sábado, 10 de abril de 2021

Viagem ao passado sem cápsula do tempo

 

Alguns fatos corriqueiros podem nos  transportar para um passado recheado de memórias boas ou não. Esta manhã quase que por acidente,  na verdade foi apenas uma questão de decidir ir ao Rebouças ou à União  Imperial,  fui  levada a uma viagem incrível para um período não tão distante que foi minha adolescência.



Caminhando pelas ruas do Marapé, lembrei dos amigos que por ali moravam e das tantas vezes que fiz aquele caminho até a Igreja São Judas Tadeu.  Detive-me olhando a fachada e lembrando de  quantas vezes sentei-me  naqueles degraus ou embaixo das luzes aguardando a chegada dos amigos. Ao entrar tive uma surpresa. A  Igreja estava toda diferente da época da minha adolescência. Está linda. Olhei para o teto e lembrei das placas que caiam quando ventava muito e quantas campanhas participamos para reformar o teto.  Fui comparando cada cantinho com as lembranças que voltaram.  Sentei-me no banco rezando e permiti que lágrimas de saudade e certa nostalgia passeassem por meus rosto.  De repente, me vi novamente coordenando a missa, falando no altar, cantando, rezando, trabalhando no dia das crianças, na Festa de São Judas e nos eventos para arrecadar fundos.  Lembrei-me dos problemas da época  que, para mim, pareciam tão sérios e intransponíveis. Neste momento, sorri comigo mesma  e tive a certeza que  TUDO PASSA  mesmo e que no futuro lembrarei da Pandemia como um período em que curti minha casa, minha família, rezei  e estudei bastante. Este período também passará. Fui ao altar de São Judas, bati aquele papo e despedi-me também.


Segunda parada, União Imperial.  Alguns aninhos mais velha, quantas fantasias, reuniões, ensaios, bordados e o principal os amigos que fiz!  Bons tempos  em que vivia seis meses economizando e seis meses me preparando  para o grande dia do desfile.  Não sei se namoro de Carnaval dura, mas  amizades de Carnaval duram para sempre. Percebi que não era só eu. Muitos entravam na quadra e sorriam com o olhar distante com certeza viajando nas lembranças como eu. 

Esta manhã minhas esperanças se renovaram não só pela vacina  que  recebi,  mas pela viagem reconfortante ao passado. De tudo isso, ficam os amigos que fiz. Falando em amigos, uma amiga me disse certa vez que ao rever o passado, ela achava  que já  tinha vivido uns 150 anos.  Pensei que ela tem razão. Creio que já vivi, um século e meio de tanta história que tenho pra contar.

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