Na minha infância adorava ver as
folhas sendo gradativamente tingidas de laranja seguindo , depois, de
um tom amarronzado. Até que compreendi que, na verdade, elas estavam
morrendo e então passei a detestar o outono e entristecer-me quando
via as folhas no chão. Achava-as tão lindas em sua nova coloração,
mas ficava triste ao saber que estavam longe das suas raízes e
morrendo.
Hoje, lembro-me dessa inocência da
infância e sorrio comigo mesma ao ver as folhas mudando de tom.
Não me entristeço mais. Compreendo
que o ciclo da vida está se renovando e como dizia minha mãe: “Uns
tem que ir para que outros voltem.” Continuo admirando o envelhecer
tranquilo das folhas ainda nos galhos. Lentamente a mudança vai
ocorrendo, mas sem perder a beleza nem a essência. Tudo tem seu
tempo. Assim, também, vejo-me envelhecer e espero que com a mesma
beleza e encanto das folhas que admiro. Estou no meu outono.
Assim, aprecio a paisagem mudando de
cor e temperatura e visualizo ciclos findando e outros se iniciando.
Após o calor esplendoroso do verão, chega a época de nos
prepararmos para o inverno, Ao contrário da expansão proposta pelo
verão, agora chega a época de diminuir o ritmo, refletir e começar
a preparação para o período de interiorização oferecido pelo
inverno. Viver sem pensar no que se vive e principalmente porquê
se vive seria inútil. Filosofar é preciso!
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