A cada dia que passa vejo como o ser humano parece ter
dificuldade em elogiar o outro pela simples
vontade de enaltecer algo admirável. Educadores e psicólogos têm reiteradamente incitado as pessoas a
praticarem o reforço positivo; entretanto, além de pouco disseminado, este
hábito parece difícil de ser implantado e, algumas vezes, é utilizado
erroneamente. Como o reforço positivo pode ser usado de maneira errada?
Por mais incrível que pareça, ele pode sim. Pessoalmente,
presenciei como foi usado de forma a criticar os outros alunos da sala.
Infelizmente, os outros alunos perceberam o artifício e eu mesma também, deixando um sabor amargo para todos.
Eu acabara de terminar uma pós e me interessei por um curso
de extensão que já estava em andamento há dois meses.Todavia, como a professora
já me conhecia como aluna, permitiu que eu iniciasse o curso já em andamento.
Após um mês de aulas, ela pediu que escrevêssemos um artigo sobre um assunto
que foi amplamente discutido em aula.
Na aula seguinte, eu entreguei o artigo e uma colega
perguntou se poderia trazer na aula seguinte. Neste instante, a professora
assentiu que ela trouxesse, mas acrescentou, ironicamente, que não esperava receber
nenhum.Naquele instante, achei-a desmotivada, pois um professor deve sempre
motivar seus alunos a realizarem as tarefas propostas por acreditar que seria
melhor para o desenvolvimento intelectual deles. Como assim??? Não esperava
nenhum???!!
Na aula seguinte, ela devolveu meu artigo corrigido e
acrescentou “-Você escreve muito bem, mas este superou todos os outros que eu
já li.”
Feliz com o comentário elogioso de uma especialista no
assunto, comecei a ler os comentários que ela havia escrito. De repente, uma
das alunas questionou sobre o fato de terem
acordado que eles não fariam atividades escritas em casa.Neste momento gelei exilando-me, pois como eu iniciara o curso tardiamente, eu não participara dessa
discussão e não tinha a mínima ideia desse combinado. A professora num tom sarcástico respondeu que ninguém precisava fazer as atividades se não quisesse. E, assim,
iniciou-se um debate onde a professora insistia no elogio ao meu trabalho e a
minha conduta enaltecendo o fato de eu ser boa aluna, estudiosa e sempre
presente. Na verdade, ela não estava me elogiando apenas, ela comparava-me sutilmente
com as outras, desmerecendo-as.
Desta aula, não
guardei apenas os elogios ao meu estilo,
mas, principalmente, o cuidado que devemos ter ao elogiar alguém sem
usar esta técnica como modo de alfinetar os outros. Embora as palavras tenham
sido gentis, a intenção foi claramente de denegrir a postura dos outros alunos.
Não só não pude saborear o momento de glória como senti o gosto amargo de ter
causado aquela pequena confusão.
Mais uma vez, aprendi uma lição, como não falar com uma
classe e como fazer um elogio ser realmente um elogio. Bastava ter elogiado meu
artigo e quando questionada a respeito do trato, ter confirmado a existência
dele abrindo a possibilidade para que aqueles que quisessem, se sentissem à
vontade para trazer seus textos. Foi um dia em que no mesmo instante vivi o meu ponto alto e, ao mesmo tempo, um ponto baixo também.
Vc me faz lembrar que passei a mesma situação,o melhor disso é que mudei até mesmo as minhas atitudes com relação a educação dos meus filhos,elevar todos e exaltar o lado positivo em sala de aula,ou nos estágios só me trouxe lindas recompensas e alunos satisfeitos e felizes PARABÉNS SEMPRE !!!!! Um Abraço fraterno
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