“Ciranda cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar..”
Quantas vezes,brincamos de roda com esta ou outras cantigas....As lembranças são sempre de
alegria, confraternização, união e muita risada. Tente recordar-se: rostos
vermelhos, cabelos esvoaçantes, bocas abertas cantando e rindo ao mesmo tempo,
felicidade!!!!!!!!
Lendo uma reportagem na revista Bons Fluídos, Ed 168, março 2013, sobre danças circulares, minha
mente presenteou-me com estas imagens da minha infância. O texto de Raphaela de
Campos Mello, explica que as danças circulares unem pessoas com o objetivo de
celebrar a vida, redescobrir o prazer de pertencer ao corpo social e nele
semear o amor fraterno.Ainda segundo a psicóloga Tânia Pessoa de Lima, “ O ser
humano vem dançando em círculos desde o paleolítico superior, época em que
ainda não tínhamos desenvolvido a comunicação verbal.Portanto, penso que essa
necessidade venha ao encontro da possibilidade de comunicar o que não pode ser
dito de outra maneira”.
O círculo representa a totalidade, a ideia de equanimidade e
o cooperativismo. Ao dançar e cantar, as pessoas criam verdadeiras mandalas
humanas em movimento refletindo o interior e substituindo a competição pelo
cooperativismo, o julgamento pela aceitação, o medo pela confiança em si e no outro. Além disso, a terapeuta,
Simone Silvestrin, de São Paulo, acrescenta: “Ali somos todos iguais,
independentemente da cultura,e ao mesmo tempo, cada um pode ser o que é”.
Este artigo e as imagens que minha mente retomou do meu
passado, levaram-me a pensar que
deveríamos não só incentivar, mas resgatar esta prática entre as crianças. Pela
pouca idade, a proximidade com o interior e o primitivo é alcançada mais
facilmente, sem falar da importância da música, do ritmo e do movimento. Nunca
havia pensado nessa questão da igualdade e do cooperativismo, mas, certamente,
além do equilíbrio e da coordenação motora, este sentimento de pertencer ao
grupo e a sensação de bem-estar são inegáveis.
Por tudo isso, proponho que nós, professores e pais,
resgatemos esta atividade que tantos benefícios proporcionam não só para quem
participa, como também, para quem assiste.