Quando você mora num país onde um monumento com cinquenta
anos já é considerado uma antiguidade, caminhar pela ruas de Saverne, cidade
que remonta a era Romana, já, por si só, é um assombro. Admirar o Chateau des Rohans
construído no século XVIII pelo poderoso
clero de Strasbourg em
estilo neoclássico e com as rochas avermelhadas
típicas da região, significa viajar no tempo e perder-se em pensamentos
e sonhos.
Senti-me flutuando entre um passado histórico enquanto explorava as ruas da cidade. Para
tornar esta viagem ainda mais charmosa, a família francesa que nos acolhia com
tanto carinho, levou-nos a um pub a
noite e num outro dia fomos a um
festival com música , comida e muita
animação na praça pública. O frio foi eliminado ferozmente com muita risada,
bebida, música e alegria. Conhecemos muitos dos moradores da cidade e entre o
uso de francês, português e inglês , conseguimos nos comunicar bem.
Sempre adorei decoração de Natal e, se Saverne já me
encantou, Strasbourg me conquistou irremediavelmente. É a capital de Alsace e
localiza-se nas margens do Rio Reno na fronteira com a Alemanha. É
considerada patrimônio da Humanidade
pela Unesco.
O centro histórico ao redor da Catedral é impressionante
pela construção medieval da Maison Kammerzell, a primeira farmácia da França,
as casas em estilo renascentista e as pontes sobre o Rio. Caminhando pelas ruas
até brinquei “ Estou me sentindo na França!”
A fachada da Catedral em estilo gótico com as portas em madeira trabalhada com abundância de pequenos detalhes onde em
baixo relevo vemos anjos, santos e flores. Por dentro, ela é
assombrosamente
grande – na verdade a quinta maior do mundo, com colunas colossais que dividem
o ambiente em três alas. A ala principal tem 38 metros e fazer aquele trajeto em
silêncio proporciona uma Paz incrível. Os grandes vitrais datam do século XIV e
o grande super blaster relógio de 1487,
com os doze apóstolos passando em frente a Jesus Cristo é de deixar qualquer um
boquiaberto.
Ao sair da Catedral, passeamos mais uma vez pelas
encantadoras ruas admirando as luzes de Natal e a arquitetura, dirigindo-nos
para o chamado Mercadinho de Natal. Quando se está com um alemão e uma
francesa, passeando por uma região que construiu sua história oscilando entre
fazer parte da Alemanha ou da França, é um capítulo a parte, pois o alemão
insiste que provemos as comidas e bebidas típicas alemãs e a francesa, alega
que são francesas e nos mostra e oferece outros tantos quitutes. Como hóspede,
o melhor é não discutir, mantive minha boca ocupada comendo todos os pratos
enquanto os dois discutiam qual a origem dos pratos. Por isso, esta viagem foi perfeita porque encantou todos os sentidos: vimos, saboreamos,
tocamos, ouvimos e sentimos o aroma maravilhoso da cozinha franco-alemã, ou
melhor dizer, de Alsace!
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