Sentada
em um café enquanto observo as pessoas que passam, começo a viajar para outros
lugares e tempo. Imagino J.K. Rowling escrevendo Harry Potter, Victor Hugo
inspirando-se para mais uma criação,Simone de Beauvoir filosofando com Sartre,
Vinicius redigindo seus poemas e canções e Machado de Assis caminhando pela rua
e retratando seus personagens.
Meu
cappuccino chegou e transporto-me para os parques da Disney onde tantas vezes
sentei-me observando as pessoas enquanto
eu sorvia um chocolate quente.
Impossível
não filosofar sobre a vida. A correria
faz parte da vida de todos nós. Não temos tempo para a família, os amigos,
leituras ou um simples café. Tudo é feito correndo, pulando como macacos de galho em galho nas árvores, porém pulamos de um compromisso para outro.
Onde
está a tecnologia que deveria nos aproximar e deixar-nos com mais tempo livre?
Onde está o tempo economizado com aviões, emails, telefonemas e redes sociais?
Minha
mãe dizia que a natureza é sábia. Há dias de sol para ficarmos ao ar livre e
dias de chuva para ficarmos em casa. Curtir casa, família e reunir os amigos no
aconchego do lar.
De
repente, o telefonema de uma amiga
interrompe meus devaneios dizendo que está organizando um jantar para comemorar
o meu aniversário. Penso imediatamente -
Como sou feliz!!!
Encerro
meus devaneios e o cappuccino lembrando da Bíblia que ensina que há um tempo
certo para tudo. Há o tempo de semear,plantar e de colher. Vamos dar uma chance
ao tempo.
Dias de chuva são mesmo muito propícios a filosofias e contemplações.Cantar e ser feliz enquanto chove é o mesmo que brilhar sob o sol.
ResponderExcluirE dançando na chuva não tem preço...
Excluire eu, lendo suas postagens,Fico feliz em imaginar ( e saber) que você é também uma espécie de Fernando Pessoa ou Vinicius, pois você nos encanta com seus escritos!
ResponderExcluirSe não veja, você nos faz pensar e nos faz sorrir sozinhas, enquanto coloca em palavras estas idéias fervilhantes que vêm à cabeça nos momentos de prazer enquanto espera e degusta um cafezinho...
Bjs na alma e continue cantando suas letras...e nos encantando!
Só uma grande amiga pra me comparar a Vinicius Ou Fernando Pessoa!!! rs..rs obrigada pelo incentivo!
ExcluirDia de chuva
ResponderExcluirAs espumas desmanchadas
sobem-me pela janela,
correndo em jogos selvagens
de corça e estrela.
Pastam nuvens no ar cinzento:
bois aereos, calmos, tristes,
que lavram esquecimento.
Velhos telhados limosos
cobrem palavras, armários,
enfermidades, heroísmos...
quem passa é como um funâmbulo,
equilibrado na lama,
metendo os pés por abísmos...
Dia tão sem claridade!
só se conhece que existes
pelo pulso dos relógios...
Se um morto agora chegasse
àquela porta, e batesse,
com um guarda-chuva escorrendo,
e com limo pela face,
ali ficasse batendo
- ali ficasse batendo
àquela porta esquecida
sua mão de eternidade...
Tão frenético anda o mar
que não se ouviria o morto
bater à porta e chamar...
E o pobre ali ficaria
como debaixo da terra,
exposto à surdez do dia.
Pastam nuvens no ar cinzento.
Bois aéreos que trabalham
no arado do esquecimento.
Fonte: Cecília Meireles
Um abraço fraterno
Adoro cecília Meireles!! Mto obrigada!!
ResponderExcluir"Em meio a brumas, sem que percebas, aos poucos me desfaço. Serei água, nuvens, vento, ou quem sabe, sons. Suavemente, como um leve por de sol que lentamente se esvai, irei tornar-me apenas uma lembrança, a revelar a magia de uma efêmera presença, ou a força de uma marca forte que jamais se esquece"
ResponderExcluirBoa Noite !!!
Anna como sempre nos encantando com seus textos poeticos sempre espondo a nós seu coração e suas lindas idéias inteligentes,um abraço fraterno
Sem palavras que traduzam meus sentimentos diante de tamanha expressão literária! Lindo texto! Obrigada!! Vc tocou profundamente o recôndito de meu coração.Abraços,
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