sábado, 4 de junho de 2011

Junte-se ao inimigo






Lições de redação, produção de texto, criatividade, narração, descrição, ficção...quando eu estudava, os professores e pais reclamavam que os alunos não sabiam escrever nem se interessavam em aprender técnicas de redação. Os professores esforçavam-se ingloriamente, os exames vestibulares reprovavam assustadoramente e nada parecia surtir efeito e provocar uma mudança. Muitas escolas mudaram o método de ensino na tentativa de obter melhores resultados, mas nada parecia obter êxito.



De repente, a internet invadiu nossas vidas, casas e escolas. Uma reviravolta em nossos estilos de vida. Claramente, observamos que nunca nossos jovens escreveram ou leram tanto. MSN, Torpedos, mensagens de textos, Orkut, Facebook, Tumblr, Blog , Email, Fics,Formspring e tantas outras ferramentas de comunicação. Criatividade é o que não falta, admiro as charges, as fotos, as piadas e brincadeiras, postadas por meio de blogs ou no Tumblr. Nunca na história da humanidade comunicaram-se tanto por escrito.



Novas formas de comunicação trazem controvérsias. São criticadas pela informalidade ou por alienar os jovens. No meu ponto de vista, são apenas diferentes. Cabe ao professor, juntar-se ao movimento e trabalhar juntamente com a tecnologia. Vejo meus filhos apresentando desde tenra idade trabalhos em PowerPoint, utilizando câmeras para capturar fotos e imagens, usando planilhas, analisando gráficos construídos por eles mesmos após pesquisa de campo, fazem trabalhos em equipe sem se reunirem pessoalmente, tudo  on-line, possuem emails coletivos que todos da classe acessam.Vejo-os também, ainda no Fundamental I já utilizando as Normas para apresentação de trabalhos científicos. Ainda em tempo, enfatizo o poder de síntese que desenvolveram, pois em 140 caracters são capazes, via twitter, de falar de seus sentimentos, vida, rotina. Houve, sem dúvida uma grande evolução.



Os jovens estão construindo o conhecimento de novas maneiras. Saliento que são inovadoras, porém não menos nobres. Sugiro que ao invés de criticar as abreviações, a ortografia ou a falta de acentuação, façamos o inverso. Conquistemos a atenção do jovem indo ao mundo virtual em que vive e dele partindo para mostrar outros padrões lingüísticos e formas de expressão. Eles têm muito potencial e com certeza nos surpreenderão. O bom professor é aquele que sem medo, como no Mito da caverna, dirige-se ao fundo, onde estão os alunos e os resgata construindo o conhecimento e mostrando uma outra realidade sem juízo de valores.

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