domingo, 11 de maio de 2025

Perrengues em viagens

Lendo o livro Notas sobre a aptidão à felicidade de Marion Minerbo e, ao mesmo tempo, vendo o filme O que elas querem? Lembrei-me de uma viagem que fiz a Londres e vou compartilhar com vocês alguns perrengues. O livro de Marion faz colocações interessantes sobre como enxergamos o que acontece conosco, porque vemos assim e como nossas reações podem modificar nossa vida e a nossa felicidade. O filme retrata a viagem de quatro amigas à Itália. Como é uma comédia, há realmente momentos engraçados. Mas, prestei atenção a outras coisas no contexto da história. O filme começa com uma frase de Paulo Coelho no livro O Alquimista: "Quando você quer alguma coisa, todo o Universo conspira para que você realize seu desejo". Ao longo do filme são feitas alusões a outras frases do livro. Vale a pena assistir!
Vou relatar alguns perrengues da minha viagem para comemorar meus 50 anos com duas amigas. Definitivamente, deveríamos ter feito um filme. Na época, não havia GPS, Waze nem whats ainda. Hoje em dia, provavelmente não passaríamos por algumas das situações enfrentadas, mas posso confessar que foi bom demais. Frente aos desafios, nós seres humanos, deveríamos sempre fazer a opção que a autora do livro sugere, a escolha pela felicidade e a compreensão que o mundo não está aqui para nos servir, portanto nem tudo vai acontecer como sonhamos ou planejamos. Como a autora resume, encarar as experiências com olhos mais amenos e menos críticos. Afinal, o mundo não está aqui para realizar nossos desejos. Eis que três amigas em viagem a Londres, acordam cedo e vão para o Palácio de Buckingham ver a cerimônia da troca da guarda. Chegamos cedo e assistimos à cerimônia que é realmente encantadora. Após a cerimônia e algumas fotos tiradas, tínhamos um roteiro a seguir, porém a vontade de ir ao banheiro imperava entre as três. Até lembrei-me da saga de O crepúsculo quando o vampiro Edward recomenda aos irmãos: - Lembrem-se que Bella é humana e tem que ir ao banheiro e se alimentar. Bem, caminhamos pelo Green Park, que é belíssimo, mas a vontade ainda imperava e sem um lugar para realizarmos nossa humana necessidade. Aproveito para recomendar que visitem o Hyde Parque também e o Saint James, mas sem estarem apertados para ir ao banheiro. Enfim, começamos a ter vontade de rir da situação porque estava realmente engraçada, não havia um lugar aberto onde pudéssemos resolver a questão. Caminhamos por um tempo absurdamente longo ( ainda mais longo para quem está nesta situação e ainda quer rir da situação). Houve um momento que parei e disse que precisava parar porque até andar estava impossível. Felizmente, encontramos uma cervejaria aberta, detalhe nenhuma de nós bebe cerveja, muito menos pela manhã. Foram gentis com as turistas e nos deixaram utilizar o banheiro, ou melhor , o restroom. Ao sair aliviadas até conseguimos apreciar a loja e ver o que vendiam. Este foi apenas um dos perrengues, mas asseguro-lhes o mais dolorido. Caminhando por Londres, atravessamos o Tâmisa indo em direção a London Eye. Acertamos que duas iriam subir e uma das amigas ficaria no Sea Life Aquarium. A caminho da roda gigante, observamos uma vitrina em uma das lojas com morangos sobre waffles. Pareciam realmente apetitosos. Sonhando com os waflles, fizemos as duas coisas juntas: subimos na London Eye juntas e ainda fomos ao Aquarium. Caminhamos pela margem do Tâmisa até a loja com aquela vitrine super atraente aos nossos sentidos. Entramos, pedimos, fomos servidas e íamos pagar quando a senhora que nos servira nos mandou sair, insistimos que precisávamos pagar, mas ela, desesperada, nos enxotava da loja. Não havia mais ninguém na loja, saímos tentando compreender o que se passava e aí compreendemos que havia o começo de um incêndio em um dos restaurantes. Sentamo-nos à beira do Tâmisa e comemos nosso maravilhoso waffle. Nada sério aconteceu, mas ficamos espertas especialmente ao ouvir alarmes de incêncio. Ficamos tão craques nisso que o dia que o alarme soou no Bed and Breakfast no qual estávamos hospedadas, saímos rapidamente dos quartos. Falando em Bed and Breakfast, minha amiga que é física ficou ajudando a outra a contabilizar os gastos. Naquela época não tínhamos aplicativos como hoje. As duas ficaram muito tempo somando e conferindo e, por mensagem de texto ou ligação, a filha dela, no Brasil, conferia a conta bancária que não batia. A filha dizia que ainda havia muito dinheiro e a mãe dizia que tinha gastado tudo. Fim da história, somente quando estávamos no aeroporto, minha amiga descobriu que ela estava somando todas as contas duas vezes, ou seja, ela, agora, tinha dinheiro demais. Ela saiu correndo e dizendo pelo aeroporto _ Tenho que fazer compras! Não quero ir para o Brasil com libras. Bem, no ano seguinte ela voltou a Londres e ainda tinha dinheiro que sobrou desta viagem!
Falando em falta de tecnologia, como nos localizávamos? Bem, eu falava inglês e pedia informações, uma olhava os mapas e a outra com senso de direção nos conduzia. Um trio perfeito. Cada mapa nas estações de metrô era cuidadosamente escrutinado. Mesmo assim, conseguimos, após caminhar muito, levar uma das amigas a realizar um sonho: Caminhar na Abby Road.
Segundo a autora do livro que mencionei na introdução, “ Há coisas de que podemos abrir mão facilmente e outras não, sob pena de trair nossos valores...tolerar o conflito ajuda a viver de forma mais verdadeira.” Aproveite o momento!

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