domingo, 28 de abril de 2013

Brincando de roda


“Ciranda cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar..”

Quantas vezes,brincamos de roda com esta ou  outras cantigas....As lembranças são sempre de alegria, confraternização, união e muita risada. Tente recordar-se: rostos vermelhos, cabelos esvoaçantes, bocas abertas cantando e rindo ao mesmo tempo, felicidade!!!!!!!!
Lendo uma reportagem na revista Bons Fluídos, Ed 168, março 2013, sobre danças circulares, minha mente presenteou-me com estas imagens da minha infância. O texto de Raphaela de Campos Mello, explica que as danças circulares unem pessoas com o objetivo de celebrar a vida, redescobrir o prazer de pertencer ao corpo social e nele semear o amor fraterno.Ainda segundo a psicóloga Tânia Pessoa de Lima, “ O ser humano vem dançando em círculos desde o paleolítico superior, época em que ainda não tínhamos desenvolvido a comunicação verbal.Portanto, penso que essa necessidade venha ao encontro da possibilidade de comunicar o que não pode ser dito de outra maneira”.
O círculo representa a totalidade, a ideia de equanimidade e o cooperativismo. Ao dançar e cantar, as pessoas criam verdadeiras mandalas humanas em movimento refletindo o interior e substituindo a competição pelo cooperativismo, o julgamento pela aceitação, o medo pela confiança  em si e no outro. Além disso, a terapeuta, Simone Silvestrin, de São Paulo, acrescenta: “Ali somos todos iguais, independentemente da cultura,e ao mesmo tempo, cada um pode ser o que é”.
Este artigo e as imagens que minha mente retomou do meu passado, levaram-me  a pensar que deveríamos não só incentivar, mas resgatar esta prática entre as crianças. Pela pouca idade, a proximidade com o interior e o primitivo é alcançada mais facilmente, sem falar da importância da música, do ritmo e do movimento. Nunca havia pensado nessa questão da igualdade e do cooperativismo, mas, certamente, além do equilíbrio e da coordenação motora, este sentimento de pertencer ao grupo e a sensação de bem-estar são inegáveis.
Por tudo isso, proponho que nós, professores e pais, resgatemos esta atividade que tantos benefícios proporcionam não só para quem participa, como também, para quem assiste.

sábado, 20 de abril de 2013

A Bela, a Fera e a inteligência emocional


Mais uma vez, volto aos contos de fadas. Desta vez,  proponho um olhar sobre a Bela e a Fera. Neste conto,  Fera,  possuidora de um gênio forte, egoísta e individualista, mantém-se afastada de todos, isolada em seu castelo. Nem ousa pensar em mudança, pois se mantém  na zona de conforto do que é conhecido e parece ser fatal. Aceita seu destino e simplesmente aguarda..
Porém, a vida não é estática, o mundo gira e, assim, surgem os empecilhos ou problemas em nossa vida. Na verdade, esses incidentes que ocorrem, estão apenas “causando” ou provocando o movimento, melhor dizendo, estão tirando-nos ou resgatando-nos da inércia. A questão é que fomos ensinadas a nunca olhar as alterações com bons olhos e Fera não é diferente, reage brutalmente, tentando manter-se segura dentro do conhecido.
A chegada de Bela traz mudanças sérias e assustadoras, todavia, mudança não é sinônimo de algo ruim e por mais que tentemos combatê-las, elas se instauram de maneira inexorável.
A melhor atitude diante do novo será analisar, observar, aceitar e aprender a conviver com o novo. O novo traz a aprendizagem, ou seja, uma nova luz sobre o quadro que já está instaurado. Observe como Fera, foi mudando: aprender a comer, a vestir, a dançar, a falar....Fera não só aceitou, mas topou a mudança!!
Então, como primeira lição ouso dizer: Aceite as mudanças. Dê uma chance a quem está chegando ou ao que está chegando. Há probabilidades de que seja algo muito melhor!
Voltando à Fera, ela estava completamente sequestrada pelas emoções: raiva, nervosismo, ansiedade, depressão, desânimo. Num determinado momento, Bela disse: -Você precisa aprender a dominar seu gênio!” Cada um de nós, precisa aprender a não ser refém das emoções. Elas nos servem e não ao contrário. Por isso, respire, pare e analise.
Ao ler os contos de fadas ou contá-los para as crianças, tudo isso deve e pode ser trabalhado. Inteligência emocional se ensina!!!


domingo, 14 de abril de 2013

Bruxas de contos de fadas


Ao ler um livro de contos de fada para minha filha, ela me perguntou;”Por que as bruxas são tão feias?” Parei alguns momentos e respondi que o exterior mostra o que se passa no interior, mais precisamente em nossa alma. Se cultivarmos pensamentos negativos, inveja, raiva, vingança e egoísmo, vamos  tornando-nos pessoas- corvos, sombrias e assustadoras.Assim, temos:
·         a Bruxa da Branca de Neve cujo ego, sempre em alta, não admitia alguém mais bela;
·         a Bruxa- madrasta da Cinderela, com medo de perder o que conquistara através de assassinato e humilhando o próximo;
·         a Bruxa de Rapunzel, seqüestrando e isolando a heroína;
·         a Bruxa de João e Maria, conquistando as pessoas com sua casa atraente, mas devorando pessoas/crianças;
·         A Bruxa de Bela Adormecida, corroída pelo ciúme e pela inveja.

Os pensamentos negativos vão e vêm, cabe a nós afastá-los e não permitir que se instalem. Quanto aos sentimentos, precisamos saber administrá-los. Eles existem e não podem ser ignorados; entretanto, nesse momento em que eles surgem faz-se necessária uma profunda reflexão e uma tomada de atitude. A inveja pode transformar-se em ambição boa e força para conquistar enquanto a raiva ajuda a manter o caminho ou mudar a rota. O mais importante não é o que sentimos, mas o que fazemos em relação ao que estamos sentindo. Costumo dizer que sentimentos são como o fogo, podemos alimentá-lo ou apagá-lo.Porém, ressalto que alimentar maus sentimentos gera em nós mais amargura e tristeza.Ainda em tempo, lembro que saber perdoar e não remoer o passado ajuda-nos a viajar mais leve.Decida o que vai levar na sua bagagem!

domingo, 7 de abril de 2013

Quer saber a verdade mesmo??


No sul da Ásia, entre as filosofias budistas, janistas ou hinduístas surgiu a seguinte história:
Cinco homens, com os olhos vendados, foram escolhidos para descreverem o que estavam sentindo pelo tato, mas cada um tocava apenas  em uma parte do corpo de um  elefante. Depois, foi-lhes pedido que descrevessem e comparassem as sensações e o que achavam que era. 
As opiniões variaram entre formas cilíndricas, para aquele a quem só foi permitido tocar a pata, forma de serpente, para quem tocou a cauda, forma de escova a quem foi concedido tocar somente a ponta da cauda, uma planície enrugada ao tocar os flancos e forma de montanha para o dorso. Os homens vendados sentiram-se em completo desacordo, sendo que cada um sentia que a sua descrição era a mais válida. 
Assim também é a vida, pois embora não estejamos vendados fisicamente, nem sempre utilizamos todos os nossos sentidos para sentir e interpretar a realidade. Às vezes, por muito tempo, permanecemos vendo apenas uma parte da realidade e tirando conclusões confusas como a dos homens vendados. A verdade tem muitas faces e nem por isso são falsas, constituem-se apenas parte de um todo que ainda não conseguimos visualizar.Veja pela história que todos estavam certos, embora não tivessem a visão do todo, ou seja, todos também estavam errados pois ninguém foi capaz de acertar que estava tocando um elefante.
Mantendo esta história em nossa mente, evitamos os juízos precipitados e as injustiças. A melhor conduta ainda é, em minha opinião, manter o silêncio e aguardar porque, com certeza, tudo será revelado a seu tempo.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Reminiscências de uma adolescente


Antonio Manzione foi meu professor de violão na minha adolescência e aprendi muito com ele. Por exemplo, ele dizia que, ao admitirmos que não sabíamos algo, abríamos o coração, a mente e o peito para aprender. Lembro-me ainda do movimento que ele fazia para inspirar o ar  afirmando que, desta maneira, abrimos espaço para aprender. Não saber não é errado nem feio, feio é fingir que sabe, ele dizia.
Também, como todo treinador, coach ou técnico, ele perdia a paciência e gritava conosco, porém sabia pedir desculpas  quando percebia que perdera a cabeça conosco. Nestas horas, toda a mágoa que eu sentira se esvaía pois eu via como Ele era grande e humilde ao mesmo tempo.
Se aprendi violão? Um pouco, ainda dedilho algumas músicas clássicas. Todavia, aprendi sobre  compositores, artes, filosofia e principalmente sobre  o que torna uma pessoa  grande. Não é o conhecimento que tem, a estatura, a posição social ou o dinheiro, mas sim a coragem de admitir um erro e desculpar-se. Como diz Glória Kalil, a elegância sempre  cabe em qualquer lugar falando ou escrevendo. Certos exemplos jamais são esquecidos.