domingo, 30 de julho de 2017

Pokemon e a aposentadoria

Pokemon Go..e muitos acompanham e vão..Volta à infância? Falta do que fazer? Perigoso? Golpe para pesquisar  e adentrar nossas casas? Bem, se esta teoria for correta, estou f.... porque meu quarto, por algum motivo que desconheço é um lugar muito aprazível para pokemons.  Acreditem, já acordei com minha filha sentada na minha cama com o celular na mão no meio da madrugada. O que ela fazia? Caçava pokemons raros??!!!!! Como assim, estou cercada, nem no meu quarto tenho paz?? Estarei sendo vigiada?? Meu George Foreman é outra área muito adorada pelos bichinhos das pokebolas. Segundo me explicaram é o quadrilátero em que meu apartamento está localizado. Estou até pensando se posso ganhar um dinheirinho negociando esses pokemons alojados em casa.
O lado bom é que minha filha antes sedentária, agora anda  muito a pé ou de bicicleta e segundo ela, fez muitos amigos. De fato, vejo famílias inteiras saindo juntas em caça dos pokemons, logo o jogo está proporcionando exercícios e momentos em família.
Claro, que tudo tem seu lado positivo e negativo como pessoas tendo seus celulares roubados,  sendo atropelados em meio a batalhas ou caçadas ou mesmo deixando de estudar ou trabalhar para duelar.
Porém, voltando ao lado positivo. Minha filha conheceu vários idosos participando ativamente dos jogos, pegando ônibus para ir atrás das pokestops ou ginásios, dançando de felicidade ao caçar um pokemon raro e mandando os netinhos correrem na frente para pedir que o grupo de jovens esperem por eles para iniciar a batalha.

E eu que achava que faria tricô, crochê ou bordado quando me aposentasse, começo a me preocupar, pois   com as artes manuais eu ainda quebro um galho, mas jogar pokemon??? O que será de mim na velhice. Ficarei no ostracismo??

terça-feira, 18 de julho de 2017

Eu e o pé de feijão

Após alguns pouco dias viajando, ao retornar  à minha casa, deparo-me com algo verde dentro do coador de café que havia ficado secando no lava-louças em cima da pia. Toquei levemente acreditando ser um bichinho somente para surpreender-me ao verificar que eram brotos de feijão..e acredite-me estavam  germinando. Deixei-os  quietinhos lá..crescendo até que meus filhos chegassem em casa. Eu conseguia entender que feijões enclausurados numa casinha-coador quentinha, com a umidade que vinha da pia proveniente da água que escorrera da louça lavada e o sol que toda  tarde  visita minha cozinha, trouxessem vida à minha casa. Contudo, o que os feijões faziam dentro do coador de café????
Aguardei a chegada de meus cientistas-detetives para esclarecer o mistério sem tocar nas evidências. E os feijões foram crescendo  sem vergonha ou qualquer sinal de embaraço. Até pensei, se meus filhos não teriam trocado nosso carro, já que não temos uma vaquinha, por feijões mágicos e, em breve, eu teria acesso à galinha de ovos de ouro. Porém, nosso carro, permanecia na garagem.
Meu filho, quase um membro do staff  Jeffersonian, analisou as evidências e concluiu que ao ao lavar os feijões para cozinhar, a empregada não percebeu que alguns caíram acidentalmente no coador  originando o crescimento da espécie.
Minha filha, a sonhadora escritora, já construiu uma história e pasmem, quando percebi ela estava regando os feijões continuamente para que crescessem. Segundo ela, os pés de feijão a levariam a Alemanha para rever o irmão que lá reside.
Resolvemos interrogar nossa  única suspeita no caso. Para nosso desapontamento, ela não fazia a menor ideia de como os fatos ocorreram, mas afirmou ter feito café pela manhã apenas. Assim, conseguimos determinar pelo menos a hora aproximada em que o fato gerador  ocorreu – após às 10 da manhã. A interrogada, também, acrescentou que ao ver os brotos do feijão, até concluiu que estávamos iniciando uma horta em casa. Em tempos de crise,  por que não?
Os feijões tornaram-se famosos e foram os personagens principais de várias postagens nas mais diversas redes sociais desde snapchats  até meu blog, percorrendo  o mundo,  rendendo muitos comentários, curtidas e compartilhamentos. Tomaram ares internacionais.
Antes que a sonhadora ou o cientista do Instituto Jeffersonian resolvesse escalá-los em busca de histórias para contar ou pesquisas, nossa única staff member resolveu colocar fim ao crescimento dos feijões até porque ela queria beber café.
Porém, antes disso, usei-os como prova de que:
- em qualquer idade, as pessoas ainda curtem uma plantação,
- é possível rir em família por qualquer motivo,
- se feijões são resilientes, quem dirá nós seres humanos.
Há esperança para nossas vidas mesmo após um grande sofrimento ou transformação. A vida sempre encontra um caminho. Usa a imaginação!

domingo, 9 de julho de 2017

Filosofando no estudo do meio

Acredito que escolas não devem fazer passeios ou excursões sem um objetivo bem definido e uma proposta pedagógica embasando a saída da escola. Mesmo com tudo isso, há sempre elementos surpresa que surgem onde menos se espera.
Ao acompanhar alunos e professores de ciências ao Aquário de São Paulo, deparamo-nos com um jacaré albino isolado dos outros. A monitora nos explicou que ele fica separado porque não pode pegar sol e como o teto do outro recinto é aberto, ele tem que ficar neste outro isolado, mas sem sol.
Fique um bom tempo admirando o jacaré e perguntava aos alunos que por ali passavam:
- Vocês não acham que ele se sente só?
-Será justo, só porque ele é diferente?
- Como você se sentiria?
-É um caso de bullying?
Fui fazendo essas perguntas para despertar nos alunos alguns sentimentos. Gradativamente, fui colocando-os no lugar do animal. E ajudando-os a pensar em como seria viver assim isolado. Deixei-os  pensando no assunto enquanto tiravam fotos.
De volta à escola, este foi  um tema a ser trabalhado na aula de redação. Foi aberta uma discussão sobre a questão da  solidão e da inclusão.  Fizemos uma transposição para nossa  vida  cotidiana para só depois apresentar a proposta da criação do texto. Os alunos poderiam criar uma fábula ou uma história  contada pelo jacaré albino na posição de narrador –personagem.
Um estudo do meio pode e deve transcender a disciplina e proporcionar a interdisciplinaridade gerando uma integração e muita construção de conhecimento.