No filme a Bela e a Fera, foi impossível não sorrir ao ouvir
Mrs Potts, ou Madame Samovar, dizer para seu filho Chip, ou Zip em português,
"Nighty night". Sorri porque essas palavras são de fato muito comuns na maioria dos lares
norte-americanos.
O discurso dirigido às crianças costuma ser, por muitos
pais, modificado e caracteriza-se por um ritmo mais lento, um tom mais alto,
entonação mais acentuada, sentenças mais simples, repetições constantes e
ênfase nas palavras-chave. Além disso, os tópicos de conversação envolvem o
meio ambiente, o aqui e agora ou experiências vividas. Durante a conversa,
adultos normalmente repetem o que as crianças disseram, porém expandindo ou reeditando
o que foi dito em sentenças gramaticalmente corretas. Por exemplo, quando em
português a criança fala – Eu vi ela no parque.
A mãe repete corrigindo: - Ah, você a viu no parque.
Segundo pesquisa de Catherine Snow (1995) juntamente com outros
pesquisadores, foi observado que esse uso mencionado acima ajuda a aprendizagem
no sentido de que há uma interação ajustada ao nível de compreensão da criança.
A repetição ou paráfrase vinda do adulto faz com que a criança se sinta
compreendida.
Por tudo isso e mais algumas outras pesquisas, observou-se a
importância dessa interação para aprendizagem da língua. A televisão obviamente
não oferece essa comunicação mesmo nos programas infantis onde a linguagem
também é mais simples e os tópicos relevantes para a idade. Por outro lado, posteriormente, a televisão
constituirá uma fonte de língua e cultura, porém não na fase inicial da
aquisição de linguagem.
Source: Language Learning in early childhood by Patsy Lightbown and Nina Spada
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