Acredito que escolas não devem fazer passeios ou excursões sem um objetivo bem definido e uma proposta pedagógica embasando a saída da escola. Mesmo com tudo isso, há sempre elementos surpresa que surgem onde menos se espera.
Ao acompanhar alunos e professores de ciências ao Aquário de São Paulo, deparamo-nos com um jacaré albino isolado dos outros. A monitora nos explicou que ele fica separado porque não pode pegar sol e como o teto do outro recinto é aberto, ele tem que ficar neste outro isolado, mas sem sol.
Fique um bom tempo admirando o jacaré e perguntava aos alunos que por ali passavam:
- Vocês não acham que ele se sente só?
-Será justo, só porque ele é diferente?
- Como você se sentiria?
-É um caso de bullying?
Fui fazendo essas perguntas para despertar nos alunos alguns sentimentos. Gradativamente, fui colocando-os no lugar do animal. E ajudando-os a pensar em como seria viver assim isolado. Deixei-os pensando no assunto enquanto tiravam fotos.
De volta à escola, este foi um tema a ser trabalhado na aula de redação. Foi aberta uma discussão sobre a questão da solidão e da inclusão. Fizemos uma transposição para nossa vida cotidiana para só depois apresentar a proposta da criação do texto. Os alunos poderiam criar uma fábula ou uma história contada pelo jacaré albino na posição de narrador –personagem.
Um estudo do meio pode e deve transcender a disciplina e proporcionar a interdisciplinaridade gerando uma integração e muita construção de conhecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aguardo seus comentários.Eles são muito importantes para mim pois meu objetivo é aprofundar conhecimentos e esclarecer minhas próprias dúvidas.