quinta-feira, 28 de maio de 2020

Superando o confinamento


A responsabilidade dos educadores  cresce muito num momento como o que estamos vivendo com esta pandemia. As crianças ouvem o que os adultos e os noticiários estão discutindo e, muitas vezes, não compreendem muito bem o que está acontecendo. Este desconhecimento gera mais ansiedade e sofrimento. Vocês  lembram do filme Gremlins? É o que vai acontecendo na cabeça da criança, multiplicando monstros  por falta de informação adequada exponenciando a ansiedade.
Os  alunos precisam de oportunidades para se expressarem  de modo a processarem as dúvidas, medos e anseios.  Gradativamente, perceberão  que eles têm poder para contribuir positivamente.
É assim que se desenvolve a Resiliência:  analisar e entender a situação, observar de que competências ou habilidades podemos  fazer uso, buscar pontos positivos e agir em conexão com outras pessoas.
 A função da escola vai muito além de ensinar conteúdo. Hoje em dia faz-se necessário ensinar valores e emoções.  Como estamos nos sentindo? Por quê?  Isso é bom? É um sentimento ou uma sensação? O que posso fazer com esse sentimento/sensação? Através desses questionamentos aprendemos a escolher entre conversar e brigar, compreender e julgar.
Numa escola bilíngue,  por exemplo, ao trabalhar  a cultura, as diferenças e os relacionamentos, surge a oportunidade de questionar: Por que para o  brasileiro é tão difícil  manter o confinamento? Porque somos muito família e precisamos muito do toque para nos sentirmos amados. E, nesta roda de conversa, muitos rumos vão levando ao conhecimento geral e de si mesmo como ser humano e como parte  da sociedade global. As crianças e jovens precisam sentir que são ouvidos e  que podem fazer escolhas.
Resiliência tem que ser  construída e desenvolvida: sofrer,  adaptar  e recuperar após o processo. Pode parecer fatalista, por isso encerro com a frase de Mandela que diz para não o julgarem  pelo sucesso, mas por todas as vezes em que caiu e retornou:
“ Do not judge me by my success, judge me by how many times I fell down and got back again.” Nelson Madela

domingo, 10 de maio de 2020

Fotos e álbuns


Alguns dos mais de cinquenta álbuns

Fotografar é imortalizar um momento único ao qual não se poderá mais voltar, senão por meio daquele registro. Durante anos fotografei e fiz álbuns de fotos de viagens, aniversários, festas, retiros. Meus filhos foram tão clicados que para eles fazer pose e sorrir já fazia parte da vida. Sem fotos parecia que não tinha acontecido.

Quando minha filha fez 15 anos, tirei fotos de vários álbuns para montar o vídeo dos 15º aniversário e há mais de dez anos, essas fotos aguardavam para voltar ao seu lugar.  Finalmente, a pandemia trouxe esse momento.  Em família rimos e choramos muito. Abrimos e vistoriamos todos os momentos, flashes e histórias. Ouvimos a versão de cada um sobre aquele evento. Descobri que estive em lugares que eu nem lembrava mais. Foram momentos de muita reflexão que se prolongaram por vários dias. Quisemos sorver lentamente cada instante e reviver mais uma vez. Esta viagem ao passado só as fotos propiciam.
Tirei fotos das fotos e enviei para amigos e, assim, formamos uma corrente de recordações. Vivi por dias uma enxurrada de emoções. Realmente, as fotos concretizam uma memória.
Meu aniversário de um ano

Para mim foi libertador.  Pude perceber quanto momentos compartilhei com pessoas que já estão no outro plano. Chorei, mas  de emoção.  Descobri que vivi intensamente cada momento e, foram  muitos, com eles. Aquela imagem triste dos últimos momentos de vida foi ofuscado pelos momentos felizes que compartilhamos. É essa imagem e essas lembranças que ficarão.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Aquecimento para aulas on line




Num tempo não tão distante,  participei de um  Congresso de professores de língua inglesa e numa das palestras,   Penny Ur  e Andrew Writers,  defenderam a ideia  de que  toda aula deveria iniciar com um pre warm -up. Warm-up é  a expressão usada  para definir o aquecimento que  fazemos antes de começar exercícios físicos. Mas, qual a relação com aulas de Inglês?
O aquecimento de exercícios auxilia a oxigenação dos músculos melhorando o desempenho e evitando lesões. Na aula de inglês, a função do warm-up é “aquecer” o cérebro predispondo o aluno a falar inglês e  entrar no “ modo” aula. O warm-up favorece que o aluno comece a pensar em inglês naturalmente e fique mais concentrado.  As atividades escolhidas devem ser simples, pois a ideia é realmente despertar o cérebro. Devemos evitar desafios ou grande nível de reflexão ou análise.
Normalmente, opto por atividades lúdicas como jogos, músicas, uma conversa informal, um comercial, algumas cartas, alguns exercicíos tipo I-spy ou Simon says. Entretanto,o que é um pre warm-up?
Segundo os autores do livro Five-minute activities, antes de fazernos o warm-up, uma atividade curta deve ser feita. Assim, que os alunos chegam  na classe, a atividade já deve estar escrita na lousa ou  as figuras espalhadas pelo ambiente. É o primeiro contato com o aluno. O livro mencionado acima  elenca várias atividades e recomendo-as muito. É meu companheiro constante. Algumas sugestões são: encontrar a frase que contém erro, elencar adjetivos em ordem alfabética, numerar matérias em ordem de preferência, completar uma árvore genealógica e muitos outros.
Em tempos de aulas online, aconselho  manter os alunos ocupados, preferencialmente já usando o tema ou língua em estudo, enquanto os outros alunos ainda estão acessando a plataforma ou conferindo áudios e vídeos. O objetivo é ir envolvendo os alunos enquanto aguardam que todos já estejam logados. Eu costumo  mandar pelo chat por exemplo alguns riddles tipo:
                I can be long and thin.
 You use me to write words or color pictures
Children take me to school
I can be blue or black or green
What am I?
( a pencil)
Atividades curtas, simples, leves e preferencialmente divertidas  que engajem os alunos são ótimas opções para  o pre warm-up. Tirinhas são também fonte de diversão,  assim como tongue twisters. Enfim, planeje desde os primeiros segundos de aula.