Caminhando pela avenida da praia juntamente com vários cães, cachorrinhos e cachorrões num evento tipicamente canino, lembrei-me de uma cachorrinha que provavelmente inspirada pelo filme SEMPRE AO SEU LADO, resolveu que ficar longe da sua família era algo impossível e impensável.
A família também não queria ficar afastada de sua querida PUCCA, por isso ao optar por viver em Israel, tomaram todas as precauções e seguiram todas as exigências das companhias aéreas para que ela os acompanhasse na viagem dentro da cabine, junte aos familiares, embora adormecida.
A primeira parte da viagem São Paulo Istambul, foi tranquila, Pucca dormiu como um anjo, bem próxima da família. Entretanto, houve troca de aeronave para Tel Aviv e aí não permitiram que ela continuasse acompanhando a família.Foi obrigada a ir no transporte de carga. É verdade, barrada no embarque. Muitos intérpretes, muita discussão, muitos artigos de lei mencionados e formulários apresentados, mas sem sucesso. Pucca teve que ir para o compartimento de carga.
O que a companhia não sabia, é que não se separa uma família. E Pucca, não admitiu a separação. Mesmo sendo sedada, não se conformou. Ninguém segura um cãozinho obstinado.
A família inquieta em seus assentos começou a ouvir os latidos de Pucca e tinham a nítida sensação de que era ela se movimentando no compartimento de carga. As aeromoças garantiram que não era possível, além de estar adormecida ainda estava na casinha própria para o transporte.
Angústia geral para todos. Viagem longa quase interminável…… dois séculos separaram as duas cidades…sem pleonasmo, podem entrevistar a família. Certamente, responderão que, ao invés de aproximadamente duas horas, levaram 200 anos.
Finalmente, aterrissaram e com certeza os olhos e o coração da família desembarcaram primeiro e rapidamente buscando encontrar Pucca. Esperar….esperar ………..todas as malas foram entregues e nada da Pucca aparecer, Até que surgem dois seguranças cercando uma oficial com uma cachorrinha fofinha como algodão no colo, porém não era branquinha. Na verdade, estava pretinha de tanta sujeira do compartimento de carga e, parecia muito arredia ou rebelde reclamando muito pela separação. Pucca não só se soltara como andara tanto no compartimento que deve ter deixado tudo limpinho. Em contrapartida, Pucca parecia ter trocado de cor!!! Deve ter dado um trabalhão para apanhá-la.
Ah, o que não se faz para ficar junto à família. E o trauma? Bem, se houve trauma não sei, mas sei que hoje em dia ela já está fluente em Hebraico.
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