terça-feira, 24 de março de 2020

Uruguay: uma viagem, um resgate


Viajar é sempre um bálsamo para  feridas.  Normalmente, o aprendizado e o encontro com o novo  renovam a energia, a saúde e o humor. Porém, uma viagem em particular me trouxe benefícios diferentes porque não foi o lugar, mas as pessoas que me trouxeram este renascimento.
O Uruguay é um país maravilhoso. Amei a capital – Montevideo – Punta  de Leste e Colônia do Sacramento. Cada uma me conquistou de um forma e voltaria   muitas vezes a cada uma delas; entretanto, devo às pessoas que  conheci ,nesta viagem, o toque mágico.
Ainda no Brasil, as afinidades já começaram com as compras no Duty Free. Uma oferta na Michael Kors já gerou a   primeira foto e o murmurinho entre as mulheres. Como na música dos Titãs :“ O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído” . E tão distraídas estávamos que nem nos importamos pelo atraso do voo. Bem,  na verdade,  três horas num aeroporto é muito tempo. Só a companhia agradabilíssima dessas mulheres que eu acabara de conhecer foi capaz de fazer o tempo voar. E, durante essa espera,  iniciamos uma viagem por nossas histórias desde a procura pelo restaurante indicado  pela companhia aérea para o almoço..
Imaginem a confusão quando todos os passageiros tiveram que almoçar no mesmo pequeno restaurante. Naqueles momentos, revezando quem tomava conta da bagagem de mão e das comprinhas já feitas, a escolha do que almoçar e como dividir as sobras, os assuntos foram sendo tecidos. Nada como um café  para aquecer  uma conversa e quem sabe até um chocolate para adoçar a conversa. 
E, assim,  em muitos almoços, jantares, cafés e caminhadas ou  entre uma foto, uma comprinha básica  e uma olhada no celular, havia sempre alguém para abrir o coração, compartilhar uma história e me fazer lembrar da parábola de Buda:
Uma mulher vai até Buda com o filho morto nos braços e suplica que o faça reviver. Buda diz a ela que vá a uma casa e consiga alguns grãos de mostarda. Mas, para trazer de volta a vida do menino, esses grãos devem ser de uma casa onde nunca morreu ninguém. A mãe vai de casa em casa, mas não encontra nenhuma livre da perda.
A parábola budista explora a lição mais óbvia e mais difícil da vida: A MORTE É COMUM A TODOS. Todos têm uma experiência próxima de morte ou na família ou de amigos ou de amigo de algum amigo.  Como aliviar o luto então?

Eu precisava muito desse tempo e dessas conversas. Ouvir os momentos difíceis das outras pessoas e como superaram  seus lutos ( falecimentos,  doenças, problemas no trabalho, dificuldades financeiras, pais idosos, filhos  mudando), bem como falar de minhas próprias dores, ajudou-me a cicatrizar feridas e a entender que Tudo acontece por um  propósito maior.
Retornando à música dos Titãs: “Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração”
Não faltaram as  comprinhas para a família, promoções no shopping  e, antes de juntar as moedinhas para torrar todos os pesos uruguaios que nos restavam, uma passadinha na Victoria Secrets.

Quase esqueci de contar. Quer saber se perdemos muito no  Cassino?  Ao contrário, ganhamos! Um milhão de risadas e algumas fotos!





               

9 comentários:

  1. Adorei...realmente essa viagem foi mágica, pessoas maravilhosas, astral altíssimo, enfim só a Agadecer ao Criador nos proporcionar esse encontro TOP 😘

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  2. Maravilhoso texto!Nessa viagem dividimos a mesma experiência.Assim que o corona deixar,repetiremos a dose,com o mesmo astral que nos impulsionou na outra viagem!!! Maria Aparecida

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  3. Que delícia Ana!! Um dos melhores investimentos podemos fazer, são as viagens, não há quem nao cresça, basta ter o coração aberto e sentido receptivo e apurado!! Adorei!! Beijos

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  4. Muito bom. Obrigada por compartilhar sua experiência. Já preparadas para o próximo. Gracias guapa.

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  5. Preparadíssimas! Obrigada por comentar!

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