terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Heidelberg: impressionante



Chegar de viagem, ainda com o sabor da despedida na memória, e encontrar no jornal local, uma matéria sobre um dos lugares que você visitou e amou, é um excelente técnica  para fazer  você, dar meia volta e pegar o mesmo avião de volta, sem nem apanhar as bagagens.
Não fizemos isso, infelizmente. Mas, falar sobre Heidelberg foi inevitável.
O Castelo, já de longe, parece envolvido por uma aura fascinante  e, caminhando pelo parque, pensamentos sobre o eterno e o efêmero surgem em nossas mentes. Afinal, na terra de ilustres pensadores, impossível  não  filosofar. O castelo  parece estar fora desse mundo  como que flutuando e é, segundo especialistas, a personificação do romantismo alemão. O cenário majestoso das ruínas do castelo, cobertas por trepadeiras,  deixa transparecer o poder e a glória de seus antigos senhores, a dinastia dos Wittelsbacher. Construído por volta de 1300 como fortaleza, com torres, casamatas e fossos, o complexo cresceu no alto da cidade ao longo de 400 anos, tornando-se um símbolo feudal dos príncipes do Palatinado.
A visita ao interior garantiu o acesso a duas  maquetes que ilustram como o castelo era e como ficou após tantos anos de sucessivas guerras. A residência mais antiga ainda identificável é a chamada "Ruprechtsbau", com uma suntuosa lareira renascentista no seu interior. Parar para imaginar pessoas dançando, andando, e mesmo, trocando segredos, além do medo foi inevitável . A unidade "Ottheinrichsbau" é considerada o primeiro palácio construído em território alemão com uma fachada ricamente ornamentada. Neste prédio,  está instalado o Museu Alemão da Farmácia.  Senti-me uma alquimista conhecendo  a história emocionante da farmácia. Para se ter uma impressão do cotidiano dos moradores do castelo de Heidelberg, fizemos  uma visita guiada especial pelas salas e pelo
tempo.

Não falar do tonel seria um sacrilégio.É simplesmente o “maior barril de vinho da Europa”, e foi construído em 1751 pelo príncipe eleitor Karl Theodor para armazenar o vinho pago como imposto pelos produtores de vinho do Palatinado. Sustentado a sete metros de altura,possui oito metros e meio de largura, alberga 220.000 litros (58,124 galões) de vinho, e tem uma pista de dança construída em cima dele. Este barril era  guardado pelo bobo da corte durante o reinado do Príncipe Eleitor Carl Philip, um anão tirolês apelidado de Perkeo, ficou supostamente conhecido pela sua capacidade de beber grandes quantidades de vinho. Diz a lenda que ele morreu quando equivocado bebeu um copo de água! Deveria ter sido condenado à morte por um deslize desses.

A construção mais bem conservada é a "Friedrichsbau", com uma galeria dos príncipes e antepassados na sua fachada.  Entrevistei cada um em meus pensamentos para saber suas vontades, sonhos, preferências e dificuldades.
No térreo, fica a igreja do castelo, ainda intacta, com as dependências residenciais acima.  Parada obrigatória para uma prece de agradecimento por tudo que visitei e conheci nessa maravilhosa viagem.  Senti uma Gratidão  tão profunda que lágrimas conseguiram escapar de meus olhos  de maneira teimosa e desobediente.  Foi um choro intenso de gratidão profunda.
Frederico V, com a intenção de criar pela mão humana um paraíso na terra,  projetou o jardim, que coberto por neve, exerceu um fascínio especial para minha família tropical. Durante muito tempo, o Hortus Palatinus foi considerado a oitava maravilha do mundo, embora nunca tenha sido concluído.


Pousando mais uma vez nosso olhar na fachada, imaginamos  como seria o brilho e esplendor daquela grande muralha especialmente quando o sol reluzia no ouro que cobria várias partes das estátuas e desenhos.

O passeio pelo jardim já escuro na saída, embora fossem 16 horas da tarde, surpreendeu-nos com uma linda visão do Castelo. O Castelo parecia iluminado ou em fogo. Talvez, estivesse agradecendo pela visita e por nossas conversas.

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