Ao ouvir um
belíssimo concerto da Orquestra do Instituto Pão de Açúcar, questionei-me
quantos jovens hoje em dia estudariam música, línguas ou praticariam esportes.
A tecnologia proporciona o conhecimento e a satisfação dos desejos com um
clique apenas. Este acesso rápido à informação e ao objeto de desejo como um
filme ou o próximo episódio de uma série de tv, pode estar gerando jovens
frágeis em termos de busca de realização.
Música,
línguas e esportes demandam tempo de dedicação e saber lidar com a frustração
de não conseguir e, neste caso, tentar de novo e de novo até conseguir. Este esforço laboral e físico sem mencionar o
mental pode estar desestimulando os jovens a perseguir seus sonhos ou mesmo ter
sonhos. A maioria acha que as pessoas nascem com dons e que, sem sacrifícios,
saem tocando um instrumento. Há dons naturais, porém também é preciso
dedicação.
Remeto-me a
Mário Sérgio Cortella, que tão bem descreve desejo:
“Quem tem desejo e acha que ele magicamente será concretizado,
acaba não só tendo uma frustração em
relação à não concretização, como ainda corre o risco de atribuir a outras pessoas,
ou ao destino, ou a vida aquilo que não aconteceu.” Mário Sérgio Cortella em Pensar bem nos faz bem. ( p91)
Na série de
TV, Secret and Lies, em sua segunda temporada, os filhos repetem em coro no primeiro episódio a
frase que o pai sempre disse:
“
Sempre ensinei a meus filhos a trabalhar muito, doar e não achar que as coisas
vêm fácil.”
Precisamos
observar os valores que estamos passando para as novas gerações.
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