Ao
ler o artigo de Thaís Lyra na AT Revista, lembrei-me da história contada por um casal
amigo. A matéria em questão começa com o seguinte parágrafo:
“Para boa convivência
social, todo cidadão segue regras e normas. Algumas, para funcionar, existem em
forma de leis. Outras dependem exclusivamente da consciência individual. Bom
seria se esses dois elementos andassem de mãos dadas para o exercício pleno de
cidadania.
Infelizmente, para algumas
pessoas, nenhuma das duas parece existir. Sobram comportamentos inadequados e
impensáveis, que tomam conta da nossa sociedade.”
Um casal amigo desabafou comigo a indignação perante a
ligação da coordenadora da escola do filho de 16 anos, pois ela ligou para comunicar que o aluno foi retirado
de sala e estava assinando uma advertência por ter saído de sala sem o
consentimento do professor. Os pais alegavam que o menino estava com
necessidade de ir ao banheiro e o professor havia se ausentado.
Expliquei
que, na realidade, o menino deliberadamente desrespeitou a norma da escola que
determina que ninguém pode sair da sala de aula sem autorização. Na verdade, os
adolescentes estão sempre testando seus limites, tentando liderar e ser
“engraçadinhos” e “populares” perante o
grupo. Caso a escola, não tomasse uma providência, os outros alunos passariam a
imitar a mesma conduta. Claro que não é adequado que o professor se ausente de
sala, porém, aos 16 anos, os alunos são capazes de aguardar alguns minutos ate
que o professor retorne.
Os
pais precisam vencer o instinto de proteção e evitar passar a mão
na cabeça dos filhos a cada delito que eles cometem. A consistência de
conduta é importantíssima, portanto, um
delito leva a uma conseqüência e esta
deve ser enfrentada.
Delito
parece um vocábulo pesado, afinal o menino
só foi ao banheiro. Mas, não é, trata-se como afirmou Thaís Lyra de um
comportamento inadequado pois uma norma da escola foi infringida. Uma postura
Ética, bem como, cidadã tem que ser exigida dos jovens.
Vencer
este instinto de proteção à prole é uma atitude difícil de ser tomada, mas fará
toda a diferença em longo prazo.
Certa
vez, recebi em minha caixa de emails, a comunicação de que meu filho não fizera
a lição de casa. Ao voltar do trabalho, adentrei minha casa FURIOSA. Sim, mães
também têm ataques de fúria. Falei do email, expliquei pela enésima vez a
importância de fazer as lições e avisei que,
a partir do próximo email, cada falta de lição corresponderia a uma
atitude minha que fui elencando, pausadamente, pois tive muito tempo para
pensar em todos os cortes às atividades lúdicas que eu poderia fazer.
Mais
tarde, meu filho procurou-me para desculpar-se e justificar que os professores
passam muitos exercícios para casa e ele, às vezes, não consegue dar conta de
todas as tarefas. Meu lado mãe, gostou da humildade em reconhecer o erro, porém
sentiu vontade de entrar em contato com a escola para conversar sobre o excesso
de tarefas. Todavia, observei que ele teve tempo para surfar na Net, assistir televisão e jogar
seus jogos favoritos. Por isso, embora até saiba que alguns professores, às
vezes, exageram, não tomei tal atitude. Meu filho precisa aprender a trabalhar
com prazo curto, a priorizar tarefas, organizar o tempo e assumir as conseqüências de seus atos.
Controlar o instinto materno não é fácil, mas necessário, senão corremos o risco de superar a SUPERMÃE criada pelo Ziraldo!!!
Criação de Ziraldo |
Obrigada pelas referências do blog, fiquei lisonjeada! E que bom que elas serviram de exemplo para o caso. Também acho que muitos pais, no intuito de proteger os filhos, acabam ressaltando o desrespeito a normas e regras. Sou mãe de uma menina de 10 anos e tento me policiar para não cair nesse erro, de passar a mão em tudo. A gente esquece que educação é exemplo: dentro de casa, na escola... Parabéns pelo blog!
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