quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Alsace: Alemanha ou França?



Quando você mora num país onde um monumento com cinquenta anos já é considerado uma antiguidade, caminhar pela ruas de Saverne, cidade que remonta   a era Romana, já, por si só,  é um assombro. Admirar o Chateau des Rohans construído no século XVIII pelo poderoso  clero de Strasbourg  em estilo  neoclássico e com as rochas  avermelhadas  típicas da região, significa viajar no tempo e perder-se em pensamentos e sonhos.
Senti-me flutuando entre um passado histórico  enquanto explorava as ruas da cidade. Para tornar esta viagem ainda mais charmosa, a família francesa que nos acolhia com tanto carinho, levou-nos  a um pub a noite  e num outro dia fomos a um festival  com música , comida e muita animação na praça pública. O frio foi eliminado ferozmente com muita risada, bebida, música e alegria. Conhecemos muitos dos moradores da cidade e entre o uso de francês, português e inglês , conseguimos nos comunicar bem.
Sempre adorei decoração de Natal e, se Saverne já me encantou, Strasbourg me conquistou irremediavelmente. É a capital de Alsace e localiza-se nas margens do Rio Reno na fronteira com a Alemanha. É considerada  patrimônio da Humanidade pela Unesco.
O centro histórico ao redor da Catedral é impressionante pela construção medieval da Maison Kammerzell, a primeira farmácia da França, as casas em estilo renascentista e as pontes sobre o Rio. Caminhando pelas ruas até brinquei “ Estou me sentindo na França!”
A fachada da Catedral em estilo gótico com as portas  em madeira trabalhada  com abundância de pequenos detalhes onde em baixo relevo vemos anjos, santos e flores. Por dentro, ela é
assombrosamente grande – na verdade a quinta maior do mundo, com colunas colossais que dividem o ambiente em três alas. A ala principal tem 38 metros e fazer aquele trajeto em silêncio proporciona uma Paz incrível. Os grandes vitrais datam do século XIV e o grande super blaster  relógio de 1487, com os doze apóstolos passando em frente a Jesus Cristo é de deixar qualquer um boquiaberto.
Ao sair da Catedral, passeamos mais uma vez pelas encantadoras ruas admirando as luzes de Natal e a arquitetura, dirigindo-nos para o chamado Mercadinho de Natal. Quando se está com um alemão e uma francesa, passeando por uma região que construiu sua história oscilando entre fazer parte da Alemanha ou da França, é um capítulo a parte, pois o alemão insiste que provemos as comidas e bebidas típicas alemãs e a francesa, alega que são francesas e nos mostra e oferece outros tantos quitutes. Como hóspede, o melhor é não discutir, mantive minha boca ocupada comendo todos os pratos enquanto os dois discutiam qual a origem dos pratos. Por isso,  esta viagem foi perfeita porque  encantou todos os sentidos: vimos, saboreamos, tocamos, ouvimos e sentimos o aroma maravilhoso da cozinha franco-alemã, ou melhor dizer, de Alsace!


 
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