Eu mal acabara minha pós graduação em psicopedagogia ( em 2006), quando deparei-me com uma mãe que justificava o comportamento da filha alegando que ela é uma criança índigo, também chamadas de crianças estrela ou crianças azuis. Senti-me frustrada e decepcionada com meu curso pois jamais ouvira falar desta classificação em meu curso. Curiosa e tentando me aproximar dessa criança, parti em busca do conhecimento. Descobri, então, que não havia estudado esta questão pois é uma definição espírita ainda não aceita pela pedagogia e ciências da educação.Porém, debruçando-me sobre o tema, percebi que algumas questões merecem respeito.
As crianças índigo, segundo o livro “The Indigo Children” de Lee Carroll e Jan Tober, possuem uma estrutura cerebral diferente no que se refere aos dois hemisférios. Esta nova estrutura faz com que elas questionem todas as instituições vigentes pois não concebem estruturas rígidas e sem opções, rebelando-se contra injustiças sociais.Começando pela família e questionando a escola e outras instituições, estas crianças munidas de muita intuição, promovem transformações em todas as instituições.
Desnecessário salientar que este lado questionador não é bem visto nem compreendido pelas pessoas e instituições resultando em rótulos e inadequação. Elas têm muita dificuldade em obedecer cegamente regras sem explicação e absolutas. Aquela frase do Castelo Ra Tim Bum “porque sim não é resposta” aplica-se muito bem ao caso deles .Além disso, por serem extremamente criativas e intuitivas apresentam uma dificuldade muito grande em obedecer e seguir os padrões desejados.
Ficar quieta ou prender-se a uma única atividade também é muito difícil pois são hiperativas, ou seja, são capazes de fazer várias coisas ao mesmo tempo e rapidamente. Às vezes, apresentam o comportamento que os pedagogos e neurologistas classificam como TDA, todavia o que elas precisam é de uma atividade que apresente um desafio pois apresentam uma grande facilidade para aprender.As crianças precisam estar estimuladas e envolvidas em todo o processo de aprendizagem.
Adultos seguros serão capazes de impor limites,transmitir a segurança que eles precisam e terão paciência para elucidar dúvidas e dialogar com eles. Todos os momentos de crítica devem ser muito bem elaborados e explicados com amor, jamais com raiva. Eles respeitam aqueles que se mostram honestos e cumpridores de suas promessas.
Muitas pessoas não acreditam nesta abordagem; entretanto, faço minha a colocação de Shakespeare:” Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia.” E, afinal, tratar uma criança com respeito, ouvir o que ela tem a dizer e explicar o porquê das regras e condutas, não é exigir demais.