Quando eu estava na Faculdade de Letras, uma amiga me contou
esta história de Helen Bukley e jamais me esqueci porque frequentemente vejo
pessoas em busca da beleza e simetria, esquecendo-se que a criatividade MUDA o
mundo e faz a diferença. Antigamente, por exemplo,a exigência por letra cursiva
perfeita era excruciante, hoje com os computadores, não só a letra não é mais
fator preponderante, como ficou mais fácil editar textos em termos de ortografia.Entretanto, a arte de escrever
ainda exige criatividade mais do que técnica.
De maneira alguma, estou defendendo o abandono de tais práticas, apenas estou
querendo demonstrar que numa era de jogos e tecnologia, a criatividade ainda
precisa ser trabalhada. Aqui vai a história:
“Certa
vez, um menino de cinco anos, pequenino no tamanho, em relação aos seus colegas
de sala, mas com uma grande vontade de aprender, ouviu sua professora iniciar a
aula, dizendo: – Hoje nós vamos fazer um desenho.
O
menininho pensou: – Oba! Vou desenhar! Ele gostava muito de desenhar bichos
como as vacas, as galinhas, os gatos, e também, desenhar navios, aviões e
carros. Gostava tanto de desenhar que já estava com a sua caixa de lápis de cor
em cima de sua mesinha. Escolheu um lápis de cor e começou a desenhar. Mas, foi
interrompido pela professora que disse: – Atenção, alunos! Ninguém começa ainda
a desenhar! Ela esperou que todos estivessem prontos para desenhar e disse: –
Agora nós iremos desenhar flores.
O
menininho desenhou rapidamente três bonitas flores e começou a pintá-las de
azul, amarelo e laranja. Mas teve que parar porque a professora disse: – Vou
mostrar como vocês tem que desenhar e pintar. E desenhou uma flor na cor
vermelha com o caule e as folhas verdes. – Agora, disse a professora, vocês
podem fazer o desenho da flor e pintá-la. O menininho olhou para a flor
vermelha da professora e depois para as suas três flores. Gostou mais dos seus
desenhos. Mas ficou com medo de perguntar à professora, pegou uma outra folha
de papel e desenhou uma flor vermelha com caule e folhas verdes, igual da
professora.
Outro
dia era aula de trabalhos com barro. A professora disse: – Tenho certeza de que
vocês hoje vão gostar da aula. Nós vamos iniciar fazendo alguma coisa com o
barro que está nas suas carteiras. O menininho ficou muito contente porque ele
gostava muito de fazer coisas com o barro. Ele fazia carrinhos, trenzinhos,
moinhos, cobrinhas e muitas outras coisas. Ele pegou um pouco do barro e
começou a fazer bolinhas de todos tamanhos. Mas, a professora o interrompeu,
dizendo: – Esperem! Ainda não é hora de começar a mexer no barro! Ela esperou
que todos estivessem prontos e disse: – Agora nós iremos amassar o barro até
que ele fique parecido com um prato!
O
menininho ficou contente porque ele gostava muito de fazer pratos de todas as
formas e tamanhos. Ele já tinha começado a fazer os seus pratos quando a
professora disse: – Esperem! Não comecem ainda! Vou mostrar primeiro como se
faz! E mostrou como se fazia um prato fundo, e disse: – Agora vocês podem
fazer!
O
menininho olhou para o prato da professora e depois para o seu prato. Gostou
muito mais do seu prato, mas ficou com receio de dizer isso à professora. Por
isso, desmanchou o seu prato, amassou o barro e fez um prato fundo. Igual ao da
professora. O tempo foi passando e o menininho aprendeu a não fazer nada
enquanto a professora não mandasse. Ficava sempre esperando. Depois que a
professora mandasse, ele olhava o que a professora tinha feito e fazia tudo
igual ao dela.
O
tempo passou e a família do menininho mudou de bairro e ele, de escola. Ele
gostou muito da nova escola, tinha muitas árvores e muitos novos amiguinhos. Um
dia, a nova professora disse: – Hoje, cada um de vocês, vai fazer um desenho. O
menininho ficou contente porque gostava muito de desenho. Ficou esperando a
professora dizer o que eles iam desenhar e de cor iriam pintar. Mas, a
professora nada disse. Ela ficava andando pela sala, parava em cada mesinha,
olhava o desenho de cada um, e sorrindo, elogiava. A nova professora chegou até
o menininho e disse: – Você não vai desenhar? – Vou, mas o que vamos desenhar?
– perguntou o menininho. – Eu não sei até que você faça o seu desenho. – Como
eu posso fazer o desenho? – perguntou o menininho. Do jeito que você quiser e
gostar – disse, sorrindo, a nova professora. – E de que cor pode ser o desenho?
– perguntou o menininho. A professora respondeu: – Se você fizer um desenho
igual ao de outro coleguinha e da mesma cor, como irei saber qual é o seu
desenho? – Eu não sei… – balbuciou o menininho, todo encolhido na sua
cadeirinha.
Depois
de um certo tempo olhando para a folha em branco, o menininho finalmente fez o
seu desenho: uma flor vermelha com caule e folhas verdes…”
Moral da história: o professor pode manter a classe dominante no poder ou formar cidadãos reflexivos e críticos. Por que uma flor não pode ser azul?
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Moral da história: o professor pode manter a classe dominante no poder ou formar cidadãos reflexivos e críticos. Por que uma flor não pode ser azul?
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Muito bom! Nice weekend!Lúcia
ResponderExcluirAdorei seu texto. Viva a criatividade. Sem ela, a humanidade não teria sobrevivido.
ResponderExcluirAlguém sabe o autor desse texto?
ExcluirO da FLor: Helen Burkley.
ExcluirO professor tem nas palavras proferidas muito poder, tanto para o bem , quanto para o mal...Se ele souber administrar e canalizar este poder a fim de facilitar e promover a criatividade de cada ser, podemos ter um mundo melhor e mais colorido!!!
ResponderExcluirObrigada!!! É por isso que escrevo o blog..procurando colorir o mundo!!
ExcluirBem querida com certeza eu entendo. Não sei até que ponto a minha pequena é parecida com este menino, porque diferente dele ela não "faz" o que foi mandado sem entender o porque. Acho que escutaste a história da massinha de modelar não? A professora me disse: "A atividade era com massinha de modelar da cor vermelha, para fazer maçã e outras frutas da mesma cor. E ela queria a azul. E apesar de a professora insistir ela perguntou porque a maçã dela não podia ser azul. E como a resposta não a convenceu acabou por não fazer". Claro que os professores tem a chance de educar para o poder ou formar cidadãos reflexivos e críticos, usando suas palavras. Mas como acredito que a educação começa em casa, sei que nós pais, temos o dever de orientar para que não sejam meros espectadores da criatividade alheia, ou como eu dizia aos meus meninos, para que não fiquem em cima do muro. As escolhas devem ser feitas e as consequências assumidas. Mesmo por uma pequena de 2 anos, que não fez a maçã porque não podia ser azul. Débora Matias
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