Alguns fatos corriqueiros podem nos transportar para um passado recheado de memórias boas ou não. Esta manhã quase que por acidente, na verdade foi apenas uma questão de decidir ir ao Rebouças ou à União Imperial, fui levada a uma viagem incrível para um período não tão distante que foi minha adolescência.
Caminhando pelas ruas do Marapé, lembrei dos amigos que por ali moravam e das tantas vezes que fiz aquele caminho até a Igreja São Judas Tadeu. Detive-me olhando a fachada e lembrando de quantas vezes sentei-me naqueles degraus ou embaixo das luzes aguardando a chegada dos amigos. Ao entrar tive uma surpresa. A Igreja estava toda diferente da época da minha adolescência. Está linda. Olhei para o teto e lembrei das placas que caiam quando ventava muito e quantas campanhas participamos para reformar o teto. Fui comparando cada cantinho com as lembranças que voltaram. Sentei-me no banco rezando e permiti que lágrimas de saudade e certa nostalgia passeassem por meus rosto. De repente, me vi novamente coordenando a missa, falando no altar, cantando, rezando, trabalhando no dia das crianças, na Festa de São Judas e nos eventos para arrecadar fundos. Lembrei-me dos problemas da época que, para mim, pareciam tão sérios e intransponíveis. Neste momento, sorri comigo mesma e tive a certeza que TUDO PASSA mesmo e que no futuro lembrarei da Pandemia como um período em que curti minha casa, minha família, rezei e estudei bastante. Este período também passará. Fui ao altar de São Judas, bati aquele papo e despedi-me também.
Segunda parada, União Imperial. Alguns aninhos mais velha, quantas fantasias, reuniões, ensaios, bordados e o principal os amigos que fiz! Bons tempos em que vivia seis meses economizando e seis meses me preparando para o grande dia do desfile. Não sei se namoro de Carnaval dura, mas amizades de Carnaval duram para sempre. Percebi que não era só eu. Muitos entravam na quadra e sorriam com o olhar distante com certeza viajando nas lembranças como eu.
Esta manhã minhas esperanças se renovaram não só pela
vacina que recebi,
mas pela viagem reconfortante ao passado. De tudo isso, ficam os amigos
que fiz. Falando em amigos, uma amiga me disse certa vez que ao rever o
passado, ela achava que já tinha vivido uns 150 anos. Pensei que ela tem razão. Creio que já vivi,
um século e meio de tanta história que tenho pra contar.
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