Ao visitar uma amiga com um filho de quase três anos, lembrei-me quando meu filho tinha esta idade. Na verdade, tudo começou quando meu filho tinha alguns pouco meses e minha filha, na época com quatro anos, disse que ele parecia o Zangado dos sete anões de tão bravo que ele era. Na hora, rimos muito. Porém, minha alma de educadora impediu que este estereótipo se implantasse e cortei docemente este apelido. Entretanto, o tempo passou e, os meninos por volta dos três ou quatro anos recebem uma carga hormonal muito forte provocando uma mudança de comportamento e até beirando agressividade. Nesta época, nossos almoços de domingo passaram a ser o momento em que eu contava as peripécias do meu filho e todos, tios, primos e avós, criavam aquele clima de reprimenda e ao mesmo tempo reforçando o negativo. Demorei para perceber isso pois é muito mais fácil ver o problema dos outros do que os nossos. A partir do momento que me dei conta disso, mudei radicalmente, eliminei o reforço negativo salientando as coisas engraçadas que aconteciam e enaltecendo as qualidades. Ele mudou? Não. Eu mudei e desse momento em diante o comportamento dele também sofreu alterações drásticas. Hoje é um rapazinho que só recebe elogios aonde quer que vá.
Toda esta volta ao passado ocorreu quando visitei minha amiga. Ela tem um doce, lindo e carinhoso menino de quase três anos que tem o apelido familiar de chatinho. Além de ter todas as qualidades mencionadas, ele é sorridente e se esforça muito para corresponder às expectativas da família, até no quesito ser o chatinho como ele mesmo já se intitula. Carinho, amor, limites e sem rótulos são os ingredientes de uma educação de sucesso.
Comentários negativos e apelidos com duplo sentido, são extremamente perigosos e comprometedores.
ResponderExcluirAlguns pais, na ânsia de fazer o(a) filho(a) aceitar o apelido, já que não depende deles tirá-lo, acabam sofrendo a pressão, coniventes com a atitude insuportável de quem ofende. Dificilmente um apelido é carinhoso... e espontâneo... na maioria das vezes é irônico e agressivo. A escola deveria ser muito mais exigente do que é, com esse tipo de brincadeira, que de "lúdica" não tem nada! E as famílias deveriam se posicionar melhor quanto à questão. Filhos "brincalhões"... será que são apenas "brincalhões" mesmo?
No texto acima, na verdade, estou tratando de reforço negativo que, frequentemente, é feito ainda na primeira infância, pela própria família.. Porém, recomendo que vc leia esta outra postagem sobre o assunto
Excluirhttp://considerasobreeducacao.blogspot.com/2011/01/bullying.html
e, principalmente, os comentários sobre esta outra postagem:
http://considerasobreeducacao.blogspot.com/2011/04/e-assim-comeca-o-bullying.html
Ambas bem preocupantes.
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Tb concordo..acho que apelidos têm que ser cortados desde o início...
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