quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Mães, máquinas de costura e modernidade

Minha mãe era costureira e, muitas vezes, adormeci e acordei ao som da máquina de costura dela. Até hoje, às vezes, pareço acordar  e ouvir ao fundo o barulho constante da máquina. Fico surpresa e, ao mesmo tempo, triste, ao perceber que não voltei à infância nem àqueles momentos  cujo movimento ritmado me embalava.

Mantive a máquina comigo como uma forma  de guardar em cada uma de suas gavetinhas as histórias de minha infância. Por exemplo, tínhamos um acordo, domingos após o almoço, eu arrumava a cozinha  enquanto ela costurava algo novo para mim: blusas, vestidos, saias...minha mãe era rápida e costurava muito bem! Outra diversão era ver vitrines, escolher modelos que depois seriam costurados por ela. Escolher tecidos nas grande lojas do ramo como As Pernambucanas fazia parte dos programas também. Algumas lojas tinham até modistas que desenhavam modelos de vestidos de festas como a Lascane  no centro da cidade.
Com estes pensamentos invadindo minha mente, comecei a pensar se haveria um som que remetesse meus filhos a minha pessoa. Debati-me tentando encontrar algo até que me lembrei que meu filho me chama de menina de praia , logo talvez o barulho do mar que tanto amo poderia remeter a lembranças de mim. Enquanto formulava esta crença, escuto minha filha gritando da sala de TV:”Mãe, também quero cappuccino!” Neste instante, percebi que o barulho que remete a mim é o do micro-ondas!!!! Sinal dos tempos, tempos modernos!
E você? Algum ruído  remete à sua mãe ou à infância? Qual?  E como  você será lembrado ou lembrada? 
Um oferecimento:


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