Outubro Rosa 2024

Assim pensei quando o chão se abriu e recebi o diagnóstico de um carcinoma: - Eu só estava fazendo um exame de rotina!!!! Não era para aparecer nada!! Meses depois, no consultório da cardiologista, ela me disse: -É para isso que fazemos exames preventivos rotineiramente. Percebi que ela estava me confortando e, ao mesmo tempo, dizendo que este é o caminho natural. Após o choque inicial, pensei, chorei, refleti, respirei fundo e fui à luta! Muitos anos antes, ouvi dizer que, ao receber uma notícia dessas, a pessoa passa por algumas fases como negação, busca de tratamentos alternativos e só depois talvez, tarde demais, buscam tratamento pela medicina tradicional. Sabendo disso, resolvi fazer tudo ao mesmo tempo. Na esperança ( negação) de que os exames dessem um resultado diferente, dediquei-me aos exames com esse foco : - Vão descobrir que houve um engano de diagnóstico. Dediquei-me mais ao Mindfulness e à meditação em busca de controlar a ansiedade que me consumia. Rezei, desabafei com familiares e amigos, fui a consultas com tratamentos alternativos e espirituais, mas segui com o tratamento que, na época, significava marcar exames, pedir autorizações, fazer exames, ir buscar os resultados, marcar consultas e levar resultados. Lembrei-me de uma amiga que ao enfrentar um luto, me disse, ainda no velório,- Agora chegou a hora de eu usar tudo aquilo que aprendi até hoje. E, assim, eu também pensava. No meio desse caos, achei que nem conseguiria mais fazer uma viagem que estava planejada há mais de um ano. Ao invés de focar no vitimismo ou no negativismo, preferi focar que eu ficaria curada e ainda iria na viagem. Comecei colocando na tela de proteção e bloqueio do celular e o laptop, imagens da viagem. Cada vez que abria esses equipamentos, focava numa viagem feliz. Quanto ao tratamento, mudei de médico e procurei um especialista mais otimista e acolhedor. Quando me vi frente ao caminho: cirurgia, radioterapia e medicação por 5 anos, pensei -Se este é o caminho, vou iniciá-lo rapidamente. Como aguentar tudo isso? Fé, otimismo, determinação e uma grande rede de apoio que não te deixe desanimar ou que te levante quando cair. Finalmente, acho que Deus não aguentou tanta gente orando pelo meu restabelecimento e resolveu prolongar a minha presença neste plano por mais um tempo. Creio que se aqui estou tem que haver um motivo: ainda não terminei minha missão por aqui. Então, vamos em frente!

Proibir é o caminho?

Proibir seria a solução? Se as escolas forem colocadas à parte dos celulares, quem ensinará às crianças e adolescentes sobre como usar de forma ética e benéfica a tecnologia da qual dispomos. Como controlar a utilização de celulares e tecnologia? Quem será responsável por provocar discussões sobre fake news? Quem ensinará a fazer pesquisas inteligentes? Os pais? Aprenderão sozinhos? Creio que o ambiente escolar é o lugar adequado para essa aprendizagem sobre como, quando e onde pesquisar, quais os recursos são valiosos e quais são perigosos. Acredito que devemos ter limite para o uso sim. Sabemos dos problemas de dependência e de distração causados pelos celulares, porém exatamente por isso creio que a escola não pode ser excluída do relevante papel que deve ocupar. Em minha opinião, a decisão de proibir é muito simplista. Remove-se o que está causando dificuldades ao invés de ensinar a lidar com a questão. Asssusta-me ver os pais que entregam para seus filhos, ainda bebês de um ano, aparelhos celulares. Vejo comumente em parques,shopping centers e restaurantes. Creio que seja irônico de nossa parte, proibir na escola, mas contribuir com o desenvolvimento do hábito desde o nascimento em muitos lares. E, por isso, questiono, se não estão aprendendo em casa, a única opção é a escola. Por estes e outros motivos, acredito que a escola é o espaço onde esses debates devem ocorrer e o aprendizado deve ser direcionado para que, de forma saudável, a tecnologia possa ser usada. E você? O que acha? Penso que toda a sociedade deve ser ouvida. Precisamos refletir sobre o tema e descobrir caminhos para a melhor forma de lidar com celulares e tecnologia.

Medalha de ouro

Em tempos de Olimpíadas, como conquistar a medalha de ouro em inglês? Que caminho trilhar? Você sabe como você aprende? A escola decide o que e quando aprendemos e a faculdade acaba seguindo mais ou menos o mesmo parâmetro. Mas, como é o processo de aprendizagem para você? Algumas pessoas são visuais ou seja precisam estar vendo pessoas, imagens, a palavra escrita, enfim a visão é fundamental. Outras pessoas são auditivas. E há os cinestésicos que precisam tocar objetos e estar em movimento. Portanto, alguns aprenderão vendo filmes e viajando, outros, escutando músicas e poscasts E há aqueles que precisam de lápis, caderno, livros e movimento. Saber como o processo funciona para você é importantíssimo. Analise sua história acadêmica: de que forma você aprendia melhor? E aquela recomendação de estudar todo dia? Vou te explicar. Você precisa estar em contato com o idioma todos os dias, mas não precisa ser somente com livros e exercícios. Faça um cronograma variado. Alguns dias com filmes, outros com música, alguns com exercícios de gramática e vocabulário, outros ouvindo podcasts. A disciplina e a rotina são fundamentais tanto para os atletas que querem chegar ao pódio como para quem quer aprender um idioma. Planejamento e constância são a chave do sucesso!

Coisas que se trocam

Você empresta livros? Maquiagem? Roupas? Sapatos? O que você empresta para outras pessoas? Uma vez minha filha me disse que ia me dar um presente que não poderia ser compartilhado com ninguém. Eu ri e perguntei se era batom. Não era, ganhei a pulseira da vida!! Esta semana fui levar uma echarpe terapêutica para uma amiga com torcicolo. E há alguns dias uma amiga me trouxe um floral. Então, comecei a lembrar da época em que trocávamos números de telefones, músicas, bandas brinquedos, livros, quem levava ou buscava as crianças, fantasias de carnaval, malas, receitas, material de papelaria, casacos, enfim muitas coisas. Atualmente, após várias décadas de amizade, de repente, nós estamos trocando remédios, terapias, nomes de médicos e doenças. Ao invés de revezarmos quem fica com a crianças, agora esquematizamos quem acompanha quem nos exames médicos. Sem falar nas preces Também compartilhamos coisas que esquecemos e rimos de nós mesmas! Amizades que continuaram com o passar de anos e décadas?Elas evoluiram e se acomodaram à nova realidade. Antes os passeios eram baladas, trabalhos em grupos, até mesmo reuniões na igreja. Hoje um café no meio da tarde, tá pra lá de bom! Você tem amizades assim? São as melhores companhias!! Aquelas pessoas com quem você já compartilhou tantos momentos que não dá nem pra lembrar de tudo. Vamos tomar um café! Bebida tão brasileira e tão simbólica.

Hábitos Atômicos e o aprendizado de idiomas

Muitas pessoas afirmam que ouvir música ou ver filmes ajuda a aprender um idioma. Será mito ou verdade? Ao longo de minha extensa carreira o que observo é um excesso de otimismo ao iniciar o ano ou um curso, porém falta a criação do hábito. E, além de criar, manter o hábito de estudo. Segundo James Clear no livro Hábitos Atômicos, o processo de criação de hábitos reside em 4 leis. E acreditem em mim, sem hábito de estudo regular, não há evolução na aprendizagem. O autor estabelece quatro passos que exemplificarei com o aprendizado de um idioma: 1° Torne seus hábitos claros: ouvir música ou assistir filmes / séries são ótimas ferramentas, porém tenha dia e horário fixos. Feche sua agenda, não pode ser aleatório. A constância é fundamental, logo estabeleça quando. 2° Torne seus hábitos atraentes. Relacione esse hábito com algo bom. Por exemplo, se você gosta de cantar, faça seu momento Karaokê. Se gosta de filmes, pense na pipoca. Seja através de jogos ou ouvindo podcasts, o importante é a disciplina e a repetição. 3°Torne seus hábitos fáceis. Já deixe sempre no podcast que vai ouvir, espalhe livros pela casa em lugares de fácil acesso. Escreva cartões com vocabulário e espalhe pela casa. 4° Torne seus hábitos satisfatórios e da forma que melhor se adaptam a você. Observe o seu crescimento e não seja muito duro consigo mesmo. Veja o quanto você já evoluiu, as novas palavras que aprendeu, o conhecimento de gramática que adquiriu, a capacidade de compreender áudios e vídeos ou escrever textos. Disciplina e repetição são essenciais. Aprendemos pela repetição e a disciplina nos leva a melhorar a habilidade. O livro que citei e no qual fundamentei este texto é excelente. Tem ótimas dicas para desenvolver hábitos. Super recomendo a leitura!

Celulares como aliados

Às vezes, o uso do celular com objetivo claro em sala de aula é um ótimo instrumento. Na aula anterior, eu havia trabalhado vocabulário de profissões e habilidades. Por isso, para começar a aula seguinte, pedi que procurassem em ferramentas de busca – Google – em seus celulares pelo tema UNUSUAL JOBS. Em seguida pedi que lessem algumas opções apresentadas ( prática de Reading) e escolhessem 3 : uma que jamais fariam, outra que fariam se estivessem precisando de dinheiro e outra que gostariam de fazer. Na etapa seguinte, em pares falaram de suas escolhas e os motivos. Para finalizar conversamos todos juntos sobre outras profissões que apareceram como resultado da busca e que achamos interessantes ou bizarras ( praticamos speaking e falar em público) Após este momento, deixar os telefones de lado foi natural e tranquilo. Continuamos as atividades do livro.

Ensinando vocabulário para niveis avançados

Lecionar idiomas, na minha opinião, deve ir muito além do conteúdo planejado ou oficial. Consciente do impacto do professor na vida de seus alunos, busco sempre aquele “ algo mais” . Neste algo mais, recheio minhas aulas com temas para refletir ou pitadas de lições. Neste início de semestre, o tema da aula era profissões e habilidades. Percebi que era o momento para discutir questões sociais e o tema do papel da mulher no mercado de trabalho. Iniciei com uma atividade na lousa onde escrevi várias palavras na lousa e, divididos em times, os alunos tinham que ao ouvir a palavra correr, riscar a palavra e ir para o fim da fila. Usei o trailer de Nine to five ( Dolly Parton). Após a atividade, discutimos o assunto descrito pela música e pelas cenas apresentadas no trailer. Muitas vezes uso filmes ou músicas antigas justamente para ser o elemento surpresa que vai ativar o cérebro para prestar atenção e tentar entender o que está sendo dito ou exposto. Voltamos às atividades propostas pelo livro didático, porém fui entremeando exercícios escritos com vídeos onde apresentava mulheres desempenhando profissões diferentes. Utilizei Flashdance para mostrar a soldadora e perguntei quais habilidades são necessárias para desenvolver as tarefas mostradas no trailer. Após mais alguns exercícios, mostrei Gravity e mais uma vez conversamos sobre habilidades e o papel da mulher. Ainda na mesma linha, apresentei uma cena de O Senhor Estagiário para discutir habilidades, qualificação e etarismo. Como podem observar, não fugi do conteúdo, apenas planejei uma forma de apresentá-lo que fosse interessante para adolescentes e trouxesse reflexões. Para encerrar o tema, mostrei uma cena de Spotify ( Netflix), em português Som na Caixa, mostrei uma cena que mostra dois ambientes bem distintos de trabalho: um ambiente formal de advogados e o ambiente criativo e mais atual de Spotify. Fechamos discutindo sobre ambientes de trabalho e startups. Desta forma, os alunos aprenderam o vocabulário e gramática propostos pelo livro -texto e já foram fazendo uso do que aprendiam ao mesmo tempo.