Antonio Manzione foi meu professor de violão na minha
adolescência e aprendi muito com ele. Por exemplo, ele dizia que, ao admitirmos
que não sabíamos algo, abríamos o coração, a mente e o peito para aprender.
Lembro-me ainda do movimento que ele fazia para inspirar o ar afirmando que, desta maneira, abrimos espaço
para aprender. Não saber não é errado nem feio, feio é fingir que sabe, ele
dizia.
Também, como todo treinador, coach ou técnico, ele perdia a
paciência e gritava conosco, porém sabia pedir desculpas quando percebia que perdera a cabeça conosco.
Nestas horas, toda a mágoa que eu sentira se esvaía pois eu via como Ele era
grande e humilde ao mesmo tempo.
Se aprendi violão? Um pouco, ainda dedilho algumas
músicas clássicas. Todavia, aprendi sobre compositores, artes, filosofia
e principalmente sobre o que torna uma pessoa grande. Não é o conhecimento que tem, a
estatura, a posição social ou o dinheiro, mas sim a coragem de admitir um erro
e desculpar-se. Como diz Glória Kalil, a elegância sempre cabe em qualquer lugar falando ou escrevendo.
Certos exemplos jamais são esquecidos.
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