terça-feira, 31 de outubro de 2017

Novos rumos da escola

Aprender a fazer? Um dos pilares da educação segundo a UNESCO. Mas, o que é isso?
Há algum tempo,  o  filósofo e professor Mário Sérgio Cortella, estimou que uma criança de 7 anos chega à escola com uma média de 5 000 horas de televisão assistidas numa gama de programas que vão de desenhos à telenovelas passando por documentários e notícias. Por isso, a escola tem que ser diferente da época em que nós fomos alfabetizados. Uma nova geração demanda um novo approach devido às novas necessidades. Porém, questiono, o que dizer da geração que está chegando agora às escolas?
Num breve passeio por restaurantes e shopping centers da cidade, veremos crianças com dois anos de idade já de posse de um celular ou tablete. Essa nova geração já nativos digitais definitivamente não podem encontrar a mesma escola que nós encontramos. Na verdade, nem mesmo a escola que a geração Millenium frequentou.
Nesta era, em que com  um click , a criança adquire o conhecimento que quiser porque tudo está disponível em segundos, a escola precisa se reinventar. Quadro, lousa, markers e vovô viu a uva, precisam se repaginar.

Nesta busca, retomo os pilares da educação segundo a UNESCO: “aprender a conhecer (adquirir instrumentos de da compreensão), aprender a fazer (para poder agir sobre o meio envolvente), aprender a viver juntos (cooperação com os outros em todas as atividades humana), e finalmente aprender a ser (conceito principal que integra todos os anteriores).  Estas quatro vias do saber, na verdade, constituem apenas uma, dado que existem pontos de interligação entre elas., eleitos como os quatro pilares fundamentais da educação.”
As aulas devem ter esses pilares como bússola ou GPS para usar um vocábulo mais atual, talvez ainda mais atual WAZE. Nossos alunos precisam aprender a fazer fazendo. Tornar as aulas mais práticas e atraentes retirando-os da situação passiva oferecida pela internet.
As atividades desenvolvidas pelo KIDZANIA por exemplo, podem e devem ser trazidas para a escola ensinando as crianças sobre finanças, o valor do dinheiro, organização, escrita, profissões, sonhar,   e planejar objetivos.
O mesmo conteúdo pode ser apresentado de diversas formas. Inove!


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terça-feira, 24 de outubro de 2017

Anti-culturas da sociedade

Uma palestra, a meu ver, brilhante do Ministro Herman Benjamin que nos traz as palavras de Tobias Barreto, filósofo brasileiro, descrevendo tão claramente os sentimentos dos brasileiros nesta época:
"A sociedade, em que vivo, não tem decerto força bastante para levar-me consigo, como um madeiro arrastado pelas águas selvagens dos nossos rios; mas eu também, por minha vez, não sou bastante forte para desviá-la do seu caminho, para fazê-la à minha imagem e semelhança; daí uma perpétua inconciliabilidade entre nós, que me faria misantropo e infeliz se a natureza não me tivesse investido de uma índole expansiva e mil vezes mais disposta ao prazer, do que à tristeza". Tobias Barreto
O Ministro cita Tobias Barreto para explanar sobre anti-culturas  de nossa sociedade e  as elenca como segue:
- ostentação: cria dúvidas sobre a origem e a legitimidade dessas práticas;
-indisciplina: a indisciplina  gera a falta de foco;
-desperdício: não só de alimentos, mas também de recursos naturais como luz e água.
-falta de atenção com os vulneráveis:  ferindo princípio constitucional;
-banalidade do ataque aos cofres públicos; banalização da corrupção;
-profundo pessimismo que leva à alienação e à omissão.
Todos estes pontos de anti-cultura não foram mencionados para nos fazer esmorecer. Ao contrário,  a saída é a Educação.  A combatividade deve vir pela educação. O brasileiro, ainda segundo o ministro, tem como missão olhar para a frente sem se omitir, pois quando queremos somos um país civilizado que respeita fila para idosos, estacionamento especial para pessoas com dificuldades de locomoção e outras pequenas atitudes que podem ajudar os brasileiros a vencer as dificuldades.
Finalizando, ele conclama os alunos a observar que somos melhores hoje e podemos criar uma nova sociedade.
*Palestra proferida na UNISANTA em 31 de julho de 2017. Ministro do TSE e STJ

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quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Frustração e desejo: futuras gerações

Ao ouvir um belíssimo concerto da Orquestra do Instituto Pão de Açúcar, questionei-me quantos jovens hoje em dia estudariam música, línguas ou praticariam esportes. A tecnologia proporciona o conhecimento e a satisfação dos desejos com um clique apenas. Este acesso rápido à informação e ao objeto de desejo como um filme ou o próximo episódio de uma série de tv, pode estar gerando jovens frágeis em termos de busca de realização.
Música, línguas e esportes demandam tempo de dedicação e saber lidar com a frustração de não conseguir e, neste caso, tentar de novo e de novo até conseguir.  Este esforço laboral e físico sem mencionar o mental pode estar desestimulando os jovens a perseguir seus sonhos ou mesmo ter sonhos. A maioria acha que as pessoas nascem com dons e que, sem sacrifícios, saem tocando um instrumento. Há dons naturais, porém também é preciso dedicação.
Remeto-me a Mário Sérgio Cortella, que tão bem descreve desejo:
“Quem tem desejo  e acha que ele magicamente será concretizado, acaba  não só tendo uma frustração em relação à não concretização, como ainda corre o risco de atribuir a outras pessoas, ou ao destino, ou a vida aquilo que não aconteceu.” Mário Sérgio Cortella em Pensar bem nos faz bem. ( p91)
Na série de TV, Secret and Lies, em sua segunda temporada, os  filhos repetem em coro no primeiro episódio a frase que o pai sempre disse:
  “ Sempre ensinei a meus filhos a trabalhar muito, doar e não achar que as coisas vêm fácil.” 
Precisamos observar os valores que estamos passando para as novas gerações.

Um oferecimento: