quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Primeiros anos escolares e a dúvida vem: Para que aprender letra cursiva?



No Brasil, o processo de alfabetização é feito quase que em sua totalidade em letra cursiva  excetuando algumas escolas sócio-construtivistas que iniciam com letra de forma. Na verdade, é mais natural iniciar com letra de forma porque a exposição  às letras de forma é maior no dia a dia em cartazes, jornais, revistas, anúncios, nomes de ruas.
Neurocientistas afirmam que  escrever à mão ativa mais áreas e redes cerebrais que digitar. Logo, escrever à mão é um exercício para o cérebro porque combina percepção, cognição e motricidade. Escrever desenvolve a memória, ajuda na aprendizagem, na atenção e na compreensão geral. 
Por outro lado, a letra cursiva exige um domínio da coordenação motora fina muito maior. Este trabalho é desenvolvido desde a educação infantil quando a criança começa a brincar com massinha, ligar pontos, fazer colagem , andar em cima do barbante, fazer colagem com macarrão, linhas e tantas outras atividades.
Ao falar em letra cursiva, sempre é bom lembrar que os meninos têm músculos maiores e mais pesados naturalmente dificultando a coordenação motora fina. Por isso, há  aquela eterna reclamação sobre a letra dos meninos.
O treino é importante, todavia, deve ser feito sempre contextualizado e com muita imaginação para modificar as atividades e formas de fazê-lo evitando a automação e desânimo. Algumas pessoas alegam que aprenderam muito bem com cópias repetitivas e descontextualizadas. Neste momento, vale lembrar que as crianças de hoje, são muito diferentes das crianças de 10 anos atrás. Observem as mudanças que aconteceram no mundo e na forma de educar. Não podemos  usar as mesmas técnicas de antigamente pois a sociedade mudou muito. Hoje, por exemplo, as crianças digitam antes de escrever.
Lembro-me que eu costumava ensinar a  preencher cheques na escola . Creio que, atualmente, eles nem sabem o que é um cheque.
Quando falo em contextualização, refiro-me a  atividades que podem ser feitas em casa como: deixar bilhetes amorosos para os filhos, escrever uma receita que está sendo falada na TV, FB ou youtube, manter um diário de filmes e séries assistidos. Aliás, falando em diários, eles são uma ótima forma de desenvolver o auto-conhecimento e trabalhar com emoções. Eu, por exemplo, sempre mantive um diário de sonhos também. É  divertido ler as coisas malucas que sonhamos e, ao mesmo tempo, quanto é revelado sobre nossos pensamentos, alegrias  e sofrimentos.