sábado, 1 de abril de 2017

Alemanha e seus dialetos - origens

A Alemanha que conhecemos hoje surgiu num processo que se estendeu por vários séculos, e suas origens perdem-se no tempo. A palavra Deutschland (Alemanha) compõe-se de dois elementos: enquanto land significa terra, deutsch, que só apareceu no século VIII, designava inicialmente a língua falada na parte oriental do império dos francos, cujo  apogeu ocorreu no reinado de Carlos Magno.
Apesar desta longa existência, demorou muito para que os povos germânicos constituíssem uma única nação. Todo esse movimento unificador começou com a constituição do grande Estado franco e sua conversão ao cristianismo durante o reinado de Clóvis (481 a 511 d.C.), episódio que está ligado também à origem da França. Três séculos depois, após a morte de Carlos Magno (814 d.C.), o império começou a  desintegrar-se devido a partilhas sucessórias. Formou-se um império ocidental e um oriental – a fronteira política correspondia mais ou menos à fronteira linguística entre o alemão e o francês. E, mais uma vez, houve separação ao invés de união.
Aos poucos, os habitantes do império oriental iniciaram um processo de união. A palavra que a princípio designava a língua passou a qualificar o povo que a falava e, depois, a região por ele habitada: Deutschland. A partir desse momento, pode-se dizer que a Alemanha adquiriu uma história própria, no contexto da Europa centro-ocidental.
Apesar de territorialmente, começar a existir como um Estado, dentro da língua alemã foram mantidos vários regionalismos e dialetos tão característicos e únicos que, por vezes, parece que a Alemanha ainda é constituída por várias tribos ou estados independentes. Em alguns lugares, como na Bavária, o dialeto local é usado corriqueiramente, não apenas em casa como em outras regiões, transmitindo para quem a visita a ideia de ser outra língua. Os naturais da Região têm muito orgulho de seus costumes e língua, inclusive mantendo o ensino deste dialeto nas escolas. O que é considerado Alto Alemão é usado restritamente na região.
Neste caso, embora a raiz seja germânica, as diferenças são tantas que até parece tratar-se de outra língua mesmo.
Além da existência desses dialetos dentro das próprias fronteiras, o alemão ainda é falado na Suíça e na Bélgica com diferenças bem mais marcantes do que a diferença entre português de Portugal e do Brasil, por exemplo.
Toda esta riqueza linguística, treina o cérebro, os ouvidos e todo o aparelho fonador dos alemães para aprender línguas, pois praticamente convivem diariamente com pelo menos duas línguas: o dialeto em casa e o Alto alemão na convivência social.
Toda esta história, comprova que a crença de que o ensino bilíngue  pode atrapalhar ou atrasar a aprendizagem é apenas um mito.


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