estão usando para redigir notícias simples meio robotizadas mesmo. A questão é se este software avançado poderá substituir redatores, editores, jornalistas, escritores, advogados e artistas? Como já se vem discutindo há algum tempo a Inteligência Artificial irá sim ser capaz de fazer muitos trabalhos ou tarefas de criação que são feitos por seres humanos atualmente. Foi realizado um teste no Brasil em que as questões do Enem 2022 foram aplicadas no programa. Se ele fosse um aluno, estaria na média dos alunos brasileiros. Algumas questões foram resolvidas de forma errônea, outras não foram resolvidas e a redação foi considerada sofrível, ou seja não passaria para Medicina, mas passaria para outras carreiras cuja nota de corte é inferior. Feitas estas colocações, é claro que o software será ajustado e conseguirá ser aperfeiçoado. O que será dos empregos? As pessoas têm que começar a pensar em recolocação e mudança de carreira. Como este processo não é rápido, está mais do que na hora de buscar outras qualificações. E como fica a educação e a escola para as novas gerações? Aquela tecla que temos batido incessantemente, a escola tem que desenvolver as habilidades que a IA ainda não consegue realizar: trabalho em equipe, empatia, liderança inteligente, análise de problemas, solução de conflitos, desenvolvimento de network, inteligência emocional, flexibilidade e raciocínio crítico levando em conta variáveis subjetivas. NOTA: Para mais reflexões, ouça o Podcast Avanços da inteligência Artificial do POD ISSO, meninas? na sua plataforma favorita.