quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Crianças índigo


Eu mal acabara minha pós graduação em psicopedagogia ( em 2006), quando deparei-me com  uma mãe que justificava o comportamento da filha alegando que ela é uma criança índigo, também chamadas de crianças estrela ou crianças azuis. Senti-me frustrada e decepcionada com meu curso pois jamais ouvira falar desta classificação em meu curso. Curiosa e tentando me aproximar dessa criança, parti em busca do conhecimento. Descobri, então, que não havia estudado esta questão pois é uma definição espírita ainda não aceita pela pedagogia e ciências da educação.Porém, debruçando-me sobre o tema, percebi que algumas questões merecem respeito.
As crianças índigo, segundo o livro   “The Indigo Children” de Lee Carroll e Jan Tober,  possuem uma estrutura cerebral diferente no que se refere aos dois hemisférios. Esta nova estrutura faz com que elas questionem todas as instituições vigentes pois não concebem estruturas rígidas e sem opções, rebelando-se contra injustiças sociais.Começando pela família e questionando a escola e outras instituições, estas crianças munidas de muita intuição, promovem transformações em todas as instituições.
Desnecessário salientar que este lado questionador não é bem visto nem compreendido pelas pessoas e instituições resultando em rótulos e inadequação.  Elas têm muita dificuldade em obedecer cegamente regras sem explicação e absolutas. Aquela  frase do  Castelo Ra Tim Bum “porque sim não é resposta” aplica-se muito bem ao caso deles .Além disso, por serem extremamente criativas e intuitivas apresentam uma dificuldade muito grande em obedecer e seguir os padrões desejados.
Ficar quieta ou prender-se a uma única atividade também é muito difícil pois são hiperativas, ou seja, são capazes de fazer várias coisas ao mesmo tempo e rapidamente. Às vezes, apresentam o comportamento que os pedagogos e neurologistas classificam como TDA, todavia o que elas precisam é de uma atividade que apresente um desafio pois apresentam uma grande facilidade para aprender.As crianças precisam estar estimuladas e envolvidas em todo o processo de aprendizagem.
Adultos seguros serão capazes de impor limites,transmitir a segurança que eles precisam e terão paciência para elucidar dúvidas e dialogar com eles. Todos os momentos de  crítica devem ser  muito bem elaborados e explicados com amor, jamais com raiva. Eles respeitam aqueles que se mostram honestos e cumpridores de suas promessas.
Muitas pessoas não acreditam nesta abordagem; entretanto, faço minha a  colocação de  Shakespeare:” Há mais mistérios entre o céu e a terra  do que sonha nossa vã filosofia.” E, afinal, tratar uma criança com respeito, ouvir o que ela tem a dizer e explicar o porquê das regras e condutas, não é exigir demais.
   


10 comentários:

  1. Ana, não tenho conhecimento profundo, mas pensando um pouco sobre tal classificação: antigamente não podíamos sequer abrir a boca para contestar ou perguntar. Eu cresci assim, perguntas somente em casa e com algumas restrições. Cresci querendo poder dar oportunidades diferentes para meus filhos e hoje, com respeito, deixo que questionem e conversem. Mas nunca deixei de ensinar o "não" e o "sim". Ás vezes, percebo que algumas mães dão desculpa desta classificação para a falta de paciencia em educar, em ensinar, principalmente o "não". A frustação na ausência devido ao trabalho fora dá oportunidades às malcriações protocoladas em 3 vias e garantidas por direito, mas o respeito, esse DEVER já não existe mais. O pior é esses "questionadores" não têm uma ciência exata para serem descobertos, mas nada que uma boa educação não os classificassem, pelo menos, de "orgulho" da família. Bjssss.

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    1. Concordo com vc que falta de limites tem sido justificada com vários nomes como TDA, hiperatividade, timidez..Há que saber observar e esclarecer. Há pessoas que realmente têm essas dificuldades de aprendizagem e, no passado,foram tachadas de burras injustamente.A ciência evolui e começa a vislumbrar novos horizontes.Por exemplo, minha mãe foi forçada a escrever com a direita, sendo que ela era canhota..hj em dia, isto é um absurdo..então, por isso terminei o texto dizendo que há muitas coisas que não sabemos, por isso, o melhor caminho é estudar e respeitar. Tenho certeza que vc está fazendo um ótimo trabalho.Obrigada pelo carinho!

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  2. Anna. Adorei o artigo!! Mais uma vez, acertou na mosca!! Bjs

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  3. Tô adorando seu blog, bjsss

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  4. Querida Anna...
    Muito interessante suas considerações sobre esse comportamento específico ou "tipo" de ser humano e já tinha ouvido falar nesses seres,mas nunca levei em consideração por desconhecer o assunto.O comportamento de nosso cérebro ainda é um mistério, e sei de pessoas que passam ou passaram a vida inteira estudando e chegaram a algumas conclusões muito curiosas a respeito,mas nunca conseguiram explicações para tudo.Não tem e nem poderá ter um manual de funcionamento.

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    1. Como já dizia Shakespeare:"Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia."Obrigada pelo comentário!

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  5. É para refletir mesmo, pq há uma linha muito tênue entre a criança índigo e a mimada, sem limites etc que vcs já falaram acima.
    Como professora de informática, descobri alguns que antes eram "etiquetados" como impossíveis de lidar, agora mais compénetrados e respeitosos porque eu consigo dar uma tarefa diferenciada para esse tipo de aluno. No entanto, uma professora com 35 na sala, sem auxiliar, não consegue agir da mesma forma pq não tem essa ferramenta poderosa chamada computador na classe e precisa padronizar, senão o ambiente vira carnaval. Tudo isso é muito NOVO e complexo. Mas acho válido trazer à tona para reflexão, ainda mais de forma tão didaticamente clara. Bjão, amiga!

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    1. Pois é, Solange, nosso sistema de ensino precisa ser revisto em sua totalidade. Não é só capacitação, faz-se necessária uma mudança estrutural.Obrigada pela atenção.

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  6. Acho que a Mariana se encaixa perfeitamente nesta definição. Ela é questionadora e bate o pé quando as pessoas não respondem ao que ela não entendeu. Apesar de ser "autoritária" como diz a professora, é também meiga e aceita as regras quando bem colocadas. Acho que talvez ela seja realmente uma causadora de mudanças. Começou assim logo que resolveu vir ao mundo né? Débora Matias

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    1. Exatamente, essa é a razão dela ter vindo ao mundo juntamente com uma legião de outras. Amiga, paciência porque o caminho é longo. Começou cedo a ser incompreendida na escola.Quando for conversar na escola, preste bem atenção ao q é dito comportamento, personalidade e desempenho pedagógico são aspectos diferentes.Não permita que misturem tudo.

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