Quando eu fazia ginástica para
gestante, minha professora afirmava sempre: “- Não adianta me enrolar, o dia da prova
será o dia do parto e, neste dia, não
haverá meio de enrolar.” Sempre lembro disso quando meus alunos perguntam
se aquela matéria vai cair na prova e
respondo se não cair na avaliação da escola, com certeza aparecerá na
entrevista de emprego ou na viagem.
Apesar disso, sempre me questiono
quanto à educação de meus filhos. Como saber se estou no caminho certo? Estarão
aprendendo? O que mais preciso ensinar? Será que alguma coisa está ficando dentro deles
norteando as atitudes e ajudando na solução de problemas? Fico sempre com
aquela dúvida: será que na hora que o problema surgir, eles conseguirão
desempenhar e resolver com sabedoria? Estarei preparando-os para a vida?
De alguma forma, todos os nossos
questionamentos, encontram uma resposta embora nem sempre seja tão simples como
um email, um cartão postal ou uma carta. Talvez o Universo pudesse conspirar sendo mais simples e menos
dramático. Afirmo isso, porque recentemente tive resposta para alguns dos meus
questionamentos, apenas acho que o Universo poderia pegar mais leve na
resposta. Então, aconselho, não perguntem muito, pois o Universo responde mesmo,
mas cuidado pois você pode não gostar da resposta ou do meio como ela chega.
Eis que eu estava no trabalho,
quando recebo o telefonema de um policial identificando-se e dizendo que estava
tudo bem, porém meu filho estava muito nervoso porque havia acontecido um
acidente no caminho para a aula de
inglês. Imagine meu coração de mãe nesse momento. Saí em desabalada carreira
para ver o que havia acontecido.
Costumo dizer que primeiro
resolvemos os problemas que surgem e depois faz-se necessário parar e analisar
o que podemos aprender com aquela
situação que não foi meramente obra do acaso.
Nada havia de fato ocorrido com o
meu filho adolescente além do susto de ter sido fechado por um carro. Porém,
mesmo nesta situação, e sendo ainda um adolescente, ele foi capaz de socorrer
um senhor idoso que perdeu o equilíbrio e caiu. Desobedecendo o que todos os
presentes diziam, não permitiu que tocassem no senhor, chamou a ambulância e
ficou por lá até que tudo estivesse encaminhado. Ao contrário do motorista do
carro que deixou para trás o rastro da sua atitude sem sequer ver o que havia
ocasionado com a pressa e velocidade, meu filho realmente foi um grande homem,
vencendo o choque e prestando socorro.
As testemunhas e os policiais
admiraram-se com as atitudes e o discernimento de meu filho especialmente no
que se referiu ao cuidado com o senhor ferido e ao relatar o ocorrido. Fiquei
orgulhosa.
Fomos ao pronto- socorro visitar
o senhor que caíra e fizemos o boletim de ocorrência. Claro que,como mãe, não
pude deixar de pontuar que todo mundo tem que saber o número do RG de cor e andar pelo menos com uma cópia dele. Eu já
falara isso trocentas mil vezes, mas era sempre a chata que pegava no pé. De
repente, ele “viu a luz” e enxergou que
mamãe tinha razão pois para tudo ele precisava do RG, inclusive para
visitar o senhor que ele ajudara a socorrer.
Muitas histórias e muitas lições
foram tiradas deste episódio, porém ficarão para outras postagens. Aguardem!
Francisco Sarsano de Godoi Minha cara Anna, A mim, não me surpreende a atitude do Léo quanto ao acidente, pois ele, embora "pequeno" na estatura, mas sempre teve atitudes de "adulto". Ademais, aplicou os ensinamentos obtidos no escotismo, que ajuda a formar o caráter do "homem de amanhã", assim como proceder nos primeiros socorros. No concernente a portar o RG, os mais velhos aconselham, falam, dizem, mas os ouvidos são surdos, pois somente eles (adolescentes) é que sabem da vida e, quando se deparam com situações em que são exigidos, é que se lembram que :- "Papai e Mamãe é que tem razão, mas que chatice".....Francisco Sarsano de Godoi
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