Quem é responsável pela educação? Os pais ou a escola?
A vida moderna tem causado mudanças drásticas e marcantes na vida e organização das famílias. Trabalhando muito e com pouco tempo para dedicar aos filhos, as pessoas têm vivenciado muitos dilemas onde a culpa impera.
Como educadora, presencio o sofrimento dos pais e das crianças. O ser humano, precisa não só de alguém que supra as necessidades básicas para sobrevivência, mas, também, e principalmente, de incentivo e amor. Cabe aos pais não apenas estabelecer os chamados limites e ensinar os valores da família, mas motivar os filhos em sua jornada nos estudos. Para a criança, o exemplo é fundamental. A criança precisa ver os pais lendo, estudando e falando o quanto o estudo é prazeroso e importante. Alguns comentários impensados que os pais fazem na hora do stress como “Ah não lição de casa de novo? “Ter que ler livro com você..que saco! Lê sozinho!”, ficam impregnados na mente infantil e geram esse sentimento de que escola e estudo são chatos. Faz-se necessário vencer o cansaço e sorrindo colaborar com os deveres de casa. Vale lembrar que colaborar não é fazer, colaborar é estar por perto responder às perguntas fazendo outra pergunta, mas é imprescindível manter a calma e bom humor.
A criança interpreta as reações negativas dos pais como fruto de algo errado que elas fizeram, por isso, também é importante ser extremamente sincero e explicar porque naquele momento o pai ou a mãe estão nervosos. Deixar claro que está tentando resolver um problema do trabalho, mas que depois os dois terão um momento para relaxar juntos e se curtir. Além disso, como educadora, gosto de salientar que os pais podem e devem colaborar com o enriquecimento cultural das crianças propiciando idas ao cinema, ao teatro, participando de oficinas de arte e meio ambiente, chamando a criança para ver algum programa educativo. A televisão também é um meio eficaz de cultura desde que se saiba selecionar os programas.
Em casa, as crianças podem ler em voz alta receitas ou notícias para os pais, responder desafios, pintar, desenhar, escrever cartas ou e-mails. Porém , ressalto que sempre de uma maneira lúdica e sem stress.
A criança respeita muito a opinião dos pais, por isso, os pais devem escolher a escola com muito cuidado e, uma vez feita, a escolha, apoiar o corpo docente da escola. Comentários positivos a respeito da escola e elogios vão fazendo com que a criança goste da escola e valorize o ambiente escolar.
Numa escola bilíngüe, por exemplo, é fundamental que os pais deixem claro para as crianças a importância de falar um segundo idioma para entender um filme, cantar uma música, fazer uma viagem. Os motivos precisam ser reais e próximos à realidade da criança.
O ensino bilíngüe comprovadamente ajuda no desenvolvimento da criança favorecendo as sinapses cerebrais. Quanto mais cedo a criança for exposta a outra língua, melhor será a pronúncia. Uma escola bilíngüe tem características diferenciadas de um curso de inglês pois contam com uma carga horária bem mais significativa e constante além de toda a rotina escolar também ser feita em inglês.
No começo, são palavras e frases simples para interação social ( cumprimentar, agradecer, etc), falar dos brinquedos, comidas, família, higiene pessoal , objetos escolares e de uso diário. Frases fixas e semi- fixas são usadas durante todo o período escolar. A criança se acostuma com o som e o ritmo da linguagem do dia-a-dia usada,inclusive, na hora do lanche e do parque, de uma maneira tranquila e natural. A aquisição da nova língua torna-se um processo espontâneo, inconsciente e feliz.
Porém, mesmo com toda esta exposição, o papel incentivador dos pais é crucial. Voltar a fazer um curso de inglês, ver filmes e ouvir músicas junto com a criança são atitudes que demonstram o valor que a família atribui ao estudo de uma segunda língua. Lembrem-se sempre que os exemplos falam mais que mil palavras pois exemplos são marcantes, enquanto palavras podem ser levadas pelo vento.
Voltando à questão inicial, a educação deve ser uma parceria entre pais e escola.