terça-feira, 27 de abril de 2021

Onde você mora?

 


Desde que eu era pequena, lembro dos meus pais insistindo que tínhamos que saber nosso endereço  e o nome dos pais de cor.  Quando tive meus filhos, continuei este treino incluindo o telefone de nossa casa e dos meus pais. Graças a Deus, eles nunca se perderam, mas estas informações são valiosíssimas no momento que sofremos um acidente, vamos viajar ou até mesmo como simples exercício mental.

Meus filhos ainda nem sabiam ler ou escrever, mas essas informações já estavam armazenadas  em seus cérebros junto com o tipo sanguíneo.  Fui adicionando  os ônibus que passam perto de casa, pontos de referência e outros dados. Além de trabalhar a noção de espaço, é um exercício para  a memória    e vai compondo  a  história da criança. Chegamos até a estudar o nome da nossa rua e qual a importância dessa pessoa que recebeu uma rua em sua homenagem. Logo, estudamos História também.

Infelizmente, hoje em dia nem o  número do próprio telefone, os alunos sabem.  E não me refiro somente  aos pequenos, os adolescentes não sabem, seu próprio número. Muitas vezes, tenho que ensinar como descobrir isso no aparelho celular. Estes exercícios mentais assim como  os exercícios físicos são essenciais para o bom funcionamento de nosso cérebro.  Não precisamos como antigamente, saber vários números de telefones de cor, mas os nossos bem como nossas informações  pessoais são essenciais.

Além desses exercícios puramente cerebrais, os especialistas ainda indicam pular corda, fazer polichinelo e caminhar.  Uma caminhada de 20 minutos ao ar livre, ativa vários circuitos neuronais. 

Treine seu cérebro e de seus filhos. Você sabe o seu CEP?

terça-feira, 13 de abril de 2021

A louça ou a louca?

 


Num tempo não tão distante, antes da Pandemia, eu fui viajar e deixei meu filho em casa. Como toda mãe preocupei-me em deixar supermercado feito, roupa lavada, comida congelada, dinheiro e cartão. Antes de sair, avisei que ao voltar eu queria encontrar a casa em ordem, especialmente a pia.

Na véspera do meu retorno, ele me passou mensagem perguntando a que horas eu estimava estar chegando em casa. Eu brinquei  perguntando se ele queria saber porque estava  dando uma festa em casa e ele respondeu que se a “ loka” da louça queria a pia limpa, era melhor eu  passar uma horário aproximado.

As pesquisas mostram que as mulheres estão trabalhando ainda mais nesta pandemia. Você, mulher,  percebe isso? Como ?  Conforme  estatísticas  da OMS,  doenças cardiovasculares são  responsáveis por um terço de  óbitos em mulheres no mundo.  Por que será?

Ao comentar isso com uma amiga agora durante o confinamento, ela disse que a família a acusa de ter mania de limpeza e TOC. Seria bom lembrar que  médicos, psicólogos e estudiosos ressaltam a importância da higiene e da organização não só para saúde física, mas também mental, por isso a encarregada da equipe de asseio e limpeza do lar precisa de apoio irrestrito e de cooperação.

Bem, resta-me contar que realmente quando voltei da viagem a cozinha estava limpa!! Ufa!!

sábado, 10 de abril de 2021

Viagem ao passado sem cápsula do tempo

 

Alguns fatos corriqueiros podem nos  transportar para um passado recheado de memórias boas ou não. Esta manhã quase que por acidente,  na verdade foi apenas uma questão de decidir ir ao Rebouças ou à União  Imperial,  fui  levada a uma viagem incrível para um período não tão distante que foi minha adolescência.



Caminhando pelas ruas do Marapé, lembrei dos amigos que por ali moravam e das tantas vezes que fiz aquele caminho até a Igreja São Judas Tadeu.  Detive-me olhando a fachada e lembrando de  quantas vezes sentei-me  naqueles degraus ou embaixo das luzes aguardando a chegada dos amigos. Ao entrar tive uma surpresa. A  Igreja estava toda diferente da época da minha adolescência. Está linda. Olhei para o teto e lembrei das placas que caiam quando ventava muito e quantas campanhas participamos para reformar o teto.  Fui comparando cada cantinho com as lembranças que voltaram.  Sentei-me no banco rezando e permiti que lágrimas de saudade e certa nostalgia passeassem por meus rosto.  De repente, me vi novamente coordenando a missa, falando no altar, cantando, rezando, trabalhando no dia das crianças, na Festa de São Judas e nos eventos para arrecadar fundos.  Lembrei-me dos problemas da época  que, para mim, pareciam tão sérios e intransponíveis. Neste momento, sorri comigo mesma  e tive a certeza que  TUDO PASSA  mesmo e que no futuro lembrarei da Pandemia como um período em que curti minha casa, minha família, rezei  e estudei bastante. Este período também passará. Fui ao altar de São Judas, bati aquele papo e despedi-me também.


Segunda parada, União Imperial.  Alguns aninhos mais velha, quantas fantasias, reuniões, ensaios, bordados e o principal os amigos que fiz!  Bons tempos  em que vivia seis meses economizando e seis meses me preparando  para o grande dia do desfile.  Não sei se namoro de Carnaval dura, mas  amizades de Carnaval duram para sempre. Percebi que não era só eu. Muitos entravam na quadra e sorriam com o olhar distante com certeza viajando nas lembranças como eu. 

Esta manhã minhas esperanças se renovaram não só pela vacina  que  recebi,  mas pela viagem reconfortante ao passado. De tudo isso, ficam os amigos que fiz. Falando em amigos, uma amiga me disse certa vez que ao rever o passado, ela achava  que já  tinha vivido uns 150 anos.  Pensei que ela tem razão. Creio que já vivi, um século e meio de tanta história que tenho pra contar.